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Investimentos

Especialistas indicam investimentos para se proteger das eleições

As eleições de outubro já fazem preço na bolsa de valores e têm afastado a alocação de recursos no País

Especialistas indicam investimentos para se proteger das eleições
Período de eleições tende a trazer insegurança para investidores, independentemente dos candidatos em destaque. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
O que este conteúdo fez por você?
  • Anos leitorais representam momentos de incertezas e flutuações no mercado de capitais
  • O E-Investidor conversou com especialistas para ter recomendação de ativos para investir e se proteger contra a instabilidade no mercado

(Natália Coelho, especial para o E-Investidor) – Anos eleitorais representam momentos de incertezas e flutuações no mercado de capitais. De acordo com a Janus Henderson Investors, gestora global com cerca de US$ 330 bilhões sob gestão, além de toda a incerteza global, as eleições presidenciais de outubro já estão fazendo preço na bolsa de valores e têm afastado a alocação de recursos no País.

“Olhando de fora, a bolsa brasileira realmente parece barata e não há dúvida sobre isso. Mas estamos cautelosos com o mercado brasileiro. Tem a dinâmica eleitoral, a incerteza política e algumas pressões sobre os consumidores que ainda precisamos ver como vai impactar o sistema bancário”, disse Matt Peron, gerente de portfólio na Janus, nesta entrevista.

Entre a renda variável, mais agressiva, e a renda fixa, mais conservadora, o E-Investidor procurou especialistas para ter recomendações de ativos para investir durante a instabilidade e se proteger de outros fatores de risco, como o aumento da inflação ou novos ajustes nas taxa de juros.

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Veja as recomendações a seguir:

Nord Research

O sócio e analista da Nord Research, Guilherme Tiglia, destaca que uma boa forma de investir com um pouco mais de segurança na renda variável é focar em empresas que oferecem serviços indispensáveis. O analista indicou três ações de empresas de energia para investir, de forma a se proteger dos possíveis riscos fiscais e inflacionários das eleições.

1. EDP Brasil (EENBR 3)

Companhia integrada do setor elétrico, com geração, distribuição e transmissão, a EDP Brasil conta com cerca de 35% de seu Ebitda, indicador financeiro utilizado para medir os resultados de uma empresa, a partir da distribuição de energia. Segundo Tiglia, a EDP Brasil vem apresentando um crescimento consistente ao longo dos anos.

“Em meio a um cenário inflacionário, que leva ao aumento nos juros e nas despesas financeiras das empresas, companhias que apresentam a capacidade de reajustes periódicos, com segurança e poder de repasse, conseguem ser destaques durante a turbulência que vivemos”, diz.

2. Engie Brasil (EGIE3)

Tiglia destaca que investir na Engie Brasil é uma forma de diversificar o portfólio para outras frentes de atuação no setor. Focada em transmissão de energia, ele defende que a empresa vem diminuindo sua exposição ao risco hidrológico por meio de investimentos em fontes renováveis, como eólica e solar.

Isso significa que, com uma possível normalização no cenário hidrológico do País, a empresa deverá apresentar um maior potencial de geração de resultados.

“A Engie possui uma série de características positivas. Há um excelente histórico de execução da gestão, boa administração, retorno aos acionistas em patamares elevados, alavancagem financeira controlada, previsibilidade e solidez nos resultados e projetos em andamento”,diz. “Todas elas contribuem para a distribuição de proventos aos acionistas, sendo uma ótima escolha para quem quer receber dividendos em 2022.”

3. ISA Cteep (TRPL4)

Por fim, a ISA Cteep (TRPL4) é uma empresa de transmissão de energia elétrica que, por não depender do volume de energia, mas da disponibilidade das linhas, é vista como vantajosa pelo analista. Seus contratos são reajustados de acordo com a inflação, de forma que são bons negócios para garantir a proteção frente às incertezas políticas.

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“Em meio a um cenário inflacionário, que leva ao aumento nos juros e nas despesas financeiras das empresas, companhias que apresentam a capacidade de reajustes periódicos, com segurança e poder de repasse, conseguem ser destaques durante a turbulência que vivemos.só transmissão”.

Fatto Capital

A assessora de investimentos e sócio-fundadora da Fatto Capital, Cristina Atalla, indica a renda fixa como forma de se proteger do cenário de incertezas. Ela também sugere fundos imobiliários, mas lembra que os ativos também enfrentam oscilações no mercado e devem ser adicionados com precaução na carteira, a depender do perfil de investidor.

1. Renda Fixa indexada ao IPCA

Como forma de proteger o patrimônio, o investimento da renda fixa indexada ao IPCA é uma boa opção de conseguir segurar as flutuações da economia. Segundo Atalla, por correção com o IPCA, ou seja, ao custo de vida, o produto pode garantir uma segurança maior sobre o poder de compra.

“O IPCA é um título híbrido porque tem a indexação do IPCA, que é a proteção da inflação, mais uma taxa pré-fixada. Com a compra desse papel, o investidor rentabiliza acima da inflação”, destaca.

Em tempo: há três formas de comprar os títulos. Via Tesouro Selic IPCA (mais seguro de todos por ser emitido pelo Governo, mas com incidência no Imposto de Renda e com taxas menores); crédito privado (título de dívidas de empresas, isentos do IR, mas com riscos maiores – como a falência da empresa, por exemplo); e Certificados de Depósito Bancário, os CDBs (emitidos por instituições financeiras, com incidência do IR, mas que conta com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito, associação que protege os investidores).

2. Renda Fixa pós-fixada

Por ter um percentual do CDI, a renda fixa pós-fixada é um investimento que, segundo Atalla, tem uma correlação com a inflação e serve como proteção, visto que o título acompanha as movimentações do merccado.

“Se você tem um papel que te corrija uma porcentagem do CDI, não importa como esteja o índice naquele momento, você sempre vai ganhar acima”, diz.

3º papel – Fundos Imobiliários

A especialista recomenda ainda os fundos imobiliários (FIIs), especialmente os que têm composição de papéis de dívidas. Segundo Atalla, os ativos são interessantes para os momentos de incertezas futuras, já que são indexados ou pelo CDI ou pela inflação. Apesar dessa vantagem, vale ressaltar que os FIIs são produtos de renda variável, portanto, não existe uma garantia de rentabilidade.

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“Quando falamos de diversificação de investimentos, o investidor pode ter na carteira dele até 7% dos investimentos em renda variável. Porém, é importante que ele aceite que esse pedaço vai sofrer volatilidade”, afirma.

Criteria Investimentos

Segundo Vitor Miziara, assessor de investimentos e sócio da Criteria Investimentos, seguir na renda fixa ou se aventurar levemente no mercado de ações são formas de se proteger da volatilidade e de uma possível alta de juros. Ele destaca empresas essenciais, como saúde, energia e bancos.

1. Renda fixa pós-fixada

Miziara diz que o ideal é seguir com ativos que acompanham a oscilação de juros. Ele também recomenda a renda fixa pós-fixada como uma das melhores opções para seguir com essa segurança e se proteger da alta volatilidade.

“É um ativo em que a pessoa nunca perde dinheiro. Independentemente do governo eleito, o produto vai entregar o que a Selic estiver rendendo, para menos ou para mais. É o mais seguro que tem”, diz.

2. Ativos atrelados à inflação (CDB, LCI, debêntures de crédito privado)

Com o aumento da inflação, faz sentido pensar em investir em ativos com a rentabilidade atrelada à inflação, como CDB, LCI e debêntures de crédito privado. Segundo Miziara, os ativos podem proteger a carteira de crises ou mudanças bruscas do governo.

“No caso de uma melhora da economia, o título rende menos. Mas só no cenário macro como um todo, a inflação menor já é uma proteção ao poder de compra. Ou seja, a pessoa continua com uma rentabilidade atrativa”, diz.

3. Ações de empresas de saúde, banco ou energia

Segundo o assessor, para aproveitar a alta volatilidade, mas sem correr muito risco no mercado, o ideal é investir em ações de empresas que não são tão afetadas pela crise, como saúde, bancos e energia, por serem setores mais perenes.

“É importante pensar nas coisas que as pessoas continuam usando. Essas empresas continuam performando bem em termos de resultado, independente de governos”, afirma Miziara.

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