

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC), o Copom, subiu a taxa básica de juros do País em 1 ponto porcentual nesta quarta-feira (19). Agora, a Selic, que serve de parâmetro para todas as demais taxas de juros do mercado, está em 14,25% ao ano. É o maior patamar desde 2016 – e não deve baixar tão cedo.
Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank, espera que a Selic chegue a 15% ao ano em 2025 e só comece a baixar a partir de 2027. “Voltamos para um patamar de juros que a gente não tinha desde 2016, que foi um período em que o Brasil enfrentava uma crise econômica séria durante o governo Dilma Rousseff (PT)”, afirma.
O cenário fiscal é o principal fator que contribui para esse cenário adverso. O aumento da dívida pública preocupa os investidores, que não enxergam nenhuma medida efetiva do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para cortar gastos e contornar a situação.
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Essa expectativa de expansão fiscal alimenta as apostas em juros e inflação no Brasil mais altos, o que afasta os investidores da Bolsa de Valores. “Nos últimos meses, cresceu o porcentual de alocação em investimentos de renda fixa nas nossas carteiras recomendadas, nas opções de pós-fixado, prefixado e inflação, e multimercados e renda variável perderam espaço”, diz Haddad.
Para carteiras “nível 2”, para perfis de investidores moderados, a recomendação de alocação de renda fixa é de 54,5%, dividido em títulos pós-fixados (33,3%), atrelados à inflação (21,2%) e prefixados (22,1%). Já fundos multimercados e renda variável brasileira têm um espaço de 2,6% e 4,1%, respectivamente.
Confira aqui mais notícias da cobertura da decisão do Copom sobre a Selic nesta Super Quarta.