O que este conteúdo fez por você?
- Com os recentes aumentos de juros juros pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Federal Reserve (Fed) existem riscos e vantagens para quem detém ambas moedas
- Dólar fechou a última segunda-feira (01) a R$ 5,17 e o euro a US$ 1,02
- Os dados das economias e sua maleabilidade para contornar os problemas também é um ponto que deve ser observado pelos investidores
Em um momento de desvalorização do dólar frente ao real – a moeda norte-americana fechou o pregão de ontem (02) cotada a R$ 5,2792, com alta de 1,94% – e a recente paridade com o euro os investidores puderam alocar duas moedas fortes em suas carteiras de investimentos.
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Mas o momento de grande volatilidade no mercado financeiro requer atenção para evitar perder mais dinheiro do que conseguir um bom rendimento. Os recentes aumentos de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) tanto impõem riscos quanto oferecem vantagens para quem detém ambas as moedas.
“Geralmente, aumentos de juros costumam fortalecer as respectivas moedas. Mas diversos outros fatores impactam o movimento de cada uma. [Jerome] Powell disse que talvez seja apropriado moderar o ritmo de altas. A mensagem trouxe ânimo aos mercados e jogou o dólar para baixo”, apontou Felipe Steiman, gerente comercial da B&T Câmbio.
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Diferentemente de outros tempos, hoje está mais simples fazer uma remessa para fora e aplicar o dinheiro no exterior. É por conta dessa facilidade que André Rolha, diretor de produtos da Venice Investimentos, prega maior cautela do investidor.
“Vale sempre lembrar que a variação cambial pode trazer algum movimento negativo para rentabilidade da carteira, sendo que ela pode estar performando muito bem lá fora, mas pode haver uma desvalorização cambial em relação a quando o investidor mandou os recursos para outro país”, afirma.
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Os dados das economias e sua maleabilidade para contornar os problemas também são pontos a serem observado pelos investidores. Para Marcos Weigt, head de tesouraria da Travelex, a economia norte-americana se mostra mais forte nesse sentido, o que a leva a atrair mais dinheiro ao país.
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“A perspectiva é de um euro fraco porque tem todo esse problema de abastecimento de gás e energia. A economia europeia sempre foi menos adaptável que a norte-americana, que é muito dinâmica. Ela (economia dos EUA) vai desacelerar e logo começa a crescer de novo”, diz Weigt.
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Apenas a expectativa de elevação das taxas de juros nos EUA já foi suficiente para valorizar a divisa norte-americana frente às outras moedas ainda no período pré decisão do Fed. “Agora, o que a gente tem visto são dados dos EUA mais fracos e as taxas de juros futuras caindo”, diz Weigt, justificando que, mesmo assim, há uma tendência de injeção de dinheiro na economia dos Estados Unidos.