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- Previsão de corte nos dividendos vai prejudicar investidores no curto prazo
- Aquisição da Braskem pela Petrobras é vista com cautela, já que reestatização da empresa não é vista com bons olhos
- O preço-alvo do UBS BB para a Petrobras é de R$ 20, o que representa uma potencial desvalorização de 19%
O UBS BB manteve a recomendação de venda da Petrobras (PETR4), por vislumbrar a possibilidade de a empresa registrar capex (despesas de capital) mais alto, o que deve levar a uma redução dos dividendos.
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Segundo os analistas Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcelos, os investimentos orgânicos da companhia devem aumentar, mas há limitações quanto à rapidez com que isso pode acontecer. Eles veem ainda risco de movimentos inorgânicos no curto prazo.
“Recentemente, vários relatos da mídia detalharam as intenções de membros do governo de que a Petrobras poderia, por meio de fusões e aquisições, aumentar a presença do governo em setores-chave, incluindo Distribuição de Combustíveis (Vibra), Energia (Eletrobras) e Petroquímica (Braskem). Acreditamos que tais aquisições seriam negativas para a Petrobras”, escreveram.
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Eles argumentam que, em suas estimativas, há espaço para a Petrobras potencialmente, sem grandes danos, adquirir tanto a Vibra quanto a Braskem (BRKM5), porém haveria espaço limitado para dividendos. Além disso, uma reestatização desses ativos poderia levar a ineficiências, como reverter a privatização da Vibra, que quase dobrou suas margens desde a privatização em 2019.
No relatório, o UBS pondera que a Petrobras poderia, supostamente, retornar ao setor de distribuição de combustíveis por meio da recompra da empresa ou da retomada do controle de sua marca, que está arrendada por meio de um contrato de longo prazo.
A aquisição permitiria à Petrobras retomar sua proximidade com os clientes finais e ter maior potencial de impacto nos preços das bombas, além de avançar na transição energética.
Devido à cláusula de “poison pill” da Vibra, a Petrobras atualmente precisaria pagar cerca de R$ 27 por ação (R$ 30 bilhões), um prêmio de 95% em relação ao último preço de fechamento. Isso pode ser uma boa notícia para os que defendem a exposição à Vibra, mas pode ser um gatilho negativo para a Petrobras, por, de novo, pode levar a cortes implícitos nos dividendos.
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Já com relação à Braskem, o UBS BB acredita ser melhor aguardar mais detalhes. A companhia confirmou que a Novonor recebeu uma proposta de venda de sua participação. A Petrobras teria direito de preferência para adquirir a fatia da sócia, podendo decidir fechar capital da Braskem posteriormente ou não. Isso não desencadearia um tag along. Mas, na avaliação dos analistas, a possibilidade é negativa tanto para os acionistas da Petrobras como da Braskem. “Com a aquisição, a Braskem se tornaria uma estatal, e os minoritários não teriam direito a todo o prêmio pago à Novonor”, pontuam.
O preço-alvo do UBS BB para a Petrobras é de R$ 20, o que representa uma potencial desvalorização de 19% frente ao fechamento de ontem.