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Renda fixa: por que a XP está recomendando fundos de inflação?

O E-Investidor recebeu com exclusividade a seleção da XP para assinantes e explica as recomendações da casa

Renda fixa: por que a XP está recomendando fundos de inflação?
Mesmo com a deflação, seleção de fundos de renda fixa da XP dá destaque aos atrelados à inflação. (Foto: Matheus Lombardi/XP/Divulgação)
  • Com o cenário de deflação, muitos investidores podem estar se perguntando se está na hora de dizer adeus à renda fixa indexada à inflação. Na visão da XP Investimentos, não
  • No relatório de alocação em fundos de renda fixa da corretora, enviado mensalmente aos assinantes e passado ao E-Investidor com exclusividade, a avaliação é de que este pode ser um bom momento para a alocação em ativos de inflação
  • A XP recomenda seis fundos de renda fixa, a depender do nível de risco do investidor e prazo de investimento

Após cerca de dois anos de alta no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial de inflação do País, as medidas do governo para reduzir impostos de combustíveis e do setor de energia ajudaram a reduzir a pressão inflacionária no Brasil. Já são dois meses consecutivos de deflação que permitiram que o mercado começasse a precificar uma nova retração em outubro e, consequentemente, uma queda recorde da inflação no terceiro trimestre de 2022.

Com esse cenário pela frente, muitos investidores podem estar se perguntando como fica a rentabilidade dos títulos de renda fixa indexados à inflação e se o cenário atual significaria um prejuízo para ativos que até pouco tempo estavam muito atrativos. Contamos nesta reportagem como fica a rentabilidade do Tesouro IPCA+ com a deflação.

Na visão da XP Investimentos, não. No relatório de alocação em fundos de renda fixa da corretora, enviado mensalmente aos assinantes e passado ao E-Investidor com exclusividade, a avaliação é de que este pode ser um bom momento para a alocação em ativos de inflação.

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Isso porque a perspectiva de deflação deve permitir que o Banco Central flexibilize a política monetária e comece a reduzir os juros já em 2023. Como os títulos IPCA+ são híbridos, além da parte pós fixada de inflação, remuneram também uma taxa prefixada estabelecida na compra do ativo, que varia de acordo com os movimentos dos juros.

Com a perspectiva de uma redução na Selic em 2023, os títulos devem começar a ser emitidos com uma taxa menor. Por isso este pode ser um bom momento – talvez um dos últimos do ciclo – para garantir uma taxa mais alta antes que a deflação implique em juros mais baixos.

“No momento em que a Selic começar a diminuir, todos os próximos títulos a serem emitidos serão com uma remuneração menor. Então o investidor que comprar hoje um título IPCA+ com uma boa taxa prefixada pode ganhar de duas formas, levando até o vencimento ou vendendo antes para ganhar com a marcação a mercado”, explica Clara Sodré, analista de alocação e fundos da XP.

A recomendação, porém, é não tentar acertar o timing perfeito para a alocação. Como o cenário macroeconômico, político e fiscal brasileiro não costuma ser tão previsível assim, o investimento precisa respeitar os limites sugeridos pelas carteiras recomendadas e também o perfil de risco de cada investidor, ressalta o relatório da XP.

A seleção da XP

O relatório da XP traz a recomendação de seis ativos, a depender do perfil de risco do investidor. Entre os fundos da casa, são três opções ligadas à inflação: o Trend Inflação Curta, o Trend Inflação Geral e o Trend Inflação Longa.

Trata-se de um fundo de investimento gerido pela XP Allocation indexado à inflação que se diferencia de acordo com a exposição ao índice IMA-B e, consequentemente, pelo prazo médio dos ativos contidos em cada índice. O Trend Inflação Curta tem exposição ao índice IMA-B5, para prazos inferiores a 5 anos; enquanto o Longa é atrelado ao índice IMA-B5+, com vencimento superior a 5 anos.

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Na hora de escolher entre um ou outro, o investidor precisa avaliar seu perfil de risco. Títulos com prazos mais longos passarão mais tempo expostos à volatilidade do mercado, por isso, são considerados de maior risco, explica Sodré. “Na hora de montar a carteira, é importante o investidor olhar que tipo de tolerância tem. Quem é mais conservador pode se expor à inflação com fundos de vértice curta, por exemplo”, diz a analista.

As outras três opções presentes na seleção da XP são fundos mais diversos, que também precisam ser avaliados de acordo com o apetite a risco de cada investidor. Nesse caso, ao invés dos prazos, é preciso avaliar os ativos a que cada fundo se expõe.

O primeiro deles é o Kad IMAB FIC FIRF LP, da Kadima, gestora pioneira nos fundos quantitativos. Trata-se do primeiro fundo de renda fixa quantitativo do Brasil, lançado em dezembro de 2021. Com gestão ativa e sem a presença de ativos de crédito privado, o fundo busca superar o IMA-B no longo prazo, a partir da alocação em NTN-Bs. O fundo é aberto para investidores em geral e tem aplicação mínima de R$ 500.

Outra opção recomendada pela XP é o Sparta Top Inflação FIC FIRF, um fundo de renda fixa da gestora fundada em 1993 que realiza investimentos em crédito privado para obter uma rentabilidade de IMA-B 5 + 1,3% no longo prazo. O fundo é aberto para investidores em geral e tem aplicação mínima de R$ 1.000.

A última recomendação presente no relatório é o XP Debêntures Incentivadas, um fundo lançado em 2014 que investe em ativos de crédito privado isentos de imposto de renda, com uma carteira majoritariamente indexada ao IPCA. O fundo é aberto para investidores em geral e tem aplicação mínima de R$ 5.000.

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