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- Apesar de a Selic ainda em um patamar elevado, o rendimento da poupança continua em 0,5% ao mês, mais a taxa referencial (TR)
- Se o investidor busca rentabilidade, os títulos públicos e privados são alternativas mais interessantes
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (1), reduzir mais uma vez a Selic em 0,5 pontos porcentuais. Com o ajuste, a taxa básica de juros passa para o patamar de 12,25% ao ano. Apesar da recente queda, os juros ainda permanecem elevados no Brasil e tornam os rendimentos dos ativos de renda fixa atrativos, exceto os da poupança.
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Desde 2012, após decisão do Banco Central (BC), a rentabilidade da poupança varia conforme o patamar da taxa Selic. Ou seja, quando a Selic estiver igual ou abaixo de 8,5%, o rendimento corresponde a 70% da taxa de juros mais a taxa referencial. No entanto, quando a Selic estiver acima de 8,5% a.a, a rentabilidade muda e passa para 0,5% ao mês mais o pagamento da taxa referencial (TR) que ficou em 2% no acumulado dos últimos 12 meses.
Isso significa que o retorno médio do investimento tradicional fica em média de 8,17% ao ano. Diante dessa regra, a aplicação de R$ 1 mil na caderneta de poupança deve oferecer um retorno de apenas R$ 81,70 durante um ano. Ao mês, a rentabilidade fica limitada a apenas R$ 6,80. Caso o correntista decida manter um valor de R$ 10 mil na poupança durante um ano, o investidor teria a mais em dezembro de 2023 cerca de R$ 817 na conta.
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A remuneração também não segue expressiva mesmo com aportes de maior valor. Se o investidor decidir aplicar R$ 50 mil, o retorno no fim do próximo ano chega a R$ 4,08 mil. Já se forem aplicados R$ 100 mil, os ganhos ficam na casa de R$ 8,17 mil.
Outros investimentos
As recentes quedas da Selic não retiraram, até o momento, a atratividade dos títulos de renda fixa. Para quem busca rentabilidade, Nayra Sombra, sócia da HCI Invest, recomenda as letras de crédito (LCIs e LCAs) como alternativas de investimento. Segundo ela, além de serem isentas de imposto de renda (IR), são ativos que possuem a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) até o limite de R$ 250 mil por CPF e instituição financeira.
“Vale a pena se atentar a liquidez do papel, há opções com liquidez diária, carência de 90 dias ou apenas no vencimento”, orienta Sombra. Os Certificado de Depósito Bancário (CDBs) também são ativos interessantes para se ter carteira quando se busca aproveitar o cenário de juros elevados.
No entanto, ao contrário dos LCIs e LCAs, há cobrança do Imposto de Renda no resgate do investimento. “O Imposto de Renda acontece no resgate ou vencimento do título, sendo descontado na fonte, sobre a rentabilidade acumulada e conforme a tabela regressiva, que vai de 22,5% para aplicações com menos de 6 meses, a 15% para aplicações acima de 2 anos”, acrescenta a sócia da HCI Invest.
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Os fundos caixa também devem ser uma opção para ficar no radar dos investidores. Segundo Fernando Camargo Luiz, sócio e gestor da Trópico Investimentos, esses instrumentos financeiros são fundos multimercados de baixo risco porque não possuem exposição a títulos de crédito privados, apresentam baixa volatilidade e liquidez em dois dias.
“Uma opção segura e previsível de investimento com retorno melhor do que as outras opções de mercado que travam o resgate dos cotistas por um prazo”, ressalta Luiz. Esse segmento costuma estar posicionado em títulos de bancos, títulos públicos federais e em operações estruturadas com aportes mínimos de R$ 100.