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Por que a Evergrande criou oportunidades de negócios aos brasileiros

Segundo levantamento feito pela Stake, CQQQ foi um dos ativos mais comprados no mês anterior

Por que a Evergrande criou oportunidades de negócios aos brasileiros
Foto: REUTERS/Aly Song
  • O levantamento produzido pela Stake, fornecido com exclusividade ao E-Investidor, aponta as cinco ações e ETFs mais compradas por investidores brasileiros no exterior em setembro
  • Os descontos no valor das ações do setor de tecnologia chinês atraíram os investidores para a compra de cotas do CQQQ, que investe no segmento

As dificuldades financeiras do grupo imobiliário Evergrande podem ter criado oportunidades ao investidor brasileiro que planejava investir no setor de tecnologia chinês. É o que aponta um levantamento da corretora Stake feito com exclusividade para o E-Investidor. De acordo com o relatório, os “descontos” no valor das ações atraíram os investidores para a compra de cotas do CQQQ, que investe no segmento de tecnologia da China. 

O ETF faz parte da lista das cinco ações e ETFs mais compradas por brasileiros na Stake no último mês de setembro. Segundo Rodrigo Lima, analista de investimentos  da Stake, os investidores enxergaram o momento como ideal para investir no setor.

“As empresas de tecnologia chinesas foram extremamente penalizadas, com muitas companhias negociando abaixo de pares internacionais. O investidor brasileiro parece ter buscado aproveitar esse desconto”, explica. 

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A lista traz a seleção das ações e ETFs com as maiores diferenças entre compras e vendas no mês. Isso significa que, na prática, foram selecionados aqueles que apresentaram 10 vezes mais compras do que vendas e que registraram 10 vezes mais vendas do que compras. 

Confira o ranking dos ativos mais comprados na Stake em setembro: 

  1. VanEck Vectors Rare Earth/Strategic Metals ETF (REMX)
  2. Invesco S&P 500 Quality ETF (SPHQ)
  3. Invesco China Technology ETF (CQQQ)
  4. Vanguard Global ex-U.S. Real Estate Index Fund ETF Shares (VNQI)
  5. Northwest Natural Holding Company (NWN)

Na avaliação de analista, o levantamento mostra ainda que os investidores brasileiros buscaram adquirir ativos com maior previsibilidade de receitas diante das tensões econômicas, como a inflação americana pressionando as taxas de juros e o temor de que um eventual default técnico dos Estados Unidos ocorresse devido ao limite do endividamento.

A situação justifica o interesse pelas cotas do SPHQ que foi um dos ativos das mais comprados durante o período. Na avaliação do analista , trata-se de uma forma do investidor buscar proteção e barganhas na bolsa norte-americana. Isso porque o ETF investe em companhias do S&P 500 que entregam constantemente crescimento e dividendos.

“Em cenários de estresse é comum que aconteça um “flight to quality”, busca de ativos de maior qualidade, que tenham maior previsibilidade de receitas e possam oferecer maior resiliência em momentos de alta volatilidade”, explica.

Maiores vendas

Em relação aos ativos que registraram as maiores vendas, a realização do lucro tem sido um dos fatores para as vendas das ações, na avaliação de Lima. É o caso da Brookfield  que liderou o ranking da Stake. “Desde o início da pandemia a companhia vem consistentemente superando as expectativas dos analistas, o que se traduziu no preço das ações, que sobem mais de 37,7% no ano, enquanto o S&P 500 sobe 16,2%”, explica o analista.

O mesmo motivo, segundo ele, teria incentivado os investidores a se desfazerem das cotas do UGA, ETF que busca capturar os ganhos da valorização da gasolina nos Estados Unidos. “No ano, o fundo sobe mais de 55%, acompanhando a valorização do petróleo no período causada por rupturas nas cadeias logísticas globais e por maior demanda por fontes de energia”, destaca.

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Confira o ranking dos ativos mais vendidos na Stake em setembro: 

  1. Brookfield Asset Management Inc (BAM)
  2. Coty Inc (COTY)
  3. USA Compression Partners (USAC)
  4. Ceragon Networks Ltd (CRNT)
  5. United States Gasoline Fund (UGA)

Já as ações da Coty não agradaram os investidores no mês de setembro. A companhia é dona das marcas, como Gucci, Calvin Klein, Burberry e Adidas. Uma das justificativas apontadas pelo analista da Stake é a demora da retomada econômica para os níveis pré-pandemia. “As ações da empresa andam de lado desde o início do ano, o que pode ter levado alguns investidores a desfazerem suas posições”, pontua.

O mesmo aconteceu com as ações da companhia de 5G Ceragon Networks. No último dia, a companhia fechou um contrato com o governo da Indonésia para o fornecimento de internet nas áreas rurais do país. “Isto não foi o suficiente para catalisar a alta das ações, o que pode ter decepcionado alguns investidores”, afirma Lima.

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