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- A competição entre os players do mercado deve baratear os serviços
- Porém. o compartilhamento de dados sensíveis dos brasileiros traz questionamentos sobre os riscos
(Aramis Merki II) – O sistema financeiro está caminhando para um modelo de compartilhamento total das informações dos clientes entre todas as instituições. O chamado Open Finance promete facilidades para a experiência dos clientes como investidores, com acesso a mais produtos. Além disso, a competição entre os players do mercado deve baratear os serviços, apontam atores desse mercado.
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A primeira vantagem que o modelo trará aos consumidores, indica Luciane Effting, head de distribuição de produtos de investimento do Santander Brasil, é a consolidação da vida financeira em apenas ‘uma tela’. “O investidor terá facilidade pra acessar suas informações e assim fazer escolhas.”
Rafael Shur, sócio da consultoria EY, trouxe números de pesquisa da empresa que, segundo ele, indicam entusiasmo do consumidor financeiro brasileiro para o novo formato. De 540 pessoas ouvidas no País, 83% esperam que suas instituições abram suas plataformas, diz Shur.
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O compartilhamento dos dados deve trazer transformações também na concessão de crédito, indica Guilherme Horn, diretor de estratégia do Banco Votorantim (BV). Em um histórico deste mercado, ele explica que a análise para o crédito era feita no início olhando dados negativos, depois passaram a buscar dados positivos dos clientes.
Atualmente já são usados dados secundários, de comportamento, e Horn indica que as informações sobre investimentos serão mais um elemento importante de garantia. “Algumas casas já olham para estas informações, mas com acesso aos dados de toda a vida financeira dos clientes os modelos vão ficar mais sofisticados.”
Segurança dos dados
O compartilhamento de dados sensíveis dos brasileiros traz questionamentos sobre os riscos. “Para os clientes comprarem a ideia, o tema de segurança é muito importante”, diz Luciane Efting. Casos cada vez mais frequentes de sequestro de dados em grandes empresas ligam o alerta para este tema.
O CEO da fintech Gorila, Guilherme Assis, comenta que a segurança de todo o ecossistema precisa evoluir junto. “Se nosso cliente usa o serviço de um terceiro na nossa plataforma, nosso suporte terá que lidar com algum eventual problema.” A empresa tem uma plataforma de consolidação de carteiras de investimentos.
Assis diz que o processo de evolução do open finance pode ser mais lento, desde que a indústria garanta a segurança dos dados dos usuários. Além dos sistemas, as etapas que dependem de pessoas precisam de controles bem definidos, afirma Assis. “A maioria dos vazamentos ocorre por decisões humanas, e não de tecnologia.”
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Os executivos participaram há pouco de evento promovido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).