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- Hoje, R$ 100 mil investidos na poupança renderiam R$ 6.327,03 em 12 meses. Já quem aplica R$ 500 teria um retorno de R$ 65,27 em 2 anos
- Apesar do avanço da educação financeira no País, existem fatores que levam os investidores a manterem as economias na poupança. Um deles é a isenção de imposto de renda
- Além de o rendimento da poupança perder para a inflação em 12 meses, especialista lembra que há investimentos similares, em segurança e liquidez, com retornos até duas vezes superiores
Nesta quarta-feira (15), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros – a Selic – para 13,25% ao ano, atingindo o maior patamar desde janeiro de 2017.
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Essa é a 11º elevação desde março de 2021, quando o ciclo de alta da Selic começou.
Apesar de a alta dos juros não impactar o rendimento da poupança, ela aumenta o descompasso entre a sua rentabilidade em relação a outros investimentos que apresentam segurança e liquidez similares e que, neste momento, ficam ainda mais atrativos.
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Em 2012, ficou definido pelo Banco Central que quando a Selic está igual ou abaixo de 8,5%, o rendimento da aplicação equivale a 70% da taxa de juros mais taxa referencial.
Quando a Selic está acima de 8,5% a.a, o rendimento da caderneta é de 0,5% ao mês, mais Taxa Referencial (TR). Na prática, os recursos alocados nesse tipo de investimento rendem 6,17% ao ano, menos da metade do patamar atual da Selic.
Com isso, R$ 100 mil investidos na poupança renderiam R$ 6.327,03 em 12 meses. Já quem aplica R$ 500 teria um retorno de R$ 65,27 em 2 anos.
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“De forma prática, o cliente que aplica na poupança está ganhando menos da metade do que a Selic está pagando no momento e perdendo para a inflação, que está rondando acima dos dois dígitos desde 2021”, aponta Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador e CEO da escola Eu me banco.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio foi de 0,47% em maio, pouco abaixo do rendimento mensal da poupança.
No entanto, no acumulado de 12 meses, a inflação chega a 11,73%, quase o dobro do rendimento da aplicação.
Louzada avalia que, apesar do avanço da educação financeira no País, existem fatores que levam os investidores a manterem as economias na poupança. Um deles é a isenção de imposto de renda. “Vejo muitas pessoas preferindo ganhar menos do que dividir com o governo”, afirma Louzada.
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Um segundo fator, segundo ele, é a comodidade, já que as pessoas, historicamente, se acostumaram com esse investimento. No caso da aplicação em outros ativos, é necessário estudar como funciona.
Por último, Louzada cita a pouca confiança das pessoas com os gerentes de banco e o medo de que o profissional empurre algum investimento que não seja benéfico para ele.
De acordo com Marcos Iorio, gestor da Integral Investimentos, as classes mais altas têm um percentual maior investido em outros produtos financeiros, o que pode ter a ver com um maior acesso à educação financeira. “As pessoas não entendem dos produtos e acabam deixando em um ativo de rendimento mais baixo, que historicamente é mais acessível. Antigamente era necessário ter um volume maior de dinheiro para acessar outros produtos, mas hoje não”, afirma Iorio.
Além de o retorno anual da poupança perder para a inflação em 12 meses, Iorio lembra que há investimentos similares, em segurança e liquidez, que podem render o dobro.
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O Tesouro Direto é um deles. Por ser um título público, ele possui uma segurança até maior do que a poupança. “Comparando com a poupança é um rendimento bem superior. É um produto com maior segurança, tem muita liquidez, dá para sair no mesmo dia”, pontua Iorio.
Já Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, diz que o investidor pode optar por migrar para uma aplicação que pague o CDI e com liquidez diária. “Já é 100% melhor que a poupança. Esse investidor só precisa se permitir conhecer e investir, a fim de aproveitar a taxa Selic alta”, avalia.