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- O ano de 2023 mal começou, mas os investidores que gostam de renda passiva já estão a postos para identificar boas pagadoras de dividendos
- O “rendimento dos dividendos” ou Dividend Yield (DY), em inglês, é uma das fórmulas utilizadas pelos acionistas para mensurar quanto uma empresa paga de proventos em relação à cotação da ação
- De acordo com um levantamento do TradeMap, e enviado em primeira mão ao E-Investidor, a Petrobras tem potencial para ser a maior pagadora de dividendos de 2023
O ano de 2023 mal começou, mas os investidores que gostam de renda passiva já estão a postos para identificar boas pagadoras de dividendos. E o “rendimento dos dividendos” ou Dividend Yield (DY), em inglês, é uma das fórmulas utilizadas pelos acionistas para mensurar quanto uma empresa paga de proventos em relação à cotação da ação.
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Em outras palavras, quanto maior o DY, maior é a proporção de dividendos pagos. De acordo com um levantamento feito por Einar Rivero, head comercial do TradeMap, e enviado em primeira mão ao E-Investidor, a Petrobras tem potencial para ser a maior pagadora de dividendos de 2023.
Caso mantenha a mesma política de distribuição que praticou no ano passado, e lucre mais em 2022 que no ano anterior, as ações preferenciais (PETR4) e ordinárias (PETR3) da Petrobras devem apresentar rendimento em proventos de 68,32% e 59,7% nos próximos 12 meses, respectivamente. Esse percentual significa uma remuneração, somente em dividendos, cerca de quatro vezes maior que a taxa básica de juros da economia. Hoje a Selic está em 13,75% ao ano.
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Contudo, o risco político afasta os investidores que temem ingerências do governo na estatal e alterações nas distribuições na esteira da mudança de comando. Nesta reportagem, leia mais sobre o risco político da Petrobras versus dividendos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já se mostrou favorável a interferências e contrário ao pagamento de “super dividendos”.
Fora Petrobras, outras 20 empresas devem distribuir dividendos acima de 5% em 2023. Para chegar a essa seleção, Rivero adotou as seguintes premissas: apenas ações com volume financeiro médio diário superior a R$ 1 milhão por dia em 2022; empresas que tenham distribuído dividendos nos últimos cinco anos (2018 até 2022); que tenham tido lucro no ano de 2021 e nos nove primeiros meses de 2022; que tenham tido lucro líquido nos nove primeiros meses de 2022 igual ou superior a 75% do lucro apresentado ao longo de 2021; e que devem acumular lucro em 2022 igual ou superior ao de 2021.
Além disso, o levantamento considera a hipótese de que a política de dividendos de 2023 continue a mesma do ano passado. Por fim, foram eliminados os papéis cujo DY ficou abaixo de 5%. “O cálculo do Dividend Yield projetado para o final do ano de 2023 é efetuado considerando o preço da ação no último dia de 2022 e o mesmo montante de dividendos e JCP´s distribuídos pela ação no ano de 2022. Antes de efetuar qualquer investimento recomendamos análise mais detalhada das empresas”, explica Rivero no relatório.
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Sendo assim, logo atrás da Petrobras, vem a Mahle Metal Leve (LEVE3), com um DY de 13,66%. A fabricante de autopeças teve um rendimento de dividendos de 13,47% em 2022 e historicamente possui um DY mediano de 7,52%.
Em terceiro lugar, aparece Banco do Brasil (BBAS3), com um rendimento de dividendos projetado de 11,99%. Apesar do risco político, que ronda a instituição financeira com a troca de governo, a ação está entre as indicadas por Alex Carvalho, analista CNPI da CM Capital, e Leonardo Piovesan, analista fundamentalista da casa de análise Quantzed.
“Banco do Brasil, Bradesco e Santander sempre pagam bons dividendos. O setor de bancos é perene”, afirma Carvalho.
“Existe o risco dos resultados do banco, que estavam atrativos, comecem a deteriorar com o novo governo. Mas isso pode ser que demore a acontecer, não seja algo para ano que vem ainda. E não é uma certeza que os resultados vão piorar. Portanto, considerando o preço da ação hoje e o resultado que o banco está esperando, dá tranquilamente para esperar bons dividendos do BB”, afirma Piovesan. Fora do ranking do TradeMap, o analista aponta ainda as ações da Taurus Armas e Gerdau.
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Já Pazos, da Warren, discorda dessa visão e vê um risco político mais latente no banco estatal. “É um papel que já tivemos na carteira, gostamos bastante, mas a possibilidade de utilização do banco para fins sociais, com a distribuição de linhas de crédito pouco lucrativas, como ocorreu no passado, nos deixou com um viés mais neutro para o papel”, destaca.
Um outro destaque do setor financeiro é o BB Seguridade (BBSE3), holding controlada pelo Banco do Brasil que apresenta um DY de 5,82% e aparece na carteira recomendada de dividendos da Ágora Investimentos.
A casa espera que a “forte dinâmica” de lucros da empresa continue nos próximos trimestres, culminando num ganho total de R$ 6,5 bilhões – 11% maior que 2022. O percentual projetado, entretanto, é menor do que o DY pago em 2022, de 9,5%, e que a mediana dos últimos cinco anos, de 7,36%.
Fora as instituições financeiras, representadas por BB (BBAS3), BB Seguridade (BBSE3), Itausa (ITSA3 e ITSA4), ABC Brasil (ABCB4) e CSU Digital (CSUD3), o segmento elétrico da Bolsa marca presença no ranking com CPFL Energia (CPFE3) e Engie Brasil (EGIE3).
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Entre estas duas últimas, a preferência de Ricardo França, analista da Ágora Investimentos, é pela CPFE3. Não estão presentes no ranking, mas Taesa (TAEE11), Cemig (CMIG4) e Auren Energia (AURE3) também estão entre as apostas do analista.
“O setor elétrico tem historicamente previsibilidade nos resultados. As transmissoras de energia têm contratos de longo prazo reajustados por índices de inflação. Isso protege o fluxo de caixa da empresa de uma eventual alta da inflação e permite a distribuição de dividendos”, explica França.
Vale lembrar que, além da Petrobras, nenhuma outra companhia apresentou dividendo projetado acima da taxa Selic atual.
Veja o ranking completo:
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