

O Ibovespa acumula uma alta de mais 10% em 2025, mas a sustentabilidade dessa performance não está clara. O Santander, por exemplo, continua traçando um cenário desafiador para o mercado deste ano, com inflação de 6%, acima do teto da meta, e uma taxa básica de juros Selic chegando a 15,5% ao ano. Nesta quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) subiu a Selic para 14,25% ao ano, maior patamar desde 2016.
A expectativa do Santander (SANB11) é de que os juros fiquem ainda mais altos e atinjam o maior nível desde 2006. O dólar, segundo o banco, deve fechar o ano em R$ 6. Essa visão pessimista está ligada a falta de surpresas fiscais positivas. Com o aumento da dívida pública, o banco espera uma conjuntura apertada para os ativos de risco.
Caio Camargo, estrategista de investimentos do Santander, ressalta que as principais recomendações de investimento para este primeiro trimestre de 2025 estão concentradas na renda fixa, que é divida em três pilares: Tesouro Direto, em especial o Tesouro Selic, considerado seguro e que acompanha a taxa básica de juros; Certificados de Depósito Bancário (CDBs), que oferecem boa rentabilidade e são protegidas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil; e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs), que são isentas de Imposto de Renda (IR).
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“Fundos de renda fixa, que investem em títulos públicos e privados, também podem oferecer uma gestão mais ativa e diversificada, com opções isentas”, afirma Camargo. “Mantemos uma visão positiva para a renda fixa, especialmente para os títulos pós-fixados, e uma visão mais negativa para a Bolsa local, devido à falta de gatilhos para uma performance mais positiva do Ibovespa, com os juros longos mais altos e a Selic contracionista impactando as empresas.”
Confira aqui mais notícias da cobertura da decisão do Copom sobre a Selic nesta Super Quarta.