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Primeiro fundo imobiliário ESG vai financiar hub de inovação em Brasília

FII Biotic vai explorar parque tecnológico em Brasília que será ocupado por startups

Primeiro fundo imobiliário ESG vai financiar hub de inovação em Brasília
Parque tecnológico Biotic terá formato de bairro planejado e empreendimentos locados a startups (Crédito: Divulgação/Integral Brei)
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  • Fundo ajudará a captar recursos para o desenvolvimento do Biotic, um parque tecnológico em Brasília. Desenhado como uma espécie de bairro planejado, com área de 1 milhão de m², ele abrigará startups e empresas de inovação
  • Primeira emissão de recursos deve ocorrer entre outubro e novembro deste ano e espera captar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões, de um total de R$ 5 bilhões previstos
  • Etapa inicial, de construção e desenvolvimento, será focada em investidores institucionais e internacionais, como fundos de pensão e soberanos. Abertura para a pessoa física virá na segunda fase, a partir de 2024

O mercado financeiro está cada vez mais interessado na agenda ESG, já que a adoção de práticas sustentáveis, além de benéfica para as sociedades e o planeta, pode trazer resultados financeiros mais vigorosos para as empresas. Nesse contexto, investimentos que sigam esse viés também tendem a performar melhor. Esse mercado ainda engatinha no Brasil, mas terá uma novidade interessante em breve: o primeiro fundo imobiliário com certificação ESG.

O fundo está sendo estruturado pela gestora Integral Brei e vai ajudar a captar recursos para o desenvolvimento de um parque tecnológico em Brasília, chamado Biotic. Ele foi concebido como uma smart city ou bairro planejado, tem área de 1 milhão de m² e será uma espécie de hub de inovação.

Quando estiver pronto, seus diversos empreendimentos imobiliários abrigarão principalmente startups e outras empresas de tecnologia, que pagarão ao fundo pela locação desses espaços. Como em todo bairro planejado, a ocupação urbana do Biotic será diversificada e também contará com residências, comércios, escritórios, parques e até universidades.

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O selo ESG será conferido pela Sitawi, uma empresa independente especializada nesse tipo de certificação.

Fundo foi escolhido pelo próprio empreendimento

O mais comum é que os gestores de fundos imobiliários escolham os empreendimentos que vão compor sua carteira. No caso do FII Biotic, o processo ocorreu de maneira inversa: foi a empresa constituída pelo parque tecnológico que procurou a Integral Brei.

“O plano de desenvolvimento do parque previa que a captação de recursos para o projeto seria feita por meio do mercado de capitais, mas não havia definido a estratégia ou o tipo de veículo. Fomos procurados por eles e passamos a desenvolver um fundo imobiliário nesse formato”, explica Vitor Bidetti, CEO da Integral Brei.

Antes disso, a gestora já tinha experiência com o tema sustentabilidade: havia gerido um FIP com certificação ESG e depois adaptou seu estatuto e regras de governança às diretrizes dos principais organismos internacionais de investimento ESG, dos quais se tornou signatária.

“No ano passado, inclusive chegamos a estruturar um outro FII no ramo de hotelaria e turismo, com viés ESG. Ele estava em fase de road show quando veio a pandemia, e por isso acabou sendo adiado para o ano que vem”, conta Bidetti.

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O FII Biotic terá como único escopo a exploração desse empreendimento: não serão acrescentados outros imóveis ao portfólio.

Estratégia de captação é de R$ 5 bilhões

Enquanto um grupo multidisciplinar formado por empresas de arquitetura, urbanismo e sustentabilidade trabalha em ajustes finos no parque, a Integral Brei estrutura o fundo para receber a integralização dos terrenos. A primeira emissão de recursos deve ocorrer entre outubro e novembro deste ano e espera captar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões, de um total de R$ 5 bilhões previstos.

Nessa primeira fase, de construção e desenvolvimento, o fundo optou por focar em grandes investidores institucionais e alguns internacionais, como fundos de pensão e soberanos.

Bidetti ressalta que os fundos de pensão têm horizonte de investimento de longo prazo e metas atuariais que correspondem à variação do IPCA, mais 4% a 5% ao ano, e tudo isso casa bem com a estratégia dos FIIs.

Já os investidores internacionais, que se afastaram depois que o Brasil foi rebaixado e perdeu grau de investimento, devem ser atraídos pela certificação ESG do Biotic.

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“Muitos fundos grandes de fora deixaram de investir aqui, porque suas políticas de investimento não permitiam. Mas o selo verde cria uma nova ponte para o acesso desses grandes fundos”, explica o CEO da Integral Brei.

Somente na segunda etapa, a partir de 2024, com os empreendimentos já prontos para aluguel, é que ocorrerá a abertura do fundo para pessoas físicas.

“O investidor pessoa física típico do FII busca renda e suporta menos os riscos de incorporação”, justifica Bidetti.

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