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Streaming de finanças estreia com filme sobre fundos de cannabis

Monett entra na disputa das plataformas de conteúdo sobre finanças. Veja como investir no mercado de cannabis

Streaming de finanças estreia com filme sobre fundos de cannabis
Cena do filme "Cannabis: O Investimento do Bem". Foto: Divulgação
  • Filme levanta ponto importante no debate sobre a regulamentação do plantio e consumo de maconha: o potencial econômico do mercado
  • Embora o mercado ainda seja pouco regulamentado no Brasil, especialistas acreditam no potencial de crescimento dessa indústria nos próximos anos e ensinam como investir na cannabis

(Luíza Lanza, especial para o E-Investidor) – “A maconha está para a medicina do século 21 assim como os antibióticos estiveram para a medicina do século 20”. A citação de frase do neurocientista e biólogo Sidarta Ribeiro abre o filme “Cannabis: o Investimento do Bem”, com o qual a Monett, serviço de streaming voltado para o mercado financeiro, inaugurou sua plataforma na última quarta-feira (29).

Com depoimentos de familiares de pacientes com diagnósticos de diversas doenças, o documentário endossa o coro de especialistas ao defender a exploração dos potenciais medicinais da cannabis com um principal objetivo: o ganho de qualidade de vida.

Epilepsia, demência, esquizofrenia, fibromialgia, parkinson, depressão e ansiedade — as substâncias CBD e THC, extraídas da planta, possuem propriedades terapêuticas e viraram objeto de estudo no tratamento de diferentes patologias.

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Na produção, especialistas defendem que o estigma do uso do canabidiol tem raízes em campanhas de demonização do uso da droga feitas no século passado, muitas vezes fundamentadas em estereótipos racistas e que perduram até hoje. Para os entrevistados, a cultura do preconceito, aliada ao desconhecimento médico e à falta de estrutura regulatória no Brasil, afastam o País do uso pleno dos potenciais medicinais e financeiros do mercado da cannabis.

A aposta da Monett é que a plataforma sirva como um espaço para falar sobre os investimentos além do tradicional olhar financeiro. “O propósito é oferecer educação financeira com um formato surpreendente e inovador. Junto com os filmes, teremos carteiras de investimentos recomendadas por um time de analistas certificados, para o assinante deixar seu dinheiro rendendo com tranquilidade enquanto se diverte com as produções”, afirma Olivia Alonso, CEO do novo streaming.

A plataforma também disponibiliza os documentários inéditos “Startups Generation”, “A Economia do Futuro: Elétricas” e “O Incrível Universo das Ações”. O conteúdo, composto em sua maioria por produções próprias, também inclui cursos e recomendações de carteira de investimentos a todos os assinantes por R$ 49,90/mês. A Monett já está no ar e pode ser acessada pelo público por meio do site monett.co.

Brasil tem potencial exportador e consumidor

Para além dos potenciais medicinais, “Cannabis: o Investimento do Bem” levanta outro ponto importante no debate sobre a regulamentação do plantio e consumo de maconha no Brasil: o potencial econômico do mercado. O relatório “Impacto Econômico da Cannabis”, produzido pela Kaya Mind em junho de 2021, apontou que, somados, o uso medicinal, industrial e recreativo da cannabis pode movimentar R$ 26,1 bilhões na economia do País.

O filme defende que o uso da maconha como commodity possibilitaria não só o desenvolvimento do setor médico e farmacêutico, mas também dos mercados periféricos, como a indústria da beleza — o Brasil é o quarto maior mercado do mundo neste segmento.

O cânhamo também poderia ser uma outra fonte de geração de renda para um País com a tecnologia do nível do agronegócio brasileiro. Trata-se de uma espécie de cannabis, cujas fibras são utilizadas industrialmente na produção têxtil, na fabricação de cimento e de vidros.

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Para o desenvolvimento do setor, é preciso regulamentações, tanto para geração de empregos e cobrança de tributos quanto para a comercialização e regras de divulgação dos produtos. Na legislação atual, o cultivo da maconha é proibido e a compra de medicamentos à base da substância só é permitida a pessoas físicas sob prescrição médica e a importação deve ser solicitada junto à Anvisa.

No Senado, tramitam quatro projetos de regulamentação do plantio e manipulação da maconha com fins medicinais. A proposta mais ampla de regulamentação é o PL 399/2015, que estabelece desde o cultivo para extração de CBD e THC, a produção e comercialização de produtos derivados dos canabinóides, além de regulamentar o plantio de cânhamo para fins industriais. O projeto já foi aprovado por uma comissão especial e agora aguarda decisão do presidente da Câmara para ser colocado em votação.

Como investir no mercado de cannabis

A maconha é tratada, na produção da Monett, como um “investimento do bem” porque, além do retorno financeiro, a aplicação tem um fundo de compromisso social. Na visão dos entusiastas do assunto, é o investimento perfeito para quem busca atrativos que não sejam apenas financeiros.

Embora o mercado ainda seja pouco regulamentado no Brasil, especialistas acreditam no potencial de crescimento dessa indústria nos próximos anos e ensinam como investir na cannabis. Para quem se interessa pelos ativos do setor, a indicação de Luiz Cesta, analista de investimentos e um dos sócios do streaming do mercado financeiro, é o investimento em fundos financeiros alternativos.

Cesta explica que a facilidade desse tipo de ativo é uma vantagem adicional para o pequeno investidor. As plataformas de investimento dispõem de um cadastro, onde o interessado pode fazer o depósito inicial e, posteriormente, escolher o produto desejado. “Do ponto de vista do investidor, os fundos são bastante simples de se operacionalizar. Investir em um fundo de cannabis é tão simples quanto investir em um fundo de renda fixa”, afirma.

No Brasil, existem apenas três fundos de investimento em cannabis disponíveis: o Vitreo Canabidiol FIA IE, o Vitreo Cannabis Ativo FIM e o Trend Cannabis FIM, da XP Investimentos. Em todos, é possível investir a partir de R$ 100. “Como a regulamentação ainda engatinha aqui no Brasil, esses fundos buscam investimentos que estão fora do País. Eles pegam esse dinheiro e buscam oportunidades nas bolsas do Canadá, nas bolsas de Nova York, onde já existem diversas empresas listadas no mercado”, explica o analista.

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É possível também investir em criptomoedas e em ETFs (sigla em inglês para Exchange Traded Funds) de cannabis. Mas, na visão de Cesta, esses ativos são menos indicados para investidores iniciantes, pois não têm uma gestão profissional por trás e oferecem maior risco.

O analista aconselha, ainda, que o investidor diversifique ao máximo a carteira e, optando pelo setor de cannabis, destine apenas uma parcela pequena do total de capital investido, pois os ativos em um mercado em desenvolvimento tendem a ser mais voláteis.

“O mercado que inicia sempre tem os seus desafios de balanceamento entre as ofertas e a demanda, e isso ocasiona volatilidade de preço. Ao mesmo tempo, isso traz também a capacidade de gerar retornos bastante substanciais no médio e longo prazo”, afirma.

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