

O mundo vive dias de tensão desde quando Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou as novas tarifas de importação para todos os países. O temor dos mercados se deve ao risco dos efeitos das medidas protecionistas para a economia global. Nesta terça-feira (8), o receio se acentuou com a decisão do governo americano em elevar as taxas sobre os produtos chineses para 104% após o gigante asiático retaliar às ações de Trump.
Segundo a TAG Investimentos, se a ofensiva do republicano contra os países der errado, o mundo poderá viver uma recessão, enquanto a economia americana sofrerá um choque inflacionário. Esse efeito, na avaliação da gestora com R$ 14 bilhões sob gestão, será equivalente a uma “mini Covid” para os mercados.
A única diferença em comparação ao período da pandemia, que ocorreu em 2020, é que não haverá incertezas sobre os danos à saúde pública e de quando ocorrerá a reabertura dos comércios. “É um choque do tipo one-off. Ou seja, uma vez só”, destaca a TAG Investimentos. Além disso, o período não é marcado por uma quebradeira de bancos nem risco sistêmico, como na crise de 2008.
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Com base nessa percepção, a gestora avalia que a depreciação das bolsas de Nova York, como o S&P500, pode estar perto do seu fim. “Como já tivemos uma queda de 20%, nos parece que a maior parte da dor já foi sentida”, disse a TAG em relatório. “Em termos relativos, a bolsa americana, depois de muito tempo cara em relação à renda fixa, começa a ficar atrativa”, acrescenta.
Ou seja, a liquidação das bolsas sugere ao investidor um momento interessante para um incremento gradual de posição. Contudo, as movimentações no portfólio devem ser feitas com bastante cautela. “Não é uma situação de resolução imediata. Será um dia de cada vez”, destaca a TAG Investimentos.