O dólar fechou a sessão desta sexta-feira (9) com uma queda de 0,97%, cotado a R$ 4,876 – menor patamar desde junho do ano passado.
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No acumulado deste mês, a moeda registra uma desvalorização de 3,8% frente ao real. Em 2023, a divisa afunda 7,65%.
Por trás da derrocada, está a volta do apetite ao risco frente à possibilidade de manutenção do patamar atual dos juros nos EUA na próxima reunião do FOMC (Comitê de Política Monetária americano). Além disso, a aprovação da suspensão do teto da dívida no país, de US$ 31,4 trilhões, afastou as preocupações em torno de um possível calote nos débitos.
No mercado doméstico, três fatores alimentam a positividade dos investidores: inflação com sinais de arrefecimento, aprovação do arcabouço fiscal e perspectivas de um Produto Interno Bruto (PIB) mais forte que o esperado. Fora questões conjunturais, há também um ajuste natural.
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“É um movimento de restabelecimento da normalidade. Parte importante da desvalorização que nós vimos no real desde o início da pandemia, em 2020, foi fruto do elevado clima de incerteza e desajuste econômico em função da crise sanitária”, afirma André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online.
É hora de comprar?
Para Galhardo, a tendência de longo prazo é de valorização do real em relação ao dólar. Por isso, uma boa estratégia seria comprar de forma gradual para fazer um preço médio ainda mais baixo. “Se puder diluir esse processo de compra, é melhor. Lembrando que nosso cenário-base é de um dólar ainda menor do que o patamar atual”, afirma.
O provável avanço da reforma tributária deve ser um gatilho para fazer o preço da divisa americana ceder ainda mais. “Aí veremos movimentos mais contundentes de valorização da moeda nacional”, ressalta Galhardo.
Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, já vê o dólar em um patamar interessante para compras. “Eu acredito que ainda há espaço para a moeda cair, mas um espaço pequeno. Se tudo der certo com o arcabouço e a reforma tributária, o dólar deve rodar no patamar de R$ 4,83 a R$ 4,85, não muito diferente da cotação atual”, diz.
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