

Por Daniel Rocha
07/08/2025 | 5:00 Atualização: 07/08/2025 | 8:45

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Os resultados financeiros da Petrobras (PETR3;PETR4), previstos para serem divulgados após o fechamento do pregão desta quinta-feira (7), são aguardados com grande expectativa pelos investidores. Com a recente depreciação do petróleo no mercado internacional, há um receio de que os novos preços da commodity tenham pressionado os números da petroleira no segundo trimestre de 2025 (2T25), impactando negativamente a distribuição de dividendos aos acionistas.
Dados da Elos Ayta Consultoria obtidos pelo E-Investidor mostram que o petróleo brent futuro alcançou preço médio de US$ 66,46 no segundo trimestre de 2025. A cifra corresponde a uma depreciação de 11,17% em comparação aos três primeiros meses do ano e de 21% em relação ao mesmo período de 2024.
Contudo, os números de produção e de venda da companhia, divulgados no fim de julho, podem amortecer o impacto dessa oscilação, segundo analistas. No intervalo dos meses de abril a junho, a Petrobras alcançou um volume de produção de 2,9 milhões de barris de petróleo por dia.
O resultado superou as estimativas da Genial Investimentos que esperava um volume médio de 2,8 milhões. A entrega, na avaliação da corretora, sinaliza a capacidade da estatal surpreender positivamente o mercado na entrega do seu balanço financeiro.
Os analistas da Genial estimam que a companhia reporte lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida) de R$ 55 bilhões e receita líquida de R$ 111 bilhões. Esse resultado, caso se concretize nas próximas horas, pode viabilizar a distribuição de R$ 9,7 bilhões em dividendos regulares para o trimestre.
O Goldman Sachs, por sua vez, projeta um Ebitda ajustado de US$ 9,9 bilhões, algo equivalente a R$ 54 bilhões ao considerar a cotação do dólar de R$ 5,46 de quarta-feira (6). Esse volume pode viabilizar, segundo os cálculos do banco, um pagamento de US$ 2,2 bilhões (R$ 12 bilhões) em dividendos para as ações ordinárias.
Já o BTG Pactual permanece com uma visão mais otimista em comparação aos demais. Para o segundo trimestre, os analistas Luiz Carvalho e Gustavo Cunha esperam um Ebitda de US$ 10,9 bilhões (R$ 59,5 bilhões), ao considerar que a queda do brent será compensada pelo aumento da produção e dos melhores spreads de refino (diferença de preço dos produtos derivados da commodity e do petróleo bruto), e pagamento de US$ 2,3 bilhões (R$ 12,5 bilhões) em dividendos, referente ao período.
A dupla de especialistas espera ainda que a empresa postergue alguns investimentos diante do cenário do recuo da cotação do petróleo, o que pode fortalecer o fluxo de caixa livre da companhia no curto prazo.
O BTG Pactual não enxerga motivos para as ações da petroleira ficarem de fora da carteira do investidor. Para o banco, a Petrobras possui um dividend yield (rendimento de dividendos) de 11%, potencial de alta nos lucros e papel sendo negociado com desconto em comparação a outros concorrentes do mercado. Um combo perfeito para quem busca ativos de valor no portfólio.
“Continuamos a ver a Petrobras como uma das oportunidades de valor mais atraentes do setor“, ressaltou o BTG Pactual em relatório, divulgado no dia 30 de julho.
Dado esses fundamentos, o banco mantém recomendação de compra para os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas), com um preço-alvo de US$ 11,52 para os próximos 12 meses.
O Goldman Sachs também recomenda compra para a companhia e estima preço-alvo de R$ 38,70 e de R$ 35,10 para as ações ordinária (PETR3) e preferenciais (PETR4), respectivamente.
Já a Genial Investimentos recomenda manter os papéis no portfólio, com preço-alvo de R$ 48 para as ações PETR4. A cautela busca entender como o aumento dos investimentos afeta o fluxo de caixa da empresa. Contudo, assim como o BTG Pactual, a corretora avalia que a empresa segue sendo um “case com desconto estrutural” em comparação aos seus fundamentos.
Além disso, Ygor Bastos, analista de ações da Genial Investimentos, avalia que a companhia poderá surpreender os investidores com anúncio de dividendos extraordinários. Como mostramos nesta reportagem, o Plano Estratégico 2025 – 2029 da petroleira reservou entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões para dividendos extraordinários. Desse total, US$ 3,4 bilhões já foram pagos.
“Assim, ainda restam pelo menos US$ 1,6 bilhões disponíveis para proventos adicionais — seja já neste trimestre, seja ao longo dos próximos anos”, ressaltou o analista.
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