

Na segunda-feira (18), o Morgan Stanley rebaixou sua recomendação do Brasil para underweight; termo usado para se referir a um posicionamento abaixo da média do mercado, o equivalente à venda.
Nesta terça-feira (19), o Goldman Sachs seguiu o mesmo caminho.
As mudanças acontecem em um momento de volatilidade no mercado brasileiro, enquanto a Bolsa anda de lado frente à abertura da curva de juros e disparada do câmbio. Além de um cenário de incertezas no exterior, por aqui investidores aguardam o prometido pacote de corte de gastos do Executivo para ter mais clareza com a trajetória fiscal do País.
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E é justamente essa incerteza que fez o Morgan Stanley pregar maior cautela para com as ações brasileiras. Em relatório, o banco diz que a capacidade de o governo brasileiro convencer os mercados sobre as metas fiscais é chave para manter a confiança de investidores domésticos e internacionais no País. “O Brasil permanece em um impasse fiscal que provavelmente necessitará de um ponto de virada”.
O cenário-base da instituição é que o governo avance a “trancos e barrancos”, mantendo a taxa de juros elevada. O preço-alvo para o Ibovespa é de 146 mil pontos ao final de 2025, cerca de 15% de valorização potencial.
O Goldman Sachs por sua vez destaca que a América Latina tem registrado o pior desempenho dentre os mercados emergentes em 2024, o que faz o banco se manter “seletivo” para 2025. A preferência é por Chile e Peru, mercados expostos a cobre. O banco mantém recomendação underweight para o Brasil entendendo que a taxa de juros permanecerá elevada, o que pressiona as ações e cria riscos para os lucros das empresas em um contexto de desaceleração do crescimento e política monetária mais apertada.
“Embora os valuations pareçam baratos em comparação com o histórico, vemos espaço para ‘apanhar’ ainda mais com o aumento de juros colocando ventos contrários ao mercado local. Vemos o Brasil como um potencial candidato à recuperação à medida que avançamos ao longo do próximo ano, especialmente quando o ciclo de aumento da taxa atingir o pico”, diz o relatório.
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