- O Tesouro Direto é um programa do governo federal que facilita a negociação de títulos públicos
- Qualquer pessoa física pode comprar papéis do governo pela internet com valores iniciais na faixa dos R$ 30
- Esses ativos de renda fixa se dividem em três grupos: prefixado, pós-fixado e híbrido
O mês de agosto foi de retorno negativo de -0,60% no Índice de Mercado Anbima, indicador que reflete o retorno médio na carteira total de títulos públicos do Tesouro Nacional. No acumulado de janeiro a agosto de 2020, a rentabilidade foi de 3,02%, conforme mostrou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
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Os títulos de longo prazo tiveram destaque em agosto, com uma redução de 3,62% do IMA-B5 +, que é um subíndice que reflete a carteira dos títulos públicos indexados ao IPCA acima de cinco anos, ou seja, de longo prazo. No ano, este subíndice acumula perda de 2,01%.
A Anbima explica que, por serem papéis com retornos mais espaçados e mais correlacionados às expectativas da economia para o longo prazo, a queda de rentabilidade pode estar relacionada às dúvidas dos investidores quanto ao encaminhamento da política fiscal, sobretudo no que dize respeito à manutenção do teto de gastos.
Mas há outros títulos que conseguiram resultado positivo no último mês e no acumulado do ano. O subíndice IRF-M1, que representa a carteira de títulos prefixados com vencimento antes de um ano, apresentou variação anual de 2,96% e rentabilizou no mês 0,12%. Já o subíndice IMA-S, que reflete a carteira de títulos pós-fixados atrelados à taxa Selic, registrou variação de 0,16% em agosto e acumula 2,09% em 2020.
Apesar de alguns indicadores terem sido negativos no último mês, é importante ressaltar que os títulos públicos do Tesouro Nacional figuram nas recomendações de investimentos de diversos especialistas, dada a segurança dessa classe de investimentos para reservas de emergência ou mesmo para busca de rentabilidade.
Títulos do Tesouro
O Tesouro Direto é um programa do governo federal que facilita a negociação de títulos públicos. Qualquer pessoa física pode comprar papéis do governo pela internet com valores iniciais na faixa dos R$ 30.
Na prática, o investidor empresta dinheiro ao Tesouro Nacional – órgão responsável pela gestão da dívida pública – para depois resgatar o valor acrescido de juros.
Opções para investir
Esses ativos de renda fixa se dividem em três grupos: prefixado, pós-fixado e híbrido. São eles: Tesouro Prefixado (LTN), Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F), Tesouro Selic (LFT), Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B).
Como o nome sugere, nos papéis prefixados, o investidor sabe exatamente quanto receberá lá na frente, desde que só realize o resgate no vencimento.
Nos pós-fixados, você é apresentado aos critérios de remuneração, mas só saberá o valor do retorno no fim, já que o indexador utilizado pode variar.
Já nos títulos híbridos, uma parte do retorno é determinada na contratação e outra fica vinculada à inflação do período.
Reinvestir ganhos
Os títulos do Tesouro têm vencimentos diferentes. Saber que o investimento, enfim, trouxe resultado é uma notícia que sempre anima os investidores. Afinal, alguns casos representam anos de espera.
Especialistas explicam que, caso não haja um objetivo específico para o dinheiro alcançado, uma boa saída é reinvestir o ganho, por exemplo, em outros títulos do próprio Tesouro.
Taxa de custódia zero para LFT
O Tesouro Nacional e a B3 reduziram, de 0,25% para zero ao ano, a taxa de custódia para os investimentos no Tesouro Selic (LFT) até o estoque de R$ 10 mil. A taxa de custódia havia diminuído pela última vez, de 0,30% para 0,25% para todos os títulos, em 1º de janeiro de 2019.
Ganho de competitividade para LFT
O corte na taxa de custódia devolve competitividade ao Tesouro Selic. De acordo com os especialistas consultados pelo E-Investidor, essa medida já era muito esperada pelo mercado financeiro e abre uma nova fase para a aplicação.
Interesse entre os mais jovens
O Tesouro Direto atraiu 33,5 mil novos investidores em abril de 2020, conforme relatório da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) divulgada no dia 26 daquele mês. Com esse aumento de interesse por títulos de dívida do governo, o Tesouro Direto alcançou a marca de 1,247 milhão de investidores ativos, de um total de 6,76 milhões de pessoas cadastradas no programa.
Em abril, a captação líquida no Tesouro Direto atingiu R$ 1,57 bilhão, maior valor mensal da série histórica aferida pela STN.
Ganhos reais em fundos
Em março deste ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de apenas 0,07%, o menor para o mês da série histórica pós-Plano Real. Em 2020, o País caminha para ficar próximo ao piso da meta de inflação (2,5%). Com isso, os investimentos em fundos com títulos públicos devem apresentar algum ganho real no exercício.
Pagamento NTN-B
No último mês de agosto, o Tesouro Nacional tinha mais de R$ 79 bilhões de pagamentos relativos a aplicações de títulos públicos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+ 2020, e os juros semestrais de títulos IPCA+ com vencimento em 2022, 2024, 2026, 2028, 2030, 2040 e 2050.
Venda de LTN
Em um leilão realizado no último dia 10 de setembro, o Tesouro Nacional vendeu 39.663.600 Letras do Tesouro Nacional (LTN) em três vencimentos. A oferta total era de 43 milhões. O volume financeiro somou R$ 36,5 bilhões.
A instituição vendeu toda a oferta de 20 milhões de títulos para 1/4/2021, à taxa de 2,2050% (PU 988,127245); toda a oferta de 3 milhões de LTN para 1/10/2022 a taxas máxima de 3,9949% (PU 922.780293) e média de 3,9843% (PU 922.973008), com taxa de corte de 3,30%; e 16.663.600 títulos, da oferta de 20 milhões, no vencimento de 1/1/2024, a taxas máxima de 5,4288% (PU 840.547808) e média de 5,4142% (PU 840.929299), sem taxa de corte.
Venda de NTN-F
O Tesouro Nacional também vendeu 300 mil Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F), em dois vencimentos, em leilão realizado no último dia 4 de setembro. A oferta era de 450 mil papéis. O volume financeiro somou R$ 362,5 milhões.
A instituição vendeu todo o lote de 150 mil títulos destinado ao vencimento de 1/1/2027, a taxas máxima de 6,4749% (PU 1.192,432001) e média de 6,4715% (PU 1.192,622151), com taxa de corte de 20,00%; e 150 mil, da oferta de 300 mil, NTN-F para 1/1/2031, a taxas máxima de 7,0849% (PU 1.223,004856) e média de 7,0697% (PU 1.224,206641), sem taxa de corte.
Juros futuros
Os juros futuros fecharam a sessão desta segunda-feira (14) em queda, alinhados mais uma vez ao bom humor dos mercados internacionais e, principalmente, ao desempenho positivo das moedas emergentes, entre as quais o real foi destaque. As taxas tinham recuo moderado pela manhã e ampliaram o movimento à tarde, justamente quando o dólar passou a cair mais fortemente, abaixo dos R$ 5,27 nas mínimas.
O noticiário interno não trouxe novidades, assim como o IBC-Br de julho, ainda que abaixo da mediana, teve efeito limitado sobre as taxas no início do dia. O investidor aguarda as reuniões de política monetária da semana para definir posições. A um dia da decisão do Copom, nesta quarta-feira (16), o consenso das apostas se mantém na estabilidade da Selic em 2%.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 2,810%, de 2,853% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 4,144% para 4,060%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 6,920%, de 6,973% no último ajuste.
R$ 7,3 bilhões em NTN-B
O Tesouro Nacional iniciou o mês de setembro com a venda de 1.814.600 Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B), papéis que são indexados ao IPCA, distribuídas em quatro vencimentos. A oferta era de até 1,9 milhão de títulos. O volume financeiro somou R$ 7,3 bilhões.
No Grupo 1, que contém os vencimentos mais curtos, foi vendido integralmente o lote de até 1,750 milhão de NTN-B, sendo 1.595.000 papéis para 15/5/2025, a taxas máxima e média de 1,850% (cotação 120,0692), sem taxa de corte; e 155.000 títulos para 15/8/2030, a taxas máxima e média de 3,040% (cotação 125,1373), com taxa de corte de 5,33%. No Grupo 2, de vencimentos longos, o Tesouro ofertava até 150 mil e vendeu 64.600.
R$ 21,3 bilhões em LTN
Em outro leilão no final de agosto, o Tesouro Nacional vendeu integralmente a oferta de 22,5 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) em três vencimentos. O volume financeiro foi de R$ 21,3 bilhões.
A instituição vendeu 15 milhões de LTN para 1/4/2021, a taxas máxima de 2,23% (PU 987.200009) e média de 2,224% (PU 987.246662), com taxa de corte de 95,0%; 2,5 milhões de títulos para 1/10/2022, a taxas máxima de 4,0549% (PU 920.3815) e média de 4,047% (PU 920.526873) e taxa de corte de 33,33%; e 5 milhões de LTN para 1/1/2024 a taxas máxima de 5,4938% (PU 837.244749) e média de 5,4798% (PU 837.614976), com taxa de corte de 89,90%.