- A cotação do dólar cedeu 4,49% na última semana, com o mercado repercutindo o resultado das eleições que elegeram o petista Luiz Inácio Lula da Silva
- A tendência agora é que o jogo político siga pressionando o câmbio à medida que a transição dos governos avança e novas notícias sobre possíveis ministros são ventiladas
- Segundo especialistas, o patamar perto dos R$ 5 pode ser oportuno para quem deseja ou precisa comprar a moeda
A cotação do dólar cedeu 4,49% na última semana, com o mercado repercutindo o resultado das eleições que elegeram o petista Luiz Inácio Lula da Silva para seu terceiro mandato como presidente da República. Com o “efeito Lula”, a moeda americana encerrou a sexta-feira (4) cotada a R$ 5,06.
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A valorização do real reflete a confiança do investidor estrangeiro, que ingressou com R$ 1,9 bilhão na B3 somente no pregão do dia 31 de outubro, o primeiro após a vitória do líder do PT sobre o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). “O Brasil surfou no movimento favorável das commodities e o dólar se aproximou dos R$ 5 após forte fluxo de capital estrangeiro entrando na Bolsa”, destaca Eduardo Reis, gerente de relacionamento de câmbio comercial da Ourominas.
A tendência agora é que o jogo político siga pressionando o câmbio à medida que a transição dos governos avança e novas notícias sobre possíveis ministros são ventiladas. Nesta segunda-feira (7), pesou contra o real as indefinições sobre a nova gestão, enquanto as atenções se voltam às negociações em torno da “PEC da Transição”, que vai permitir a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 por mês.
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Reflexo disso, a moeda americana tinha alta de 2,06% frente ao real às 16h58, cotada a R$ 5,16.
“A perspectiva de curto prazo do dólar está muito ligada agora a quem fará parte da equipe econômica e quem serão os ministros de Lula”, afirma Marcos Weigt, head da tesouraria do Travelex Bank. “Hoje, por exemplo, a moeda está subindo 1% porque houve boatos sobre Fernando Haddad assumir a Fazenda”.
Hora de comprar?
Ainda não dá para dizer se a cotação do dólar vai assumir uma tendência de queda ou alta daqui para frente. Segundo os especialistas, o mercado deve seguir com bastante volatilidade até o final do ano, enquanto aguarda as próximas sinalizações da equipe do governo Lula.
Para quem precisa ou quer comprar a moeda, seja para viajar nas férias de fim de ano, seja para dolarizar parte do portfólio, a queda acentuada da semana passada pode ter aberto uma oportunidade. Principalmente tendo em vista que há menos de 15 dias, a cotação ultrapassava os R$ 5,30. “Se a pessoa precisa para viajar ou compor uma estratégia de investimentos, o nível perto de R$ 5 parece bom para fazer isso”, diz Weigt, do Travelex.
Nesta reportagem, contamos qual a melhor moeda para levar ao Catar para a Copa do Mundo.
Marcos Almeida, economista e diretor da WIT Exchange, concorda que o momento parece “oportuno”. A dica do especialista na hora de comprar dólares é fazer compras periódicas. Assim, não é preciso tentar acertar o melhor momento da cotação. “Olhando para o câmbio turismo, o momento é de aproveitar a queda recente do mercado e se programar para, até a data da viagem, ir comprando aos poucos para conseguir uma taxa média mais baixa e fugir das grandes oscilações que podemos enfrentar”, explica.
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