O mês de junho (e o 2T22) vai chegando ao fim nesta quinta-feira (30), com os principais mercados internacionais com um viés bastante negativo, refletindo os anseios com importantes dados de inflação e emprego em diversas economias. Por exemplo, hoje será conhecido o deflator do Consumo Privado (PCE) dos Estados Unidos, o indicador de inflação que orienta o Federal Reserve em suas decisões de política monetária, e que tem poder de inflar as expectativas por mais juros na maior economia do mundo – caso venha acima do esperado.
Neste cenário, a maioria das bolsas da Europa cai mais 2% agora pela manhã, enquanto os índices futuros de Nova York sugerem o quarto recuo consecutivo por lá. Em outros mercados, o índice DXY, que mede as variações do dólar frente a outras seis divisas relevantes, opera em leve baixa, ao passo que os contratos futuros do petróleo ampliam as perdas de ontem, quando a pesquisa semanal do departamento de energia dos Estados Unidos mostrou um inesperado aumento nos estoques de gasolina e à espera da Opep+, que reúne os maiores produtores mundiais da commodity, para discutir sua oferta em reunião ministerial hoje.
Assim, considerando todo esse panorama e os ajustes técnicos típicos de final de mês, continua sendo improvável um descolamento dos mercados domésticos, com um possível novo recuo dos ativos de risco. O fato de que a sessão do Senado, em que será votada a PEC dos Combustíveis, foi adiada para hoje, a partir das 16h, também sugere maior apreensão dos investidores ao longo de toda a sessão.
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Agenda econômica 30/06
Brasil: A votação da PEC dos Combustíveis pelo Senado deve atrair a maior atenção, mas o Banco Central publica o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) logo cedo hoje, o que também contribui para as expectativas futuras de inflação do mercado. Por fim, é esperada a taxa de desemprego apurada pela Pnad Contínua no trimestre até maio.
EUA: Além do PCE referente ao mês de maio (9h30), que deve mostrar acréscimo de 6,4%, segundo as projeções de mercado, ligeiramente acima dos 6,3% do mês anterior, no mesmo horário, a agenda contará com os dados de renda e gastos do consumidor, os pedidos iniciais de seguro-desemprego e o PMI de Chicago (10h45), referente ao mês de junho.
Europa: A taxa de desemprego da zona do euro caiu de 6,7% em abril para 6,6% em maio, um resultado abaixo da expectativa de 6,8%. Já as vendas no varejo da Alemanha cresceram 0,6% em maio ante abril, segundo dados com ajustes sazonais publicados pela Destatis, enquanto o PIB do Reino Unido cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre de 2021, repetindo a leitura prévia de maio.
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China: O índice de gerentes de compras (PMI) oficial da indústria subiu de 49,6 pontos em maio para 50,2 em junho, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS), abaixo das expectativas que previam 50,5. O PMI de serviços subiu de 47,8 em maio para 54,7 em junho.