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Easynvest: “A Vérios é uma alavanca importante de crescimento”

O CEO Easy fala sobre a compra da gestora e a entrada no segmento de robôs de investimento

Easynvest: “A Vérios é uma alavanca importante de crescimento”
Fernando Miranda, CEO da Easynvest, e Felipe Sotto-Maior, CEO da Vérios, na sede da corretora, em São Paulo (Foto: Pedro Moleiro/Divulgação)
  • Com R$ 25 bilhões de ativos sob custódia e 1,6 milhão de clientes, a Easynvest mirou na oferta de robô-advisor, que é o uso de inteligência artificial para recomendação de investimentos
  • Em setembro do ano passado, o Nubank anunciou a aquisição da corretora. A operação já teve aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas aguarda o aval do Banco Central
  • Com o aumento da oferta de produtos e serviços, a corretora tem o plano ambicioso de dobrar de tamanho em até um ano e meio

A Easynvest, maior plataforma digital de investimentos do país, anunciou a compra da gestora de investimentos nesta quarta-feira (13).  Atualmente com R$ 25 bilhões de ativos sob custódia e 1,6 milhão de clientes, a corretora mirou na oferta de robô-advisor, que é o uso de inteligência artificial para recomendação de investimentos. De início, as companhias vão operar separadamente, mas a intenção é que uma integração aconteça em algum momento. O valor do negócio não foi divulgado.

“Essa é mais uma alternativa de investimento para os nossos clientes. Inicialmente, vamos deixar as experiências separadas, até para garantir a qualidade e experiência do cliente. Em um determinado momento, que não está decidido, começamos a integrar”, afirma Fernando Miranda, CEO da Easynvest, ao E-Investidor.

Em setembro do ano passado, o Nubank anunciou a aquisição da corretora. A operação já teve aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas aguarda o aval do Banco Central (BC). A parceria com a Vérios começou em agosto do ano passado, resultado de um encontro de demandas e sinergias das empresas.

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Apesar de acontecerem paralelamente, Miranda garante que as negociações foram distintas. “Saímos do namoro para o casamento, mas não teve ligação com a aquisição da Easynvest pelo Nubank”, afirma Miranda.

Com o aumento da oferta de produtos e serviços, a corretora tem um plano ambicioso: dobrar de tamanho em até um ano e meio. A Vérios possui mais de R$ 400 milhões sob gestão, o que contribui em partes no crescimento da Easy, mas o maior reforço deve vir da expertise da gestora em tecnologia.

“O nosso serviço é garantir que o cliente está bem atendido, alcançando mais perfis. É um diferencial que a corretora agrega no portfólio dela”, diz Felipe Sotto-Maior, CEO da Vérios. “Vamos trabalhar menos na aquisição e muito mais na satisfação, na qualidade do atendimento e na retenção desses clientes, até para concentrar o patrimônio deles na corretora.”

A Vérios continuará sob os comandos de Sotto-Maior, que atuará como gerente dentro da diretoria de negócios digitais da Easynvest. Saindo autorização do BC para a venda da corretora para o Nubank, todos serão do time da Fintech, explica Miranda. Já a continuidade das marcas ainda não tem definição.

Confira entrevista com Fernando Miranda, CEO da Easyvest.

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E-Investidor: A negociação com a Vérios já estava alinhada à venda da Easynvest para o Nubank?

Fernando Miranda: Foram negócios totalmente separados. Já estudávamos a estratégia de robô-advisor há algum tempo. É um modelo que nos Estados Unidos vai super bem. A ideia era adicionar mais uma oportunidade à nossa curadoria digital. Entre junho e julho do ano passado, começamos uma conversa com a Vérios, mas como uma parceria comercial. O feat cultural e o que a pensamos também estava super atrelado e os clientes gostaram bastante do produto. Saímos do namoro para o casamento, mas não houve ligação com a aquisição da Easynvest pelo Nubank.

Por que comprar em vez de começar do zero, já que a Easynvest é forte em tecnologia? Estavam de olho na carteira deles?

Temos dois pilares que norteiam todas as ações estratégicas e táticas. Primeiro é a tecnologia. Não dependemos do humano, do assessor, que muitas vezes vemos conflito de interesse. Ao longo de 2020, começamos a caminhar um pouquinho mais para o lado de curadoria digital, que ajuda o cliente a investir. Juntando isso ao nosso pilar de educação financeira e conteúdo, começamos a ver com bons olhos adicionar o conceito de robô-advisor. A dúvida era se fazíamos isso dentro de casa ou com uma parceria comercial ou estratégica. Vimos na Vérios um produto muito bom, com valor de transparência e performance da carteira. Fez mais sentido fazer a aquisição, até para ganhar rapidez nos nossos objetivos, que são super ambiciosos, como o de dobrar a empresa em um ano e meio.

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E como vocês pretendem atingir essa meta?

Para ter esse crescimento exponencial, temos que ter várias “avenidas”, serviços e produtos que sirvam para determinados clientes. A Vérios é uma alavanca importante de crescimento, mas vai além. Recentemente, lançamos uma nova plataforma para investir em renda variável, que está bombando e crescendo bastante. Lançamos crédito com garantia e com taxa de juros muito menores do que os bancos. A combinação dessas novidades faz com que a empresa cresça a níveis maiores.

Como a Vérios vai se encaixar dentro da Easynvest?  

Essa será mais uma alternativa de investimento para os nossos clientes. Há mais de 150 fundos na prateleira: é possível investir em renda variável, visualizar as carteiras recomendadas, produtos de previdência e tudo isso com o robô-advisor. Inicialmente, vamos deixar as experiências separadas. Não vamos correr com integrações, até para garantir a qualidade e experiência do cliente. Em um determinado momento, que não está decidido, começamos a integrar.

Como funcionará essa integração com a Nubank?

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O Felipe Sotto-Maior, CEO da Vérios, passa a ser Easynvest. No momento em que o BC aprovar a transação com o Nubank, ele passa a ser Nubank também.

O senhor continuará na empresa?

Também, a mesma coisa.

A marca Easynvest permanece com a venda para o Nubank?

Isso ainda não está decidido, porque é uma discussão muito difícil de se ter antes da aprovação do BC.

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