Investimentos

Renda fixa: o que é o mercado secundário e como ele funciona?

Operações realizadas entre investidores conferem maior liquidez ao ambiente de negócios como um todo

Renda fixa: o que é o mercado secundário e como ele funciona?
Entenda como o mercado secundário de renda fixa funciona (Foto: Freedomz em Adobe Stock)

Investidores interessados em títulos de renda fixa quase sempre procuram um banco ou uma corretora de finanças para realizar a operação. Nesses estabelecimentos, é possível acessar o catálogo de produtos e tirar dúvidas com os profissionais que lá trabalham.

Porém, não é só nas instituições financeiras que acontecem essas negociações. O mercado secundário é uma alternativa para quem prefere comercializar ativos diretamente com outros investidores. Mas qual a vantagem disso e como ele funciona?

A princípio, é importante entender o papel de cada um dos ambientes. O mercado primário concentra as instituições responsáveis pela emissão de papéis como o Certificado de Depósito Bancário (CBD), as Letras de Crédito (LC), as debêntures e os títulos públicos (oferecidos pelo Tesouro Direto). Como muitos sabem (e já devem ter feito), é possível comprar os produtos nesses locais.

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No entanto, o mercado secundário surge como um ambiente mais dinâmico, em que é possível transacionar diretamente com outros investidores, sob condições mais flexíveis que atendam melhor às necessidades de cada um, na formação de suas carteiras. De fato, a existência desse espaço alternativo é responsável por conferir maior liquidez ao mercado financeiro brasileiro, como um todo.

Ainda assim, essa divisão pode transmitir uma ideia errônea de irregularidade ou de um ambiente paralelo e transgressor. Vale destacar que o mercado secundário está vinculado ao funcionamento do primário. O acesso a ele, inclusive, se dá por meio de corretoras regulares, registradas junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que operam no ambiente principal.

Como funciona o mercado secundário de renda fixa?

No momento em que uma empresa abre seu capital na bolsa de valores, ela está apta a captar recursos por meio da emissão de ações (renda variável) e títulos de naturezas diversas (debêntures, CDBs, etc). Essa etapa ainda está concentrada no chamado mercado primário, ou primordial.

Assim que aqueles ativos são “postos para jogo” pela companhia, os investidores podem negociá-los em corretoras de finanças e no assim chamado mercado secundário.

Mas aqui valem algumas ressalvas: a negociação direta entre investidores pode (ou não) ser mediada por profissionais contratados por cada uma das partes: os assessores de investimentos.

Via de regra, eles aconselham sobre as condições dos títulos, levando em conta o objetivo do cliente e o planejamento financeiro que foi estabelecido para aquele investidor.

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Espera-se que esses profissionais tenham conhecimento do cenário econômico atual, das principais projeções de índices e taxas de juros praticadas no mercado e das condições que podem tornar um determinado título mais vantajoso, em detrimento de outro.

Quais as vantagens do mercado secundário de renda fixa?

Uma vantagem para quem opera no mercado secundário está na capacidade de liquidar seus ativos. Isto é, transformar o papel em dinheiro vivo, sem depender de novas emissões realizadas por um empresa ou instituição financeira. Essa característica incorre em mais uma vantagem: fazer ajustes.

Se a inflação sofre uma variação maior do que era previsto, é esperado que um produto vinculado ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seja impactado com valorização ou depreciação. Isso pode levar investidores a buscar o mercado secundário para se desfazer de um ativo ou ainda procurar por ele (caso acredite na tendência de se valorizar).

Esses ajustes pontuais na carteira fazem parte da estratégia de muitos investidores e são facilitados pela existência desse ambiente, formado por vendedores e compradores com objetivos muito distintos. E a presença de pessoas tão diferentes traz mais uma vantagem: a diversificação.

A sabedoria popular ensina que não se deve colocar todos os ovos em uma única cesta. Para os investimentos, a máxima se repete e é recomendada por especialistas. No mercado secundário, é possível negociar títulos públicos, debêntures, CDBs, LCs e tantos outros papéis.

Que quem opta pela estratégia de diversificar os ativos, encontra nesse ambiente a oportunidade de colocar em prática essa lição.

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Mas, antes de se aventurar no mercado financeiro, é sempre recomendado ao investidor consultar um profissional do ramo das finanças. Um assessor ou consultor pode ajudar a traçar um planejamento de médio e longo prazo, levando em conta o perfil, as necessidades do cliente e reduzindo riscos de prejuízo com ativos de renda fixa.