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Foto: Adobe Stock"
A política fiscal no Brasil tem sido um ponto de atenção para investidores, influenciando o mercado e a cotação do dólar. O governo busca equilibrar as contas, mas as incertezas sobre arrecadação e gastos afetam o câmbio, que já responde a fatores externos, como a política monetária dos Estados Unidos. O dólar oscila, impactando setores ligados ao comércio internacional e o bolso do brasileiro que pretende ir ao exterior. O Ibovespa também sente os efeitos desse cenário econômico. A Selic, ainda alta para conter a inflação, encarece o crédito e reduz a liquidez.
Nos Estados Unidos, as medidas protecionistas de Donald Trump seguem influenciando o comércio global. Tarifas sobre importações e políticas voltadas à indústria nacional alteraram cadeias produtivas e trouxeram mais volatilidade para mercados emergentes, como o Brasil. Com tantas mudanças, a atuação dos gestores de investimentos ganha ainda mais peso. Esses profissionais analisam riscos e oportunidades para garantir decisões bem fundamentadas, ao proteger o patrimônio dos clientes e buscar boas oportunidades de rentabilidade. O acompanhamento, a comunicação transparente e a adaptação às mudanças são fundamentais para dar segurança a quem investe.
A partir dessa ótica, reconhecer instituições que oferecem serviços de qualidade aos investidores se torna ainda mais relevante. O Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGVCef) e a Toluna Insights elegeram as instituições financeiras que se destacam na oferta de produtos e serviços de investimento por meio do estudo Melhor Banco e Plataforma para você investir (MBPI). O levantamento avaliou critérios como qualidade da gestão, transparência e acessibilidade, ajudando o público a tomar decisões mais informadas sobre onde alocar seus recursos.
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O MBPI dá ênfase aos fundos de investimento porque esses produtos permitem acesso a diferentes classes de ativos, combinando praticidade e diversificação. Além disso, os fundos são estruturados de forma que garantam maior transparência na gestão dos recursos, possibilitando que investidores de perfis distintos encontrem opções adequadas às suas necessidades e objetivos. “Diversos estudos acadêmicos mostram que são poucos os gestores competentes que geram alfa, ou seja, cujo desempenho supera a média do mercado”, diz William Eid Júnior, professor da FGV e um dos criadores do prêmio. “A busca por quem oferece qualidade de gestão é crucial para os investidores que desejem obter bons resultados em suas aplicações”.
Os melhores bancos para investir
O Bradesco (BBDC4) foi eleito o melhor gestor de fundos de investimento no estudo realizado pela FGV, ficando no topo do ranking geral. O banco garantiu a liderança em três categorias de fundos: multimercados, money market e renda fixa. Além disso, conquistou o primeiro lugar nos segmentos de alta renda e varejo, demonstrando um forte desempenho e atraindo diferentes perfis de investidores.
Na segunda posição geral, o Santander (SANB11) também teve um bom desempenho. O banco ficou em segundo lugar nos fundos multimercados e money market, além de ocupar a mesma colocação nos segmentos de alta renda e varejo. Apesar de não liderar em nenhuma das categorias analisadas, a instituição conseguiu manter posições competitivas em diversas frentes, garantindo uma colocação de destaque no estudo.
O Itaú (ITUB4) conquistou o terceiro lugar no ranking geral, apresentando bons resultados em algumas categorias, como money market, em que ficou em terceiro, e renda fixa, com a quarta colocação. O banco também teve um desempenho intermediário nos fundos de ações e multimercados, o que garantiu sua posição entre os três melhores gestores avaliados.
Na quarta posição geral, o Banco do Brasil (BBAS3) teve um desempenho sólido, se destacando especialmente nos fundos de ações, conquistando a segunda colocação nessa classe de ativos. Em outras categorias, os resultados foram mais discretos, mas ainda suficientes para manter o banco entre os cinco primeiros.
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A Caixa Econômica Federal ficou em quinto lugar na classificação geral, mas conseguiu bons resultados em algumas categorias. O banco foi terceiro colocado nos fundos de ações e renda fixa, além de conquistar a mesma posição nos fundos multimercados. Apesar disso, teve um desempenho inferior nos segmentos de investidores de alta renda e varejo, o que influenciou sua colocação final.
Fechando o ranking, o Safra garantiu a sexta posição geral, mas foi o único banco que conseguiu o primeiro lugar em fundos de ações. Nas demais categorias, seu desempenho foi mais modesto, com colocações intermediárias ou mais baixas. Nos segmentos de investidores de alta renda e varejo, o banco ficou em quinta e sexta posições, respectivamente. Para o Safra, a conquista do prêmio está diretamente ligada à qualidade e à experiência de suas equipes, que trabalham com uma abordagem estruturada e processos de gestão consolidados ao longo dos anos.
A instituição diz que tem apostado em uma estratégia que combina disciplina na alocação dos recursos e rigor na análise de oportunidades, o que garante que as decisões sejam embasadas em critérios técnicos e na busca por rentabilidade sustentável. “Todos os ativos, sejam próprios ou de terceiros, passam por uma avaliação criteriosa antes de serem disponibilizados aos clientes. Além disso, a assessoria de investimentos do banco tem profundo conhecimento sobre os produtos e oferece suporte especializado para ajudar os clientes a diversificarem suas carteiras de forma estratégica e segura”, diz o superintendente executivo do Safra Asset, Bruno Bonini.
A metodologia utilizada pela FGV levou em conta o retorno das aplicações e os fatores como risco e aderência das recomendações ao perfil do investidor. A avaliação dos fundos considera critérios como Índice de Sharpe Generalizado e o Índice de Aderência e Retorno, amplamente reconhecidos no meio acadêmico e no mercado como referências para medir o desempenho de produtos de investimento.
As melhores plataformas e gestoras para investir
O BTG Pactual foi eleito a melhor plataforma de investimentos no estudo da FGV, liderando o ranking geral. O banco se destacou ao ocupar o primeiro lugar nas categorias de fundos multimercados e renda fixa, além de também ser a plataforma mais bem avaliada nos segmentos de alta renda e varejo. A performance em diversas frentes consolidou o BTG como a principal plataforma para investidores. “O projeto de uma plataforma de distribuição de investimentos começou em 2014 e o banco já investiu cerca de R$ 10 bilhões em infraestrutura e sistemas”, diz Marcelo Flora, diretor estatutário do BTG Pactual responsável pela Área de Digital e Banking.
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A XP (XPBR31) ficou com a segunda posição geral, tendo um desempenho forte nas categorias de fundos de ações e multimercados, onde conquistou a segunda colocação. Além disso, ficou na vice-liderança nos segmentos de alta renda e varejo, demonstrando sua relevância no mercado. A SPX fechou o pódio na terceira posição geral, alcançando o primeiro lugar na categoria de fundos de ações e a terceira posição em multimercados e no segmento de alta renda. A presença entre os três primeiros em diferentes categorias reforça sua competitividade entre as plataformas de investimento.
A SulAmérica apareceu na quarta posição geral, impulsionada pelo terceiro lugar na categoria de renda fixa e colocações intermediárias em outras categorias. O BNP Paribas, que ficou na quinta posição, se destacou ao conquistar o primeiro lugar na categoria de money market e a segunda posição em renda fixa. A Western também teve uma participação relevante, ficando em quinta colocação geral e garantindo o primeiro lugar no segmento de varejo. Já a JGP, que fechou o ranking geral na nona posição, conseguiu o terceiro lugar na categoria de multimercados.
Qualidade do atendimento dos bancos
O estudo também avaliou a qualidade do atendimento dos bancos e plataformas de investimento, considerando nove aspectos principais. O primeiro é a eficiência, que avaliou a facilidade de uso e a intuitividade dos serviços oferecidos. Em seguida, a disponibilidade examinou eventuais falhas ou instabilidades nos sites e aplicativos das instituições.
O critério de realização analisou o tempo necessário para concluir transações financeiras. A privacidade verificou o nível de proteção dos dados dos clientes, enquanto a responsabilidade observou como as instituições lidam com problemas e sua capacidade de resolvê-los. O aconselhamento avaliou a qualidade das orientações fornecidas aos usuários, considerando clareza e efetividade.
O critério de contato mediu a agilidade e acessibilidade no atendimento presencial ou remoto. O valor percebido analisou a transparência na comunicação de taxas e tarifas, além da competitividade dos custos. Por fim, a lealdade observou a probabilidade de o cliente recomendar a plataforma para amigos e familiares.
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No estudo, o Itaú se destacou, conquistando prêmios em quatro categorias: disponibilidade, privacidade, responsabilidade e aconselhamento. O Bradesco foi premiado em valor percebido e lealdade, enquanto o Santander foi reconhecido pelo contato com o cliente. A Caixa obteve o prêmio de eficiência no atendimento, e o Banco do Brasil levou o prêmio de realização.
Entre as plataformas digitais, a Toro Investimentos se destacou como a mais premiada, conquistando prêmios em eficiência, realização, responsabilidade e valor percebido. A Rico se destacou em privacidade, aconselhamento e contato, enquanto a XP foi reconhecida por sua disponibilidade. O Banco Inter (INBR32) foi premiado em lealdade.
A análise dos critérios revelou que a eficiência foi o aspecto mais bem avaliado, com um impacto positivo de 15,16%, seguido de realização (14,89%) e valor percebido (4,92%). Responsabilidade também teve um bom desempenho, com 4,74%. Já os critérios contato e lealdade apresentaram ganhos menores, com 1,53% e 0,66%, respectivamente.
Por outro lado, alguns aspectos apresentaram avaliações negativas: disponibilidade registrou uma queda de 13,25%, privacidade caiu 7,91% e aconselhamento teve uma redução de 0,80%. A média ponderada geral do atendimento bancário ficou em 1,85%, indicando um desempenho positivo, mas com desafios em áreas como privacidade e disponibilidade.
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