O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) recuou 0,77% em abril e terminou o mês passado em 3.381,79 pontos. O indicado havia terminado o último pregão de março em 3.408,15 pontos. Essa foi a primeira queda mensal do IFIX em 2024, que ainda sobe 2,1% no acumulado do ano.
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Para Larissa Gatti Nappo, analista do Itaú BBA, a abertura na curva de juros foi a responsável por gerar volatilidade e consequente queda do IFIX. “A abertura da curva de juros eleva a rentabilidade, por exemplo, dos títulos públicos. Os papéis indexados à inflação chegaram a oferecer IPCA + 6,11% ao longo do mês”, diz Nappo, ressaltando que isso deixa a renda fixa mais atrativa.
Desse modo, os ativos de risco, como os fundos imobiliários, sofreram com a fuga de capital do investidor para oportunidades mais seguras de investimentos.
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Ricardo Vieira, sócio e head de real estate da VBI Real Estate, lembra que vários fatores causaram essa alta da curva de juros. O primeiro deles foi a postergação do corte de juros do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA. Segundo ele, o mercado esperava que o BC americano começasse a cortar juros em março, o que só deve ocorrer em setembro ou até novembro. “Outro ponto foi que o governo mudou a projeção fiscal de 2025 de superávit de 0,5% do PIB para déficit de 0% do PIB. O cenário fiscal se deteriorou e o mercado também passou a cobrar um prêmio maior para investir na renda fixa do Brasil”, diz Vieira.
O que esperar para os fundos imobiliários até o fim de 2024?
Embora o mercado tenha ficado pessimista em abril, Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos, lembra que o segmento deve caminhar para encerrar 2024 em um patamar maior que o atual. “A queda de juros é algo importante para os fundos imobiliários. O mercado sentiu solavancos com a expectativa de uma queda menor. No entanto, os juros ainda vão cair e isso deve ser positivo para essa classe de ativos até o fim de 2024”, explica Luives.
A Selic começou 2024 em 11,75% ao ano e atualmente está em 10,75% ao ano. O BB Investimentos espera que a taxa termine o ano em 9,5%, uma queda de 1,25 ponto porcentual com o valor atual e uma redução de 2,25 pontos porcentuais na comparação com a Selic do início de 2024.