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- As oportunidades estão nos ativos de infraestrutura, como os leilões de aeroportos e as ferrovias anunciadas
- Os spreads ainda não voltaram, estão longe do que eram antes da pandemia, então ainda conseguimos boas estruturas, com excelente risco de crédito e taxas de CDI+3% ou até CDI+4%
Há espaço para o crescimento de fundos de crédito privado, especialmente aqueles constituídos por ativos de infraestrutura e também os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). O diagnóstico parte dos especialistas no assunto das gestoras SPX Investimentos e ARX Investimentos.
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“Se vemos o patrimônio dos fundos de crédito privado em 2019 comparado ao que temos hoje estamos 10% abaixo, em termos nominais, o que mostra que há espaço para que os fundos continuem a captar”, disse Albano Franco, sócio da SPX Investimentos, em painel no evento on-line “Fitch On Brazil”, promovido pela Fitch Ratings na quarta-feira (29). Para ele, as oportunidades estão nos ativos de infraestrutura, como os leilões de aeroportos e as ferrovias anunciadas, pois “é o crédito privado que vai alimentar esses projetos”, diz.
Pierre Jadoul, gestor de renda fixa da ARX Investimentos, afirma enxergar valor nos produtos estruturados, principalmente os FIDCs. “Os spreads ainda não voltaram, estão longe do que eram antes da pandemia, então ainda conseguimos boas estruturas, com excelente risco de crédito e taxas de CDI+3% ou até CDI+4%. Às vezes você abre mão de liquidez, mas achamos que compensa”, afirmou Jadoul no mesmo painel do evento da Fitch Ratings.
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O gestor também destaca as emissões bancárias como interessantes, “sobretudo as subordinadas de bancos de primeira linha, que continuam com spread atrativo em relação ao risco, mesmo sendo instrumentos com uma duration mais longa”. Por outro lado, Jadoul conta que, embora seja difícil fugir de setores específicos no Brasil, a gestora tem evitado os mais cíclicos desde o início da pandemia, como varejo alimentar e de vestuário – com exceção empresas com presença online forte – e bens de capital.
Franco acrescenta que a gestora está acompanhando a formatação do mercado de fundos de crédito privado internacional. “Temos tentado trazer um pouco do offshore para cá, pois quando se fala em crédito no Brasil, as pessoas pensam em default [inadimplência], enquanto lá fora, pensam logo em leverage [alavancagem]. [Assim como profissionais do mercado internacional] queremos olhar mais para os riscos macro, como juros, inflação e commodities, e expressar nossa visão através do crédito”, conta o gestor.