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Ouro valoriza 17% em dois meses; saiba se vale o investimento

Volume negociado do GOLD11 entre outubro do ano passado e 17 de janeiro de 2023, foi na casa dos R$ 834 milhões

Ouro valoriza 17% em dois meses; saiba se vale o investimento
As opções para se investir em ouro são: ouro físico; contrato futuro de barras de 10 e 250 gramas negociadas na B3, ETFs; e mineradoras, como a AURA33 - Foto: Envato Elements
  • Entre outubro de 2022 e janeiro desde ano, o Ibovespa passou por um estresse e apresentou volatilidade de 25,94%
  • O metal se tornou uma boa opção desde meados de novembro, pois, em cerca de 70 dias, valorizou 17%
  • A commodity é considerada de proteção dado que a cotação do metal não tem relação direta com fatores governamentais de nenhum país

Desde que o Banco Central elevou o juros para dois dígitos (13,75%), a rentabilidade dos ativos de renda variável saíram dos holofotes. E esse desapego das ações por parte dos investidores se potencializou depois que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito, já que o risco fiscal ficou mais eminente e a escolha de quem seriam os ministros não agradou muito o mercado.

Entre outubro de 2022 e janeiro desde ano, o Ibovespa passou por um estresse e apresentou volatilidade de 25,94%, enquanto no mesmo período de 2021 para o ano passado foi de 21,91%, apontou um levantamento realizado pela Economatica.

Essa medida significa a variação média do benchmark no mercado financeiro. Ou seja, quanto maior a porcentagem, maior é o risco de se ganhar ou perder negociando o ativo. Como o Ibov é o índice de referência da Bolsa de Valores, isso significa que os preços das ações estão variando muito, tanto para cima quanto para baixo.

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Uma das saídas indicadas por especialistas para enfrentar momentos de grande estresse e possíveis quedas abruptas é manter a diversificação das carteiras, além de encontrar ativos de proteção, como o ouro. E o metal se tornou uma boa opção desde meados de novembro, pois, em cerca de 70 dias, valorizou 17%.

Segundo Édson Magalhães, gerente da BP Trading, essa valorização ocorreu porque a percepção de risco doméstico e internacional voltou – e em uma escala semelhante ao que aconteceu quando os primeiros casos de coronavírus surgiram. Diante de tantas incertezas, os investidores procuraram meios de se proteger.

Prova disso é que o volume do GOLD11, ETF que replica o preço em dólar do minério, negociado entre outubro do ano passado e 17 de janeiro de 2023, foi na casa dos R$ 834 milhões, cerca de 66,79% maior que o mesmo período do ano passado. A commodity é considerada de proteção dado que a cotação do metal não tem relação direta com fatores governamentais de nenhum país, afirmou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Carlos Henrique Pessoa, CEO da gestora de investimentos Vêneto, afirmou também que a valorização do ouro aconteceu devido à alta inflacionária que ocorre desde meados do ano passado e pela guerra entre a Ucrânia e a Rússia, já que o segundo país é o maior produtor mundial de ouro.

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Vale destacar que antes disso, o ouro sofreu uma forte queda de 16% entre 31 de dezembro de 2021 e 7 de outubro do ano passado. A desvalorização ocorreu após o aumento dos juros em todo o mundo. “[Normalmente], se os juros sobem, os investidores vendem o metal e compram ativos de renda fixa, principalmente nos EUA”, destacou o CEO da Vêneto.

Veja o desempenho desde 2020 do ouro com vencimento em fevereiro deste ano:

É um bom momento para investir em ouro?

Tradicionalmente, quando um ativo começa a apresentar um movimento de alta em um determinado período, os investidores compram esse produto na expectativa de ver sua carteira valorizada; porém, esse não é o caso do ouro. Guilherme Ishigami, especialista da RJ Investimentos, explicou que o minério não pode ser encarado como “um ativo para buscar grandes retornos”, mas apenas como um mecanismo de proteção.

“Quando ocorre algum momento de incerteza [na economia de qualquer país], se alocado algum investimento em ouro, a carteira tende a ficar mais equilibrada”, afirmou Ishigami.

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Os entrevistados pelo E-Investidor recomendaram que o brasileiro tenha entre 5% e 10% da carteira na commodity. As opções para se investir em ouro são: ouro físico; contrato futuro de barras de 10 e 250 gramas negociadas na B3, ETFs; e mineradoras, como a AURA33.

Matheus Spiess, analista da Empiricus, por sua vez, declarou que está otimista quanto a valorização do ouro, “já que os juros [pelo mundo] alcançaram os picos que deveriam chegar e, consequentemente, os dividendos de títulos públicos norte-americanos podem ser reduzidos”.

No entanto, ele também ressalta que o metal deve ser focado apenas como instrumento de proteção. “Vale dizer que o investidor precisará ficar atento ao dólar, pois, também é outro elemento considerado de proteção”. Segundo especialistas, a escolha entre o câmbio ou o minério depende da estratégia do investidor e de como está a cotação da commodity na data da compra.

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