Com alta da Selic, fundos de renda fixa entram novamente no radar

Com um cenário de retornos tímidos na renda fixa, muitos investidores ainda permanecem conservadores nas aplicações
Um levantamento realizado pela plataforma Kinvo mostra que, das mais de 17 mil carteiras registradas no aplicativo de consolidação de investimentos, dos cinco fundos com maior valor investido, quatro são de renda fixa
O campeão isolado foi o Trend DI Simples FIRF, presente em 11,7% das carteiras do Kinvo, com valor acima de R$ 250 milhões. O fundo busca replicar o retorno da Selic por meio de títulos públicos pós-fixados (LFT)

Com a alta recentes da Selic, a renda fixa voltou a ganhar certa atratividade. Mas a verdade é que títulos mais conservadores ainda apresentam retorno real negativo, quando descontada a inflação e muitos investidores permanecem receosos nas aplicações.

Um levantamento da plataforma Kinvo mostra que, dos cinco fundos com maior valor investido, quatro são de renda fixa. O mapeamento considera informações das mais de 17 mil carteiras registradas no aplicativo de consolidação de investimentos de bancos e corretoras, no último dia 5 de maio.

“Temos uma nova geração que está mais propensa ao risco, mas os investidores mais velhos estão até hoje acostumados com o histórico de taxa de juros altos, em investimentos com pouco risco”, analisa Beto Assad, analista de ações e consultor financeiro para o Kinvo.

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O campeão isolado foi o Trend DI Simples FIRF, presente em 11,7% das carteiras do Kinvo, com valor acima de R$ 250 milhões. O fundo busca replicar o retorno da Selic por meio de títulos públicos pós-fixados (LFT). Com rentabilidade acumulada de 0,73% em 2021, o produto é gerido pela asset da XP, sem taxa de administração e aplicação inicial e movimentação mínima de R$ 100.

O segundo colocado é o AZ Quest Luce FIC FI RF CP LP, que está em 4,1% das carteiras da plataforma, com valor investido superior a R$190 milhões e rentabilidade acumulada em 2021 de 1,90%. O fundo, com taxa de administração de 0,4% a 2,5% ao ano, visa o retorno de longo prazo, superior ao CDI, através da alocação em ativos de crédito privado de alta qualidade. A aplicação inicial é de R$ 5 mil e as movimentações de pelo menos R$ 2,5 mil.

“A estratégia do fundo consiste na alocação majoritária do portfólio em títulos de emissões bancárias e debêntures de alta liquidez e baixo risco de crédito privado”, diz a descrição do produto, gerido pela AZ Quest.

Em terceiro lugar aparece o BTG Pactual Tesouro IPCA Curto RF, em 3,7% das carteiras do Kinvo e com patrimônio superior a R$195 milhões. A rentabilidade em 2021 é de 0,41%. A meta do fundo é acompanhar a variação do IMA-B5, índice que acompanha a variação de títulos públicos atrelados ao IPCA com vencimento menor que cinco anos. Segundo o BTG, a taxa de administração é de 0,20% ao ano, a aplicação inicial é de R$ 3 mil e a movimentação mínima de R$ 1 mil.

O SulAmérica Inflatie Fundo de Investimento Renda Fixa Longo Prazo ficou em quarto lugar no ranking, presente em 1,8% da base de clientes. O fundo busca superar a inflação no longo prazo através de títulos como as Notas do Tesouro Nacional (NTN-B) ou Contratos Futuros de Cupom de IPCA (DAP). A rentabilidade em 2021 é negativa em 2,61%. O aporte mínimo é de R$ 5 mil e as aplicações recorrentes de R$ 2,5 mil. Gerido pela SulAmérica Investimentos, o fundo tem taxa de administração de 0,40% ao ano e taxa de performance de 20%.

O quinto colocado entre os fundos mais populares ficou com o Dahlia Total Return Advisory FIC FIM, um multimercado da gestora Dahlia Capital. O produto está presente em 1,8% das carteiras do Kinvo, com um patrimônio aproximado de R$195 milhões. O objetivo é alcançar um retorno de 10% a 15% ao ano, no longo prazo, por meio de uma carteira comprada de ações. A rentabilidade em 2021 está positiva em 0,81%. A aplicação mínima é de R$ 500 e a movimentação a partir de R$ 100. O fundo também cobra 1,85% de taxa de administração e 20% de taxa de performance.