

Os investidores posicionados em fundos exclusivos fechados devem avaliar se a rentabilidade desses instrumentos vai continuar atrativa em 2024.
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Os investidores posicionados em fundos exclusivos fechados devem avaliar se a rentabilidade desses instrumentos vai continuar atrativa em 2024.
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Com a aprovação do projeto de lei que estabelece a taxação desses produtos no Senado, nesta quarta-feira (29), os benefícios tributários deixarão de existir para os investidores desses produtos a partir do próximo ano com a implementação do regime come-cotas, que prevê a cobrança do Imposto de Renda (IR) sobre a rentabilidade duas vezes ao ano.
Antes da aprovação do projeto de lei no Congresso, a dedução do IR só acontecia no momento do resgate dos recursos e de forma regressiva – quanto maior for o tempo de aplicação, menor será a tributação em cima do montante. Após a sanção presidencial do projeto, os fundos exclusivos fechados vão sofrer uma dedução de 20% para os investimentos de curto prazo (até um ano) e de 15% para os investimentos de longo prazo.
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O fim do benefício tributário deve incentivar os investidores a buscarem outros instrumentos financeiros que sejam isentos de IR, como os fundos de previdência, fundos imobiliários e fiagros. “Estamos vendo também algumas movimentação dos fundos se adequando para se transformarem em fundos de ações, que são isentos do regime come-cotas, ou que tenham 95% do portfólio em investimentos de FIDCs, FIIs, fundos de ações, Fiagros e fundos de infraestrutura”, avalia Marco Bismarchi, sócio e gestor da TAG Investimentos.
Vale destacar que, desde quando o governo anunciou a pretensão em taxar a classe de ativos para aumentar a arrecadação do governo, os investidores “super-ricos” se movimentaram na tentativa de antecipar os efeitos da medida em seu patrimônio. Como mostramos nesta reportagem, os fundos exclusivos perderam 61% da sua captação líquida em um ano.
Segundo dados da Economatica obtidos pelo E-Investidor, a captação líquida desses produtos ficou em R$ 1,09 bilhão em outubro de 2022. Já no mesmo mês de 2023, o resultado da diferença entre resgate e aportes dos investidores ficou em R$ 421,2 milhões.
Analistas argumentam que a tributação não deve tirar por completo a atratividade dos fundos exclusivos fechados. Segundo eles, a classe de ativos ainda será vantajosa para os investidores interessados nos benefícios da sucessão patrimonial.
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Veja o que dizem especialistas sobre o movimento que os investidores devem fazer
“A rentabilidade dos fundos exclusivos diminuirá. Agora, os investimentos serão tributados duas vezes ao ano, reduzindo assim a base do seu investimento e consequentemente a sua rentabilidade. Pode haver migração para outros tipos de investimento não sujeitos a essa regra, a depender dos custos tributários e não tributários envolvidos nessa migração”.
“Nossa percepção é que vai ocorrer, a partir de agora, uma migração dos investidores de fundos exclusivos para outras estruturas que permitam a tributação apenas quando há efetivamente lucro econômico realizado. O investidor dos fundos exclusivos passará a olhar para outras opções. E, consequentemente, haverá um desestímulo da estruturação desses veículos, o que é negativo para o mercado”.
“A tributação era apenas no momento do resgate do investimento. Fundos com maiores prazos de aplicação terão alíquotas mais baixas considerando a tabela regressiva do Imposto de Renda. Além disso, já é possível que os contribuintes optem por pagar o “come-cotas” ainda em 2023, com alíquota de 8% sobre o estoque dos rendimentos, ou seja, tudo o que rendeu até 2023.
Atualmente, apenas 2,5 mil brasileiros são investidores em fundos exclusivos, com patrimônio total de R$ 756 bilhões – o que representa aproximadamente 12,3% da indústria de fundos brasileiros”
“Não dá para ver claramente para qual produto os recursos devem ir. O que imaginamos é que haja um fluxo positivo para os ativos isentos de IR, como fundos imobiliários e Fiagros. Achamos que esses produtos devem ganhar força.
Avalio também que uma parcela deve migrar para a previdência. Essa opção tem ganhado força. Estamos vendo também algumas movimentação dos fundos se adequando para se transformarem em fundos de ações, que são isentos do regime come-cotas, ou que tenham 95% do portfólio em investimentos de FIDCs, FIIs, fundos de ações, fiagros e fundos de infraestrutura”.
COLABOROU LUÍZA LANZA
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