- Reserva de valor é a capacidade de um bem de preservar seu poder de compra com o passar do tempo
- De acordo com o relatório, o maior número de transações em Ether vs. Bitcoin reflete esse domínio. Conforme o uso das criptomoedas em DeFi e NFTs se torna mais difundido, o Ether construirá sua primeira vantagem tecnológica
O banco de investimentos Goldman Sachs enviou um relatório aos clientes indicando que o Ether, criptoativo da rede Ethereum, deve superar o Bitcoin como reserva de valor. Reservas de valor são ativos capazes de preservar seu poder de compra com o passar do tempo. O report “Crypto: a new asset class?”, na tradução, Criptos: uma nova classe de ativos?, é assinado pelos analistas Mikhail Sprogis e Jeff Currie.
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“Dada a importância dos usos reais na determinação da reserva de valor, o Ether tem grande chance de ultrapassar Bitcoin como a reserva de valor digital dominante”, diz o texto.
De acordo com o documento, o ecossistema da rede Ethereum responsável pelos smarts contracts, os contratos inteligentes programados para se executarem automaticamente e sem a interferência de terceiros, proporcionam aos desenvolvedores novos jeitos de criarem aplicações na plataforma.
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Vale lembrar que a maior parte das aplicações de DeFi (finanças descentralizadas) são construídas em cima da rede. Hoje, a maioria dos NFTs, as obras de artes digitais, por exemplo, são compradas com Ether. “O maior número de transações em Ether vs. Bitcoin reflete esse domínio. Conforme o uso das criptomoedas em DeFi e NFTs se torna mais difundido, o Ether construirá sua primeira vantagem tecnológica”, diz o relatório.
No acumulado dos últimos 12 meses, o Ether registra retorno de 964,5%, enquanto o Bitcoin tem 284% de valorização. Nesta segunda-feira (31), ambas as criptomoedas estão em alta, com 4,6% e 4,1%, cotadas a US$ 2.538,03 e US$ 36.731,13, respectivamente.
Para o banco, o argumento de que o Bitcoin poderia ser uma boa reserva de valor, por ter uma oferta limitada a 21 milhões de unidades, não se aplica. A explicação é que a demanda, e não a escassez, impulsiona o sucesso dessas reservas.
“Muitos elementos escassos, como o metal precioso ósmio, não são reservas de valor. Na verdade, o fornecimento fixo e limitado eleva a volatilidade dos preços ao incentivar o acúmulo e forçando novos compradores a ultrapassar os lances dos detentores existentes, potencialmente criando bolhas financeiras”, diz o relatório.
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Além dos analistas do Goldman Sachs, o relatório conta com várias entrevistas com especialistas do mercado de criptomoedas, como Michael Sonnenshein, CEO da Grayscale Investments, Methew McDermott, diretor global de ativos digitais do banco, Alan Cohen, ex-funcionário da US Securities and Exchange Comission (SEC), entre outros.