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As novas estratégias no portfólio da Verde Asset

A gestora aumentou a participação em bolsas, dívida corporativa, ouro e petróleo. Veja as mudanças

As novas estratégias no portfólio da Verde Asset
Fundo Verde é comandado pelo megainvestidor Luis Stuhlberger. Foto: Iara Morselli/Estadão
  • No cenário da Verde Asset, a preocupação global se deslocou da pandemia e da invasão da Rússia à Ucrânia para a inflação
  • A estratégia da gestora inclui olhos sobre as bolsas americanas e brasileira, bem como dívida corporativa, petróleo (e não Petrobras) e ouro

Cristiane Barbieri – A preocupação global se deslocou da pandemia e da invasão da Rússia à Ucrânia para inflação, no cenário da Verde Asset. Assim, a estratégia da gestora inclui olhos sobre as bolsas americanas e brasileira, bem como dívida corporativa, petróleo (e não Petrobras) e ouro.

Em relação ao mercado norte-americano, Luiz Parreiras, gestor da estratégia multimercado e previdência da Verde Asset, diz que, com a queda de 20% do S&P no ano, exageros estão sendo desfeitos. Após estudar 21 situações nas quais o mercado caiu 15% ou mais, desde os anos de 1950, ele constatou que as viradas aconteceram quando houve mudanças de política econômica ou mudanças cíclicas (como o indicador de compras das indústrias).

“Como o low (baixa na bolsa) acontece entre seis a nove meses do lucro ir à mínima, o valuation (valor) pode ficar interessante”, disse, em evento da Verde na terça-feira (28).

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A Verde também tem parte da carteira na Bolsa brasileira, que Parreiras classificou como “muito barata”, com o indicador de preço/lucro em menor patamar desde 2002. Entre as empresas investidas, estão Equatorial Energia (cujo investimento se multiplicou por 17 vezes desde 2010), Suzano (“a fabricante de celulose mais competitiva do mundo”) , Localiza e Unidas (que tendem a ser um consolidador de mercado, com suas expertises distintas), Assai (resiliente à inflação alta) e Hapvida (que tende a reverter o aperto da margem nos próximos anos).

Em relação ao investimento em petróleo, o raciocínio também é matemático. O investimento feito nas empresas listadas em todo o mundo não tem superado a depreciação das instalações. Também falta refino, a guerra escasseia o fornecimento e com o apelo ESG (de busca de critérios ambientais, sociais e de governança), a tendência é de, em três a cinco anos, manutenção do barril acima de US$ 100.

A Verde também tem investido em crédito high yield (de maior risco). Entre os ativos investidos, estão debêntures perpétuas da Vale, o financiamento de um projeto solar com debênture de infraestrutura, outro para aquisição de uma companhia de telecom e crédito pulverizado para fintechs. “Estamos também começando a olhar com carinho para o high yield americano”, disse Parreiras.

Em relação ao ouro, a discussão gira em torno do porto seguro para os recursos, já que todos os ativos têm caído com a tendência de alta nos juros nos EUA. “O que poderia ser um catalizador da alta do ouro seria um país levar para casa uma grande quantidade do metal comprada”, diz Luis Stuhlberger, sócio da Verde Asset. “Isso pode acontecer em algum momento do futuro.”

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