ETF Tema Electrification (VOLT) já subiu 33% no acumulado de 2025 e supera o S&P 500, que avançou 17%; boom da inteligência artificial (IA) demanda cada vez mais energia. (Imagem: Jan Dzacovsky em Adobe Stock)
Embora a inteligência artificial (IA) tenha impulsionado fortemente as ações de tecnologia em 2025, um fundo de índice menos conhecido, voltado para infraestrutura de energia, vem superando silenciosamente o mercado. O Tema Electrification ETF (VOLT) já subiu 33,20% no acumulado do ano e, assim, o ETF supera o S&P 500 com folga, tendo em vista o ganho de 16,21% do índice no período. E analistas acreditam que o melhor ainda está por vir.
Segundo o Business Insider, analistas da Ned Davis Research recomendam o ETF – fundo negociado em bolsa de valores, atrelado a uma carteira de ativos que busca retorno semelhante a um índice de referência – como uma posição “acima da média” (overweight, equivalente à compra), projetando uma superperformance de cerca de 20% em relação ao S&P 500 até 2027.
A tese do fundo parte de uma premissa simples: o boom da inteligência artificial exige quantidades imensas de eletricidade — e as empresas que geram, transmitem e sustentam esse fornecimento de energia tendem a ser as maiores beneficiadas.
Pat Tschosik, estrategista-chefe temático da Ned Davis Research, e o analista Philippe Mouls descrevem o Tema Electrification ETF (VOLT) como “a exposição diversificada mais direta ao tema da eletrificação de data centers”, com participações expressivas em empresas consideradas “referências do setor”, que estão posicionadas para lucrar com a expansão da infraestrutura de IA.
Entre as principais participações do fundo estão Powell Industries, NextEra Energy e Bel Fuse. Em 31 de outubro, o ETF possuía 29 ativos e US$ 168,3 milhões sob gestão, segundo dados da Tema.
O otimismo da Ned Davis Research se apoia em dois fatores principais. Primeiro, a demanda global por eletricidade de data centers deve mais que dobrar, passando de 415 terawatts-hora em 2024 para 945 TWh até 2030, segundo projeções da Agência Internacional de Energia (IEA). Nos Estados Unidos, a demanda energética deve crescer 15% ao ano até o fim da década, com o setor comercial — que inclui data centers — respondendo pela maior parte desse avanço.
A escala dessas necessidades já está se tornando realidade. O projeto Stargate, da OpenAI, por exemplo, abrangerá vários Estados norte-americanos e demandará geração de energia suficiente para abastecer grandes cidades.
Infraestrutura elétrica defasada
Em segundo lugar, a infraestrutura elétrica dos EUA parece estar atrasada em relação às necessidades atuais. A Sociedade Americana de Engenheiros Civis atribuiu nota D+ à infraestrutura energética do país em seu boletim de 2025, abaixo do C- registrado em 2021.
“Acreditamos que estamos em um superciclo de atualização da rede, impulsionado pela demanda de data centers e pelo envelhecimento das instalações”, afirmam Tschosik e Mouls.
Esse cenário se desenha enquanto as gigantes de tecnologia aumentam rapidamente os investimentos em infraestrutura de IA, mesmo com dúvidas crescentes sobre o retorno financeiro.
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Amazon (AMZO34), Meta (META), Microsoft (MSFT34) e Alphabet (GOGL34) destinaram US$ 113,4 bilhões em gastos de capital no terceiro trimestre de 2025 (3T25), alta de 73% em relação ao ano anterior. As quatro devem investir quase US$ 400 bilhões neste ano, valor dezenas de bilhões acima das previsões anteriores — e o montante deve continuar crescendo em 2026.
Alguns investidores e economistas têm traçado paralelos com a bolha das pontocom – que envolveu empresas de internet na virada dos anos 2000 –, questionando se os investimentos massivos em data centers e chips trarão os retornos prometidos.
No entanto, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, rejeitou as comparações, argumentando que os investimentos atuais em IA são sustentados por lucros sólidos e modelos de negócio consistentes, ao contrário das apostas especulativas do fim dos anos 1990.
Boom das empresas de energia deve durar por anos
Para o VOLT, essa onda de investimentos se traduz em demanda contínua por equipamentos elétricos, serviços públicos e infraestrutura energética, setores que compõem sua carteira.
Independentemente de o boom da IA cumprir ou não seu potencial transformador, uma coisa é certa: data centers precisam de energia e as empresas que a fornecem estão vivenciando um crescimento que, segundo analistas, deve continuar por muitos anos.
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Esta história foi originalmente apresentada em Fortune.com e foi traduzido com o auxílio de ferramentas de inteligência artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.