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Investimento em imóveis: juros baixos em 2021 devem manter o setor aquecido

Rentabilidade com aluguel é o grande atrativo para quem investe neste tipo de ativo

Investimento em imóveis: juros baixos em 2021 devem manter o setor aquecido
(Foto: Evanto Elements)
  • De acordo com o último Raio-X da FipeZap de Perfil da Demanda de Imóveis, 54% dos entrevistados pretendem comprar uma nova moradia e 46% dos possíveis compradores de imóveis afirmaram que a aquisição de um imóvel seria uma forma de investimento
  • Ainda segundo o levantamento da FipeZap, dentre os perfis analisados na pesquisa, dos 46% de compradores de imóveis com foco em investimento, 72% deles pretendiam rentabilizar o ativo com aluguéis

(Wesley Gonsalves, Especial para o E-Investidor) – Mesmo diante das incertezas causadas pela pandemia do novo coronavírus na economia do Brasil, o número de pessoas com intenção de investir em imóveis se manteve em alta no quarto trimestre de 2020. De acordo com o último Raio-X da FipeZap de Perfil da Demanda de Imóveis, 54% dos entrevistados pretendem comprar uma nova moradia e 46% dos possíveis compradores de imóveis afirmaram que a aquisição de um imóvel seria uma forma de investimento.

O administrador de empresas Keigo Hossoi faz parte da lista dos que pretende adquirir uma unidade em 2021. No caso dele, imóveis fazem parte da estratégia de investimentos. Com aproximadamente metade da sua carteira de investimentos em ativos imobiliários, ele relata que cenário atual colaborou com a sua decisão de continuar olhando para o setor.

“Eu já trabalho investindo em imóveis há mais de 10 anos. Com esse cenário, eu acho que eu até ousaria a ampliar os meus investimentos, porque mesmo com as tendência de altas de commodities, eu acho que o mercado imobiliário pode prosperar”, diz Hossoi, que nos últimos anos aumentou em 30% o seu capital aplicado em apartamentos.

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Para expandir sua carteira, Hossoi recorre a linhas de crédito. “No meu caso particular, eu uso o modelo de financiamento de consórcio dos bancos. É uma modalidade um pouco distinta, mas acaba sendo um financiamento”, diz o investidor.

Danilo Igliori, economista-chefe da OLX Brasil, responsável pelo Grupo Zap,  relembra que a manutenção dos índices de intenção de compra e investimento em imóveis se deu por uma junção de fatores que tiveram início ainda em 2019, muito antes do surgimento do novo coronavírus.

“O mercado pré-pandemia vinha muito retraído. Eram poucas as pessoas que estavam prontas para tomar uma decisão. Com a queda da Selic para 2% ao ano, a taxa de juros real ficou negativa. Isso anima tanto a ponta financiadora como também habilita a ponta investidora”, afirma Igliori.

Ainda segundo o levantamento da FipeZap, dentre os perfis analisados na pesquisa, dos 46% de compradores de imóveis com foco em investimento, 72% deles pretendiam rentabilizar o ativo com aluguéis, ante 28% que pretendiam trabalhar com as revendas das unidades no futuro.

O que diz o especialista?

Quem pretende aproveitar o momento atual para adquirir um imóvel para morar, alugar ou vender no futuro precisa ficar atento às melhores formas de custear o novo bem. Os financiamentos podem ser uma opção para a compra do novo ativo, Mas os especialistas pedem cautela na hora da escolha do tipo de parcelamento.

“Basicamente, o comprador tem duas opções possíveis de correção, que são a taxa de juros pré-fixadas, ou optar por um financiamento ligado uma variação da inflação”, diz Flávio Humberto Pretti, sócio da Saroh Consciência Financeira e representante da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar).

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Para escolher qual taxa se encaixa melhor no seu perfil, o investidor vai precisar analisar os seus rendimentos futuros, reforça o planejador financeiro. “Como eu escolho uma ou outra? Você vai ter de raciocinar em cima de como será a sua receita lá na frente e se ela acompanha ou não a inflação”, afirma Pretti.

Apesar da possibilidade do parcelamento, Pretti ressalta que é importante que os compradores já tenham em mãos uma parte do capital a ser investido. “De uma maneira ou de outra, esse investidor acaba pagando um juro alto pelo financiamento, mesmo que ele escolha uma taxa já pré-fixada, pois geralmente ela está muito acima da Selic”, alerta o especialista.

Retomada do mercado

Segundo os dados da FipeZap, a intenção de aquisição de imóveis chegou a 36% nos primeiros três meses do ano, ficando abaixo da média histórica de 37%. Apesar da queda inicial, o mercado imobiliário viu sua retomada nos trimestres seguintes, mesmo durante a pandemia.

Depois de chegar a marca dos R$ 150 milhões em vendas em 2020, a construtora Tarjab aposta no aumento de investimentos no setor imobiliário para mais do que dobrar suas vendas, chegando a R$ 400 milhões em 2021.

O diretor financeiro da construtora, Vladimir Alves da Silva, explica que a empresa vê no investidor mais conservador uma possibilidade de crescimento dos seus empreendimentos. “Um dos fatores do boom do mercado, talvez o mais importante seja a taxa de juros baixa, que acaba atingindo quem tem dinheiro investido em títulos públicos. Esse investidor passa a olhar o mercado imobiliário e refletir como ele pode diversificar o seu portfólio de investimentos”, diz Silva.

Porém, o  investidor precisa ter em mente que o cenário econômico de queda nas taxas de juros e aumento na intenção de compra deve manter o mercado imobiliário aquecido em 2021. “Acredito que vamos manter os negócios no mesmo patamar do ano passado, com um certo aquecimento, mas com cautela. Nosso segmento é muito importante para a economia e, por essa razão, acredito que tenhamos mantido esse equilíbrio ao longo de 2020,” avalia o representante do órgão, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Fiscalização do Profissional Corretor de Imóveis.

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