Investimentos

Escolha um ativo para investir e passar a seu filho em 20 anos. Qual seria?

O E-Investidor replicou essa pergunta a gestores e analistas de corretoras e casas de investimento

Escolha um ativo para investir e passar a seu filho em 20 anos. Qual seria?
Dia dos Pais: como incentivar a educação financeira na vida dos filhos? (Foto: Envato)
  • Há alguns dias, a página de humor voltada ao mercado financeiro Faria Lima Elevator publicou movimentou o Twitter com uma pergunta
  • “Se o seu filho nascesse hoje e você fosse investir em um ativo, para segurar por 20 anos, e depois transferir para ele. Qual seria?”, dizia a postagem
  • O E-Investidor replicou o questionamento a gestores e analistas de investimento, que explicaram suas escolhas

Há alguns dias, a página de humor voltada ao mercado financeiro do Brasil, Faria Lima Elevator, publicou a seguinte pergunta aos mais de 263 mil seguidores em sua página no Twitter:

“Se o seu filho nascesse hoje e você fosse investir em um ativo, para segurar por 20 anos, e depois transferir para ele. Qual seria?”.

O questionamento movimentou a bolha do FinTwit, com respostas diferentes e bastante diversas, de criptomoedas a renda fixa.

O palpite que mais aparece entre as respostas é o bitcoin, principal criptoativo do mercado que na última década viu sua cotação saltar de zero até bater o recorde de US$ 68 mil em outubro do ano passado. Atualmente, a cripto é cotada na casa de US$ 28 mil.

Mas houve quem preferisse a segurança das NTN-Bs do Tesouro Direto, também conhecidas como Tesouro IPCA+. “Imbatível”, classifica o ex-diretor do Banco Central, Tony Volpon, nas interações. Com o juros a 13,75% ao ano, esses títulos têm oferecido alta rentabilidade, além de ganho real, já que são corrigidos pela inflação.

Thiago Reis, fundador da Suno, também participou da interação, indicando as ações do Banco do Brasil (BBAS3), Engie (EGIE3) e Vale (VALE3). “Teria que ser algo que provavelmente existirá daqui 20 anos. Bancos, elétrica ou commodities”, comentou no post.

Para dar continuidade à discussão e tentar entender como especialistas do mercado enxergam o cenário de investimentos de longo prazo, o E-Investidor replicou a pergunta do Faria Lima Elevator a gestores e analistas de algumas corretoras e casas de investimento. Assim como no post, as respostas também variaram, incluindo fundos de investimento e até índices de bolsas internacionais.

Confira quais ativos foram escolhidos:

Andre Mamed, gestor de portfólios da Lifetime Asset Management

  • Escolha: NTN-B 2045

“Juros reais de 6% ao ano por 20 anos é extremamente atrativo como opção de investimento a longo prazo.”

Arthur Mello, sócio da Vita Investimentos

  • Escolha: NTN-B 2045

“Olhando sobre esse aspecto de escolher um investimento apenas e fechar o olho e esperar por 20 anos, esse momento é bom para investir em títulos de inflação no Brasil. Eles pagam quase a mesma taxa, não importa o prazo escolhido, que é algo perto de IPCA + 5,5% ou 6%. Isso é dobrar o seu capital em aproximadamente 12 anos, significa que em 20 anos você vai ter quase 4 vezes o capital corrigido pela inflação.

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É um título seguro, emitido pelo governo, e com altíssima liquidez, então se acontecer algum problema no meio do caminho ainda é possível resgatá-lo. Se eu fosse escolher um ativo hoje seria esse IPCA+ para 2045.”

Carolina Taira, gestor de carteira da B.Side Wealth Management

“Para um horizonte de 20 anos e para uma pessoa muito jovem, faz sentido investir no mercado acionário, em dólar e na maior economia do planeta. O lado bom em investir em um índice como o do Nasdaq é que você sempre estará alocado nas principais empresas de tecnologia do mundo. Além disso, com alguma diversificação geográfica dado que, apesar de haver uma concentração maior nos Estados Unidos, as companhias mais relevantes ao redor do planeta buscam ser listadas neste índice.”

Clara Sodré, analista de alocação e fundos da XP

“Se meu filho nascesse hoje, e pensando em um investimento com um horizonte de 20 anos, o primeiro pensamento que teria é sobre o que pode mudar nesse tempo, porque podem ocorrer mudanças estruturais significativas no cenário macroeconômico. Dessa forma, não é recomendado concentrar os recursos em um único ativo.

Uma solução que serve tanto para os investidores iniciantes, quanto mais experientes são os fundos de investimentos, sendo uma alternativa para quem deseja diversificar sua carteira de investimentos e contar com uma gestão ativa e experiente. Mas nesse caso, investiria em uma carteira diversificada de fundos de previdência – pelas vantagens tributárias de longo prazo, podendo chegar a uma alíquota de 10% de imposto de renda, além de não ter come cotas.

Uma outra questão relevante, é que apenas os fundos de previdência permitem portabilidade sem necessidade de resgate/pagamento de imposto de renda. Então ao longo dos 20 anos é possível ter flexibilidade para mudar de classe de ativo, sem precisar se preocupar com custos. Uma alternativa com muitas vantagens operacionais e tributárias.”

Fernando Siqueira, head de research da Guide Investimentos

  • Escolha: NTN-B longa

“Primeiro, porque é um ativo com proteção contra a inflação, então, consequentemente, você teria com certeza um ganho real nesses 20 anos. Segundo, porque a taxa de juros atualmente está bastante alta, significa carregar um ativo que tem uma taxa de juros embutida de mais de 6%, que daria um ganho bastante grande depois de 20 anos.

Tem outras opções que talvez pudessem até render mais, mas em termos de risco e o retorno esse ativo é bastante bom.”

Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos

  • Escolha: Engie Brasil (EGIE3)

“Não existe bola de prata, toda empresa tem seu risco e isso tem que ser ponderado. O grande ponto é, olhando para frente, alguns fatores vão nortear o que é um bom investimento. Fluxo de caixa perene, sustentável, e um setor que tenha para onde crescer; o que nos leva ao setor elétrico no segmento de geração e transmissão de energia. Além de que quero estar daqui a 20 anos com uma empresa que tem um know how fora da curva.

Somando tudo isso – uma companhia que dá fluxo de caixa estável, que tenha expertise comprovada e em um setor que traz oportunidade, chego na Engie. Além de ser uma companhia que vem se destacando no pagamento de proventos.”

Jean Melo, sócio do AGF (Ações Garantem o Futuro)

“Atua em um setor fundamental para a sociedade, que é papel e celulose. Apesar de não ser uma empresa do BESST (sigla para banco, energia, saneamento e telecom), se provou muito resiliente ao longo do tempo.

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A empresa com seus 124 anos de existência conseguiu passar por todo tipo de cenário econômico e se inovar dentro do seu setor de atuação, trazendo tecnologia e eficiência em suas operações. Tem comprometimento socioambiental e com grandes projetos pela frente, com possibilidade de maiores lucros e consequentemente mais dividendos aos acionistas.”

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