Investimentos

Fundo Verde: “Falta de estratégia do governo gera mais ruído do que sinal”

A gestora destaca as posições divergentes entre Lula e o ministro Fernando Haddad acerca da meta fiscal

Fundo Verde: “Falta de estratégia do governo gera mais ruído do que sinal”
Luis Stuhlberger, responsável pelo fundo multimercado Verde Asset Menagement (Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO)
  • Fundo Verde, do gestor veterano Luis Stuhlberger, afirmou que incertezas fiscais no Brasil contribuíram para volatilidade no cenário local em outubro.
  • Apesar disso, relatório minimizou crise no governo e disse que gera mais ruído que sinal.

O mês de outubro foi marcado por volatilidade tanto no mercado internacional, quanto no Brasil, apontou a carta mensal do fundo Verde, gestora que tem como sócio-fundador o veterano Luis Stuhlberger, divulgada nesta sexta-feira (10).

No cenário doméstico, o documento destaca as posições divergentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda Fernando Haddad acerca da meta fiscal. No entanto, a gestora minimizou as controvérsias do governo, alegando que geram mais ruídos do que sinais concretos.

“A falta de estratégia do governo muitas vezes assusta, mas como tem sido a tônica ao longo do ano, gera mais ruído do que propriamente um sinal. A volatilidade trouxe oportunidades especialmente no mercado de renda fixa que o fundo tem buscado aproveitar”, diz o relatório.

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No exterior, a gestora reforça que a volatilidade causada pelas fortes altas na curva de juros americana dominou boa parte do mês de outubro, com impactos em todas as classes de ativo. Nos últimos dias do mês, porém, esse processo se esgotou e foi possível começar a ver sinais de reversão.

O Verde destacou ainda que há evidências de que a pujança do crescimento americano no terceiro trimestre não deve se sustentar, inclusive no mercado de trabalho. O documento acrescentou que o próprio Federal Reserve reconheceu recentemente que o aperto das condições financeiras reduz a necessidade de novas altas das taxas de juros pela autoridade monetária.

“O movimento de alta dos juros americanos gerou as condições para que parasse e fosse na direção contrária. Vemos sinais fundamentais, especialmente do lado do emprego, para acreditar que essa nova tendência pode continuar”, informou o relatório.

Movimentações no portfólio

No Brasil, a Verde aumentou sua posição em juros reais, reduzindo inflação implícita. Já no mercado global, a gestora diz ter reduzido as posições tomadas (que apostam na alta dos ativos) no Japão e iniciado posições aplicadas na parte longa da curva nos EUA, além de manter as aplicações no juro real americano.

“Em moedas estamos praticamente zerados no Dólar contra o Real, mantemos posição comprada na Rúpia Indiana contra o Renminbi Chinês e aumentamos posição no Peso Mexicano contra o Euro. Continuamos com pequena alocação em petróleo”, acrescentou a gestora.

Em outubro, o Verde FIC FIM reportou queda de 0,42% e ficou abaixo do CDI, que teve alta de 1%. No ano, o fundo acumula alta de 7,72%.

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