- Governo anunciou que investirá R$ 1,68 trilhão nos próximos anos
- Relatório do BTG prevê impulso a empresas como CCR e Ecorodovias
- Empresas que podem ser beneficiadas operavam em queda nesta sexta (11)
Com o lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as ações das empresas dos setores de logística, infraestrutura e energia listadas na Bolsa entram no radar dos investidores. O programa pode dar fôlego à economia, mas acende uma luz amarela em relação às contas públicas e as empresas estatais.
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O governo anunciou hoje, no Rio de Janeiro, que investirá R$ 1,68 trilhão nos próximos anos através do Orçamento, empresas estatais, financiamentos e em parceria com o setor privado.
Relatório do Banco BTG (BPAC11), assinado pelos analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia, prevê impulso a empresas como CCR (CCRO3) e Ecorodovias (ECOR3), com novas abordagens regulatórias para o setor rodoviário.
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“Numerosos projetos ajudam a gerenciar os níveis de competição em cada um, apoiando retornos decentes”, diz o banco.
Impacto do PAC já está no preço
Para as companhias de logística e grãos, como Rumo (RAIL3) e Hidrovias do Brasil, o banco de investimentos diz que a atenção ficará sobre os anúncios de projetos de terminais graneleiros nas regiões Sul e Norte Corredores. “A concorrência de outras linhas ferroviárias também merece atenção”, diz o relatório do BTG.
Na manhã do anúncio do novo PAC, nesta sexta-feira (11) no Rio, algumas das empresas listadas em Bolsa que podem ser beneficiadas pelo pacote de investimentos do governo operavam em queda.
A Rumo amargava uma baixa de 4%, Ecorodovias (ECOR3) operava em -1,40% e a CCR (CCRO3), em 0,83% negativos. A Hidrovias do Brasil estava em terreno positivo com avanço 1,53%.
Para o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, parte do impacto do PAC já está no preço desses ativos. “As empresas desses setores vão surfar nessa injeção de ânimo, mas há uma distância entre o anúncio e a execução dos projetos previstos no programa federal”, diz .
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Igliori pondera que o programa federal tem o ponto positivo de ativar investimentos, inclusive em obras que estavam paradas, trazendo efeitos multiplicadores no curto prazo.
Histórico negativo pesa nas previsões
O copo meio vazio, no caso, fica por conta do histórico negativo das duas versões anteriores do PAC, que tiveram um baixo percentual de entrega e e foram envolvidos em escândalos de corrupção. Esses fatores geram dúvidas sobre a capacidade de entrega dos novos projetos. “Papel aceita tudo”, diz Igliori.
O economista Pedro Paulo Silveira diz que é preciso ver os detalhes de cada projeto previsto no PAC para ter uma ideia do que virá. “Precisamos entender também os impactos sobre as contas públicas e sobre empresas como a Petrobras (PETR4)”, diz.
A expectativa fica sobre os cronogramas, a exemplo das primeiras seções que devem ser leiloadas este ano na privatização das rodovias BR-381 e BR-040 e novas regulamentações para a devolução de ativos que ficaram travados nas versões anteriores.
No setor de ferrovias há a expectativa sobre a renovação da concessão da VLI para a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), “tópico-chave no setor”, diz o BTG.
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