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- Brasil ocupa hoje o posto de país com o maior patamar de juros reais do mundo
- Neste cenário, a renda fixa se mostra como a melhor opção
- Os juros no atual patamar para o mercado de renda variável é um grande vilão da performance das ações
O Brasil ocupa hoje o posto de país com o maior patamar de juros reais do mundo, de acordo com levantamento feito pela Infinity Asset Management, que inclui 156 nações. Tal situação move investidores a aproveitar a oportunidade para ganhar com a renda fixa ao mesmo tempo que exige uma proteção do patrimônio contra a inflação que corrói o poder de compra.
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A Infinity mostra que o Brasil lidera o ranking mundial de juros reais de dezembro, como é possível entender detalhadamente nesta reportagem. O cenário vai se manter o mesmo caso haja alta de juros de 0,75 ponto percentual (pp) ou baixa de 0,25 pp – os dois cenários analisados pelo estudo. Na última quarta-feira (7), o Comitê de Política Monetária (Copom) optou mais uma vez por manter a taxa Selic em 13,75% – a terceira vez consecutiva que permanece no mesmo patamar.
Neste cenário, e provavelmente até meados de junho do próximo ano, quando a maior parte do mercado aposta no início da queda da Selic, a renda fixa se mostra como a melhor opção para os investidores, principalmente os mais conservadores. O sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, Idean Alves, recomenda títulos com taxas pré-fixadas e atreladas a inflação. O motivo? “Eles estão pagando bons juros por conta do estresse da transição de governo”, explica.
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Um título que paga recompensa de 3% mais a reposição da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se torna interessante porque, segundo Alves, a inflação seguirá em alta nos próximos meses. Um levantamento feito por Michael Viriato, especialista da Casa do Investidor, mostra que, com a Selic em 13,75%; todas as opções de investimento da renda fixa oferecem ao investidor um rendimento real, como é possível ver nessa reportagem.
No entanto, os maiores rendimentos reais estão com os títulos privados, como debêntures incentivadas, Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e o Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). É possível encontrar atualmente tais ativos oferecendo retorno de 15,02%.
Por outro lado, Eliz Sapucaia, do Time de Análise da Terra Investimentos, explica que os juros no atual patamar para o mercado de renda variável é um grande vilão da performance das ações. “Isso ocorre porque fica mais caro para as empresa rodar novos projetos que exigem capital de terceiros, sejam bancos ou investidores”, diz. Mesmo assim, há oportunidades na Bolsa, inclusive com papéis que pagam dividendos.
Porém, como a expectativa é de que a taxa de juros se mantenha em 13,75% ao ano durante mais alguns meses, o cenário nos investimentos tende a se manter.
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