- Um levantamento feito pela Quantum Finance mostra que alguns fundos de ações estão conseguindo driblar a má-fase e entregar uma boa rentabilidade em 2022
- Os fundos Bradesco Cielo FI Ações e BB Cielo FI Ações acumulavam até o dia 14 de novembro uma valorização de 128,12% e 125,80%, respectivamente
- Por serem fundos passivos que aportam em ações da Cielo (CIEL3), se beneficiam do bom desempenho desses papéis no ano
Um levantamento feito pela Quantum Finance a pedido do E-Investidor mostra que alguns ativos estão conseguindo driblar a má-fase dos fundos de ações e entregar uma boa rentabilidade em 2022.
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Os fundos Bradesco Cielo FI Ações e BB Cielo FI Ações acumulavam, até o dia 14 de novembro, uma valorização de 128,1% e 125,8%, respectivamente.
Veja os 10 fundos com melhor desempenho no período:
Fundo |
Retorno no ano*
|
BRADESCO CIELO FI AÇÕES | 128,1% |
BB CIELO FI AÇÕES | 125,8% |
BRADESCO BB SEGURIDADE FI AÇÕES | 58,7% |
BB AÇÕES BB SEGURIDADE FI AÇÕES | 58,7% |
ITAÚ PETROBRAS FI AÇÕES | 46,2% |
ITAÚ INDEX PETROBRÁS FIC AÇÕES | 45,9% |
BRADESCO H PETROBRAS FI AÇÕES | 45,3% |
BRADESCO PETROBRAS FI AÇÕES | 45,2% |
CAIXA PETROBRAS FI AÇÕES | 45,2% |
*Fonte: Quantum Finance / Rentabilidade acumulada entre 03/01/2022 até 14/11/2022
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Os dois fundos líderes em 2022 têm exposição majoritária em ações da Cielo (CIEL3), o que explica o bom desempenho conquistado até aqui. Os papéis da empresa de serviços financeiros acumulavam uma alta de 132,2% até o dia 14 de novembro. Trata-se de um salto de R$ 2,20 no primeiro pregão do ano para R$ 5,11 na data do levantamento da Quantum.
“São fundos passivos, que só acompanham as ações da Cielo, a empresa que mais sobe no ano. É uma alta ligada especificamente à companhia”, afirma Vania Cervini, especialista em investimentos da Ágora Investimentos.
A CIEL3 passou grande parte do ano liderando a ponta positiva do Ibovespa, uma mudança considerável na trajetória de um ativo que até então era considerado o “patinho feio” da bolsa. Como mostramos nesta reportagem, fazia tempo que esses ativos não performavam tão bem. De 2018 a 2021, as ações operaram no vermelho com tombos superiores a 50%.
Mas, em 2022, os balanços trimestrais da companhia revelaram ganhos operacionais, com foco na contenção de custos e em seu principal negócio – os pagamentos por meio de cartões de crédito e débito. O patamar descontado a que a ação começou o ano também contribuiu para atrair investidores para o papel. Sorte dos fundos focados no ativo.
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O Bradesco Cielo FI Ações e o BB Cielo FI Ações são abertos a todos os tipos de investidores. O primeiro tem aplicação inicial de R$ 300, enquanto o segundo não exige valor mínimo.
Segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o fundo administrado pelo Bradesco tem R$ 51.214.482,81 em patrimônio líquido. O do Banco do Brasil, R$ 14.959.782,52.
Ano ruim para os fundos de investimentos
O benchmark dos fundos de ações é o Ibovespa, que encerrou o primeiro pregão de dezembro aos 110.925,60 pontos, com uma alta anual de 5,82%. Apesar de ser o parâmetro usado como referência da performance desses ativos, segundo especialistas, são poucos os fundos que estão conseguindo superar o índice em 2022.
“Foi um ano muito ruim para os fundos de ações. Há pouquíssimos no positivo e muitos caindo mais de 15%, mesmo com o Ibov em alta de 6%”, diz Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos e colunista do E-Investidor.
O especialista em fundos explica que, assim como as ações de Cielo, apenas Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) tiveram movimentos relevantes de alta. No geral, 2022 foi um período especialmente difícil para as ações ligadas à economia doméstica. Veja o que esperar do último mês do ano.
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“Varejo, setor imobiliário e energia; todos sofreram muito por questões macro ou micro e agora lidam com as incertezas do novo governo. Ainda vimos o investidor pessoa física saindo do mercado, com os fundos passando por dezenas de semanas seguidas de resgates”, destaca Kawa.
Para 2023, as perspectivas também são cautelosas. Os mercados de renda variável, não só no Brasil, vão enfrentar a desaceleração das economias desenvolvidas que pode continuar penalizando os ativos. “A economia real vai sentir todo o impacto desse aumento nos juros e redução de liquidez no exterior. Acredito que 2023 também vai ser um ano difícil”, afirma Tomás Awad, sócio-fundador da 3R Investimentos.