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Fundos que batem o IPCA+: saiba como investir

Títulos vinculados à inflação estão batendo os atrelados ao IPCA + neste ano

Fundos que batem o IPCA+: saiba como investir
(Foto: Divulgação)
  • Atualmente existem cerca de 3.000 fundos de renda fixa no Brasil
  • Fundos de renda fixa e também os multimercado são divididos conforme a estratégia e vencimento dos títulos
  • Antes de investir, é importante buscar informações sobre a política do fundo e quais são seus riscos

A indústria de fundos de investimentos brasileira costuma se aproveitar dos títulos vinculados à inflação para buscar melhores retornos aos seus clientes. Na média, eles estão conseguindo bater os títulos do IPCA + neste ano, com retornos nominais de 10,79%, ou pouco mais de 7% reais, quando descontada a inflação de 3,5% de janeiro a setembro.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), atualmente há cerca de 3.000 fundos de renda fixa no Brasil. São a principal categoria de fundos, com 39% do patrimônio líquido do segmento, num volume de R$ 3,1 trilhões. Desses, uma boa parte é atrelada ao CDI e outra parte atrelada ao IPCA.

Outros são multimercados (28% dos fundos) e diversificam com outras fontes de renda a exemplo de câmbio, Bolsa e juros, mas mantêm os títulos indexados à inflação na carteira, principalmente quando estão pagando juros reais a 6%.

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“Praticamente todos os fundos de investimento vão carregar títulos públicos e uma parcela usualmente é alocada em NTN-Bs”, diz Marianna Costa, economista-chefe do TC, referindo-se às Notas do Tesouro Nacional série B, que são os títulos públicos vinculados ao IPCA.

“Para um fundo perseguir a estratégia de acompanhar ou superar o IPCA, ele geralmente compra títulos indexados à inflação, os famosos Tesouro IPCA+ (antiga NTN-B)”, explica Vinícius Romano, head de Renda Fixa na Suno Research.

De uma forma geral, os fundos de renda fixa e também os multimercados são divididos conforme a estratégia e vencimento dos títulos, sendo mais ou menos ativos e apostando prazos mais curtos ou mais longos de retorno.

Usualmente vão usar os índices da família IMA-B, calculados pela Anbima, como comparativo de performance.

No ano, esses fundos estão conseguindo bater sua referência, entregando um retorno real de pouco mais de 7%, segundo os dados compilados pela Anbima até setembro.

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As corretoras trabalham com centenas de fundos e, dependendo da estratégia de seus clientes, elas indicam suas preferências. A CM Capital, por exemplo, costuma oferecer os fundos BTG Pactual Tesouro IPCA Longo FI RF Refenrenciado, Emípirica Lotus IPCA FIC FIM CP e Órama Inflação FI RF IPCA LP para quem tem foco em se proteger da inflação.

Investidor precisa estar atento

Além das sugestões, as corretoras de investimento possuem filtros e ferramentas que permitem a categorização dos fundos para facilitar a pesquisa do cliente.

“É sempre aconselhável que o investidor busque mais informações sobre a política de investimento do fundo através do material de divulgação fornecido pelas gestoras”, lembra Pedro Despessel, analista de renda fixa do Simpla Club.

A casa de análise também mostra suas preferências dentre os fundos de renda fixa que perseguem o IPCA +, citando o JGP Debêntures Incentivadas Juros Reais e o Sparta Debêntures Incentivadas Inflação, cuja rentabilidade acumulada em dois anos foi de 29% e 27%.

“Fundos com exposição à debêntures ligadas à inflação tendem a apresentar risco mais alto em relação aos fundos pós-fixados”, aponta Despessel.

Entre os riscos estão maior volatidade e influência da marcação a mercado nas cotas e o risco de crédito, já que os emissores não são o Tesouro Nacional.

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