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- Viemos de um mês positivo em maio e um começo de junho animado e a corretora fez "mudanças táticas" nas carteiras
- Excluimos as ações do Assaí (ASAI3) e da Porto Seguro e colocamos Cyrela e Vivara; na carteira de Dividendos, substituímos a B3 por BTG Pactual; na carteira Valor, tiramos Gerdau e colocamos Multiplan e, em Fundos Imobiliários, aumentamos a participação do FII RBR Rendimento High Grade (RBRR11)
O bom desempenho da Bolsa brasileira no mês de maio refletiu a precificação antecipada do mercado financeiro sobre um corte mais próximo da Selic, na visão de analistas do Santander. Apesar de dados contribuírem para esta expectativa, como o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro que registrou alta de 1,9% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre, os profissionais Ricardo Peretti, Flávio Pires e Guilherme Motta, acreditam que o movimento otimista ainda não reflete todo o espaço em potencial para o crescimento do Ibovespa.
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“A Bolsa está barata e o índice Bovespa deveria estar em 120 mil pontos diante do otimismo do mercado com a possibilidade de corte de juros”, afirmou o estrategista equity da corretora, Ricardo Peretti, em videoconferência realizada na terça-feira (6).
Para examinar o impacto da taxa Selic no Ibovespa, Peretti analisou os períodos de afrouxamento da política monetária a partir de março de 1999. Em média, o Ibovespa subiu 12,4%, 14,3% e 12,7% nos 12 meses, 6 meses e 3 meses antes do início dos ciclos de afrouxamento monetário.
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No entanto, um mês após o primeiro corte, o Ibovespa caiu, em média, 2,5%. “É interessante notar que depois que os cortes nas taxas de juros começam a impactar positivamente os resultados das empresas, o desempenho do Ibovespa passa a ser positivo novamente”, explicou o analista.
Carteira para junho
“Viemos de um mês positivo em maio e um começo de junho animado”, disse Peretti, complementando que a corretora fez “mudanças táticas” nas carteiras. Para junho, o Santander excluiu as ações do Assaí (ASAI3) e da Porto Seguro da carteira Ibovespa+, mencionando que esperam que os resultados do Assaí sejam afetados pela desaceleração da inflação de alimentos e pelo menor ritmo de abertura de lojas.
No lugar dessas empresas, entraram Cyrela e Vivara. “Optamos por essas escolhas para tornar a carteira mais cíclica e mais sensível a juros. Assaí foi fraca no mês de maio e Porto é desfavorável neste primeiro momento diante da possibilidade de corte de juros pelo Banco Central”, explica Peretti. Do ponto de vista ESG, a corretora destaca as melhorias demonstradas na governança corporativa da Vivara desde o IPO e as robustas políticas de gestão de riscos aplicadas ao monitoramento de sua cadeia de suprimentos.
Na mesma toada, a corretora substituiu na carteira de Dividendos a B3 por BTG Pactual, já que esperamos que este último se beneficie mais de possíveis cortes nas taxas de juros à frente, além de prever que a empresa poderá passar por uma revisão de lucros para cima por parte do mercado.
Já na carteira Valor, os analistas escolheram excluir Gerdau e colocar Multiplan, enumerando quatro motivos: um reajustes de aluguel com a consequente recuperação do tráfego nos shoppings; adaptação dos shoppings às novas realidades omnicanal; investimento em soluções tecnológicas e em startups; e, melhor ambiente macroeconômico e consequente redução das taxas de juros de longo prazo no Brasil.
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Já para em relação à carteira recomendada de Fundos Imobiliários, o analista Flávio Pires destaca que neste mês a corretora optou por aumentar a participação do FII RBR Rendimento High Grade (RBRR11).
“Gostamos do Fundo por ter um time de gestão experiente e estratégias bem definidas, com preferência para a própria originação e estruturação dos Certificados Recebíveis Imobiliários (CRIs)”, afirmou. Para abrir espaço para o RBRR11 a corretora retirou da carteira o FII TG Ativo Real (TGAR11).