Fachada da Americanas. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Um levantamento feito pela Quantum Finance revela que os fundos DI e os fundos de crédito privado tiveram um rendimento médio abaixo das expectativas nos últimos dois anos. Ainda assim, os retornos alcançados são considerados razoáveis, levando em conta as adversidades enfrentadas diante da crise causada pelos calotes da Americanas (AMER3) e da Light (LIGT3).
Já os fundos de crédito privado aplicam recursos em títulos de dívida emitidos por empresas privadas. Esses fundos buscam diversificar o risco de crédito ao aportar em ativos de diferentes emissores e setores da economia. A rentabilidade varia de acordo com o perfil de risco dos títulos de cada carteira.
O levantamento da Quantum, com dados até o dia 19 de maio, mostra que os fundos de crédito privado entregaram retorno médio de 12,75% nos últimos 12 meses, contra 13,50% do CDI. No retorno dos últimos seis meses a diferença é um pouco menor, tendo entregado 6% contra 6,61% do CDI.
Os fundos de crédito privado, no entanto, prometem retornos acima do CDI – o objetivo é superá-lo, com indicação de 105% a até 150% do CDI, a depender do perfil de risco desse fundo.
Avaliação
Paloma Brum, analista da Toro Investimentos, diz que, embora a média esteja ruim, há diversos fundos que conseguiram inclusive usar do momento de crise para se beneficiar. “Os casos da Americanas e da Light atingiram todo o mercado inicialmente, mas depois verificou-se que nem todos seriam de fato atingidos e com isso houve recuperação”, descreve Brum.
“Quem estava com dinheiro em caixa pegou boas oportunidades. A indústria se dividiu em dois lados: fundos que sofreram muito, principalmente em razão da Americanas. E de outro lado os fundos bem posicionados que conseguiram se beneficiar desse momento”, sintetiza a analista da Toro.
Para ela, a média acaba não mostrando as várias boas opções que seguiram entregando os retornos prometidos. “A média é essa porque houve um balanço geral, mas temos fundos que seguem performando bem acima do CDI, enquanto temos também outros com retornos até negativos”, destaca.
Ao se referir especificamente sobre os fundos DI, a analista justifica que, além de terem sido afetados pela crise de Americanas e Light, eles contam com taxas de administração, o que faz com que o retorno para o investidor tenha esse desconto. “Naturalmente o fundo DI não consegue entregar o DI cheio porque tem a taxa de administração”, lembra.