

O prêmio oferecido pelo Tesouro IPCA+ 2029 chegou ao menor patamar desde a segunda semana de dezembro do ano passado. No fim da sessão desta segunda-feira (17), o título público apresentava um juro real (rendimento acima da variação da inflação) de 7,36% ao ano. Os vencimentos mais longos, para 2040 e 2050 também estão nas mínimas do mês.
A queda na rentabilidade do papel do Tesouro Nacional reflete o alívio nas perspectivas para os juros e inflação no futuro que ocorre desde a última sexta-feira (14). Na data, uma nova pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) expôs uma queda na aprovação do Governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que em dois meses saiu de 35% para 24%, menor nível de todos os mandatos do líder petista.
A notícia animou o mercado financeiro, fez a Bolsa subir e dólar cair, assim como pressionou os juros futuros para baixo. Esse “boom” vem da expectativa de que uma mudança no Executivo em 2026 seja positiva para as contas públicas, com um possível novo governante mais austero em relação ao fiscal.
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Veja como fecharam os títulos do Tesouro na sessão de hoje:
Descontrole das contas públicas?
O Tesouro IPCA+ é um título público do Tesouro Direto que paga a variação da inflação mais uma taxa prefixada anual, o chamado “juro real”. Desde a segunda metade do ano passado, os rendimentos oferecidos por esse papel estavam nas máximas, com os investidores preocupados com os gastos do Governo e precificando uma taxa de juros e uma inflação cada vez mais alta no horizonte em função do descontrole fiscal. Outra categoria de título, chamada de “Prefixados”, também foram impactados pelo aumento da percepção de risco. Nesta modalidade, o rendimento é “fixo” e anual.
Tanto os IPCA+ quanto os prefixados sofrem efeitos de “marcação a mercado“. Isto quer dizer que os preços e rentabilidades desses ativos variam conforme as mudanças nas expectativas econômicas. Em termos gerais, quando o rendimento de um título sobe, os papéis desvalorizam para vendas antes do vencimento. O contrário também acontece, ou seja, quando os rendimentos caem, situação atual, os papéis se valorizam. Para fugir dessa volatilidade o investidor precisa deixar o capital aplicado até o vencimento estabelecido. Desta forma, terá sempre o exato retorno combinado.