Investimentos

Renda fixa: como usar o IPCA+ para perpetuar seu patrimônio?

Títulos do Tesouro Nacional estão pagando atualmente juros reais considerados altos pelo mercado

Renda fixa: como usar o IPCA+ para perpetuar seu patrimônio?
Indexadores atrelados à inflação permitem um ganho real | Foto: Envato Elements
  • Títulos atrelados à inflação aparecem como uma espécie de zagueiro na carteira de investimentos
  • Ativos atrelados ao IPCA são fundamentais para compor a carteira do investidor no longo prazo
  • Marcação a mercado e gestão ativa podem maximizar os ganhos no longo prazo

Em momentos de instabilidade fiscal e política ou de turbulências externas, os títulos atrelados à inflação aparecem como uma espécie de zagueiro na carteira de investimentos. Por isso, são indispensáveIS em qualquer portfólio.

“Ter uma parcela dos recursos líquidos em ativos que tenham um índice de correção que acompanha a inflação ao consumidor faz parte da estratégia de uma carteira de investimentos balanceada”, diz a economista-chefe do TC, Marianna Costa.

Os títulos indexados à inflação, também chamados de NTN-Bs, são considerados ativos que mantêm o poder de compra do investidor. Sua rentabilidade pós-fixada protege da inflação, enquanto a parte fixa garante um ganho real. São ótimas opções, portanto, para uma estratégia de perpetuação de patrimônio, segundo especialistas do mercado financeiro.

Atualmente, os títulos IPCA+ do Tesouro Nacional estão pagando perto dos 6% de juros reais, aparecendo como um dos melhores investimentos para ter na carteira, apesar de essa performance atraente aparecer justamente em períodos de maior crise. Isso acontece por conta de fatores como a desconfiança em relação à saúde fiscal do Brasil, da escalada dos juros nos Estados Unidos e, mais recentemente, à instabilidade no Oriente Médio, importante região produtora de petróleo.

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Segundo os analistas, ativos atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação no Brasil, são fundamentais para compor a carteira do investidor no longo prazo, justamente porque dão maior segurança em tempos de turbulência.

Ganho real e baixa volatilidade

“Indexadores atrelados à inflação permitem um ganho real (rentabilidade acima da inflação) consistente com uma volatilidade normalmente inferior ao que é visto na renda variável”, explica Pedro Despessel, analista de renda fixa do Simpla Club.

Uma opinião parecida tem o head de Renda Fixa da Suno Research, Vinicius Romano, que destaca a simplicidade da estratégia de proteger o poder de compra ao longo dos anos.

“Por mais que existam oscilações no meio do percurso (marcação a mercado), o investidor garante uma taxa anual real de juros de 6% até a data de vencimento do título, com baixo risco de crédito (no caso de serem títulos públicos)”, diz. Há títulos privados que pagam até mais, mas como salientou o especialista, os títulos do Tesouro são os melhores para quem procura segurança.

Pelas suas características voláteis, em termos políticos e econômicos, e por ser um País em desenvolvimento, o Brasil faz dos investimentos indexados à inflação uma ótima fonte de rendimento. “Temos um histórico inflacionário relativamente alto”, diz Romano.

Gestão ativa maximiza ganhos

O analista de Renda Fixa da Nord Research, Christopher Galvão, avalia que a gestão ativa pode azeitar a carteira, com o investidor saindo da defesa para o ataque em momentos oportunos. “Não compartilho com a ideia de comprar o título e esquecê-lo na carteira até o vencimento”, afirma.

Galvão diz que agora, momento em que os títulos IPCA+ estão pagando juros reais na casa dos 6%, uma taxa considerada elevada pelo mercado, existe uma ótima janela para investir numa gestão ativa. “Num possível cenário de melhora e queda de juros é importante deixar a porta aberta para vender antecipadamente e se apropriar da marcação a mercado”, afirma.

O analista destaca que essa é uma boa estratégia para maximizar os ganhos no longo prazo, ao se aproveitar da volatilidade do mercado, mas que demanda trabalho e análise de cenários ao longo do tempo.

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Galvão lembra que o contrário pode acontecer também, com a marcação negativa, caso a conjuntura piore e os juros aumentem. “Neste caso, o prefixado do título aparece como um indexador apropriado, pois se algo der errado, garante a segurança dos juros reais”.

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