A sexta-feira (29) começa com os índices futuros das bolsas de Nova York e as principais bolsas da Europa ampliando os ganhos da véspera, ainda refletindo a expectativa de que dados econômicos mais fracos no mundo desenvolvido sugerem menor espaço para políticas monetárias mais contracionistas – em outras palavras: os investidores esperam que os juros não subam tanto na Europa nem nos Estados Unidos depois dos dados recentes.
Hoje foi a vez a Alemanha decepcionar, com o Produto Interno Bruto (PIB) da maior economia do bloco vindo abaixo do esperado, enquanto a inflação ao consumidor em julho na região atingiu novo recorde de 8,9%, acima das estimativas.
Neste cenário, o apetite por risco lá de fora e a alta das principais commodities hoje sugerem um novo dia positivo para o Ibovespa, apesar da dicotomia com o desempenho dos principais players do índice, Petrobras e Vale, que divulgaram seus resultados ontem à noite e mostraram cenários bastante distintos em seus números.
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Finalmente, os indicadores econômicos locais podem ser, novamente, bons condutores para os negócios, especialmente se revelarem uma nova desaceleração da taxa de desemprego.
Agenda econômica 29/07
Brasil: São esperados os dados de desemprego do trimestre até junho, medidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua Mensal (9h) e o resultado do setor público de maio (9h30). Para a PNAD, a mediana do mercado aponta para uma queda da taxa de desemprego a 9,3% no trimestre até junho, de 9,8% até maio, enquanto para o setor público consolidado a mediana é de déficit primário de R$ 25,297 bilhões em maio, após superávit de R$ 38,876 bilhões em abril – o que seria o primeiro déficit mensal do governo desde julho de 2021, caso confirmado.
EUA: Destaque para o índice de preços PCE em junho (9h30), o principal indicador de inflação acompanhado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para conduzir suas decisões de política monetária. Além disso, a agenda ainda reserva o Índice de Gerente de Compras (PMI, indicador de atividade econômica) de julho do ISM de Chicago (10h45) e o indicador de sentimento do consumidor final de julho (11h).
Europa: O PIB da zona do euro cresceu 0,7% no segundo trimestre de 2022 ante os três meses anteriores, segundo dados da Eurostat, um resultado bem acima da expectativa de alta de 0,1% no período. Na comparação anual, o PIB do bloco teve expansão de 4% entre abril e junho, também superando o consenso do mercado, de 3,4%. Por outro lado, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da região atingiu nova máxima histórica de 8,9% em julho, superando o recorde anterior de 8,6% verificado em junho, ainda sob os efeitos da guerra da Rússia na Ucrânia. Além disso, o PIB da Alemanha ficou estável no segundo trimestre de 2022, abaixo da expectativa de alta de 0,1% no período. Na comparação anual, o PIB alemão mostrou crescimento de 1,4% entre abril e junho, também menor do que o consenso do mercado, de 1,7%.