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“O investidor deve olhar para a China”, diz CEO da Azimut Brasil

Para Giuseppe Perrucci, CEO da Azimut Brasil, o mercado chinês é um dos pilares da economia global

“O investidor deve olhar para a China”, diz CEO da Azimut Brasil
A rede internacional Azimut atua no Brasil desde 2013 (Foto: Azimut Brasil)
  • Em entrevista ao E-Investidor, Perrucci destacou que a pandemia da covid-19 intensificou a globalização, o que deve potencializar a influência econômica da China
  • Por isso, além de olhar para o mercado norte-americano e europeu, o investidor brasileiro deve ter uma parcela dos seus investimentos alocados na China
  • Mas para quem busca retorno a curto prazo, o CEO recomenda manter os investimentos no Brasil

Em comparação aos estrangeiros, o brasileiro ainda é considerado “tímido” na hora de alocar os recursos fora do mercado doméstico. Com a entrada dos BDRs (Brazilian Depositary Receipts, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores brasileira, porém, o interesse em diversificar os investimentos no exterior tem aumentado.

Além dos Estados Unidos e da Europa, que concentram os principais mercados do mundo, Giuseppe Perrucci, CEO da Azimut Brasil, aconselha que os investidores brasileiros tenham uma parcela da sua carteira no mercado chinês. Segundo ele, a potência econômica asiática tem um papel importante na economia global, o que pode oferecer retornos financeiros a longo prazo.

“Nos últimos anos, a China continuou ganhando espaço no mercado internacional. A pandemia da covid-19 trouxe um impacto importante na globalização e a China depende da globalização porque é a fábrica do mundo”, ressalta Perrucci.

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Por esse motivo, mesmo com os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia e o novo aumento dos casos de covid-19 no gigante asiático, o CEO da Azimut acredita no potencial da região. “Os índices chineses, como o índice de Xangai, são os que devem ser olhados”, orienta.

Azimut Brasil faz parte da rede internacional Azimut que está presente em 17 países, como Estados Unidos, Austrália e Emirados Árabes Unidos. O grupo, que atua no País desde 2013, conta com uma gestora de patrimônio, a Azimut Brasil Wealth Management, e a gestora de recursos AZ Quest.Ao todo, são 2,5 mil clientes atendidos pelo grupo que presta serviço de consultoria e soluções de investimentos e tem cerca de R$ 27 bilhões sob gestão.

O E-Investidor conversou com Giuseppe Perrucci sobre a importância do investidor brasileiro olhar para o mercado internacional com a perspectiva de retornos a longo prazo e como se proteger da volatilidade no mercado de capitais. Confira os principais trechos da entrevista:

E-Investidor – O movimento de alta de juros nos Estados Unidos e a guerra entre Rússia e Ucrânia criaram um momento oportuno para o brasileiro investir no exterior?

Giuseppe Perrucci – Temos a situação que o Federal Reserve (Fed) começou a subir os juros. O Banco Central da Europa também está com a mesma perspectiva, mas agora entrou uma guerra (conflito entre Rússia e Ucrânia) no cenário. Ninguém tem a capacidade de prever quando isso irá se resolver, mas todos querem que termine o mais rápido possível.

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Por isso, nesse momento específico, para um investidor brasileiro, talvez, não seja o melhor período para alocar o dinheiro no mercado externo porque o Brasil tem um pouco mais de estabilidade do que no exterior. Não temos essa guerra e o real deve seguir no percurso de recuperação de valor. Para quem já colocou os seus recursos fora e conquistou ganhos em 2020 e 2021, o interessante é trazer o dinheiro de volta para o Brasil para aproveitar essa alta dos juros e valorização do real. Trata-se de um ponto de vista tático, objetivo e de curto prazo, do mercado financeiro.

O Sr. recomenda a mesma estratégia mesmo no longo prazo?

Perrucci – Olhando para os próximos meses até o fim deste ano, eu ficaria mais com o Brasil. Se você não for resgatar esse dinheiro nos próximos seis meses, ter uma parcela no mercado norte-americano e no mercado europeu sempre vai te oferecer benefícios.

Quando falamos em mercado externo, é comum olhar para os Estados Unidos. Há oportunidades em outros mercados até mesmo fora do Ocidente?

Perrucci – Estados Unidos, Europa e China são os mercados mais representativos. A China tem um mercado interno gigante com uma capacidade de trabalho de um trilhão de pessoas. Todo mundo comprometido em trabalhar, ganhar e mudar a sua qualidade de vida. Com certeza, é um mercado que deveria fazer parte dessa diversificação internacional. Nos últimos anos, a China continuou ganhando espaço. A pandemia da covid-19 trouxe um impacto importante forte na globalização e a China depende da globalização porque é a fábrica do mundo.

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Atualmente, a China está em um período problemático com o aumento do número de casos de covid-19. Vai ter um novo lockdown? Ninguém sabe. Mas olhando para o longo prazo, o país é um dos pilares da economia global.

E quais empresas ou classe de ativos que o investidor brasileiro deve investir na China?

Perrucci – A escolha da empresa é mais um trabalho de gestora. Os índices chineses, como o de Xangai, são os que devem ser olhados. Há empresas no mercado que são similares a uma Tesla ou a uma Amazon. Mas sei que essas empresas “champions” (PetroChina, China Life e 360 Security Technology ) da China têm números gigantescos de faturamento, de clientes e atividades de negociações ao longo do dia. A minha indicação são as ações chinesas do Índice de Xangai.

Publicamos recentemente no E-Investidor um levantamento que mostra que os países emergentes, como o Peru, têm apresentado bons retornos no acumulado do ano. É interessante olhar para esse mercado?

Perrucci – Você não vai estar diversificando o seu investimento. Estará investindo em algo que é parecido com o Brasil. Aquele benefício de dar estabilidade ao seu patrimônio, você perde.

O investidor brasileiro é mais resistente em comparação aos estrangeiros na hora de investir no exterior?

Perrucci – Não é uma cultura presente. Na média, o mercado brasileiro tem menos de 1% exposto em ativos offshore. Isso é muito pouco. Na Europa, os investidores têm 30% a 40% dos seus investimentos aplicados no mercado norte-americano e mais outra parcela na China. Então, você chega a um percentual de 50% do capital exposto no mercado externo.

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Por muito anos, os investidores brasileiros não tiveram interesse nos ativos internacionais. Depois que os juros foram para níveis mais baixos, começou a surgir essa necessidade. Mas quando o mercado voltou a mostrar juros de 12%, 13% e 14% o interesse ou o apetite por outros ativos reduziu. Naturalmente, o investidor local está menos disposto em comparação a outros investidores internacionais a investir fora do seu País.

O que falta para que esse interesse pelos ativos internacionais aumente?

Perrucci –Por muitos anos, faltava regulamentação. Não era permitido. Isso começou a mudar nos últimos cinco anos com a possibilidade de investir em produtos internacionais. Por questões de regulamentação, a única opção que existia era enviar dinheiro para fora do Brasil.

Então, o Brasil está no início do processo de evolução sobre o entendimento do mercado financeiro para que seja mais maduro, como é na Europa e nos Estados Unidos. A presença de empresas internacionais ainda é muito limitada. Tem “champions” locais com uma presença muito efetiva no mercado brasileiro.

As eleições deste ano podem incentivar uma alocação em ativos internacionais?

Perrucci – As eleições não seriam um motivo nesse momento, no meu ponto de vista, para não manter os investimentos no Brasil. Não enxergo um resultado tão ruim para o mercado brasileiro ao ponto de trazer desestabilização para o real ou coisas extremas assim. De um modo geral, não deve ser um incentivo para o investidor olhar para o mercado externo. O fato dos investidores estrangeiros estarem olhando para o Brasil está acalmando mais o mercado.

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