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Qual ação brasileira vai sofrer com a falência da chinesa Evergrande?

Companhia não apresentou plano de reestruturação concreto após calote de US$ 300 bi. Veja como caso pode respingar na Bolsa brasileira

Qual ação brasileira vai sofrer com a falência da chinesa Evergrande?
Trabalhador da construção civil trabalha em estrutura de prédio. Imagem de freestockcenter no Freepik

A Evergrande, uma gigante do mercado imobiliário chinês, teve a sua falência decretada pela justiça Hong Kong nesta segunda-feira (29). A sentença, assinada por Linda Chan, argumenta que a companhia não apresentou um plano de reestruturação concreto após dois anos que a construtora deu um calote de US$ 300 bilhões nos credores. “É hora do tribunal dar um basta”, proferiu a juíza.

A última tentativa do grupo ocorreu por meio de um plano de reestruturação apresentado em março de 2023. A companhia deixou de pagar as suas dívidas em 2021. A empresa é uma grande consumidora de commodities, o que tende a preocupar investidores brasileiros, visto que a China é o maior parceiro comercial do Brasil.

Para Thiago Guedes, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Bridgewise no Brasil, não há um grande impacto direto nem na economia brasileira nem para o mercado financeiro doméstico como um todo. “O mercado brasileiro de modo geral não vai sentir tanto esse fato, pois a falência da companhia já está precificada”, diz Guedes.

No entanto, ele comenta que as mineradoras podem sentir problemas por causa da queda da demanda por minério de ferro. “As construtoras consomem muito esse insumo e o fim da Evergrande deve reduzir a demanda, o que deve fazer com que o preço de minério de ferro caia no mercado”, explica Guedes.

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De acordo com Paulo Luives especialista da Valor Investimentos, por causa desses fatores as ações de empresas do setor de siderurgia e mineração podem ser afetadas. “Os papéis de Vale (VALE3), CSN (CSNA3) e outras do segmento podem ser atingidas”, explica Luives. Por volta das 14h30, as ações da Vale caíam 1,15%, a R$ 68,70. Ao mesmo tempo, os ativos da CSN recuavam 1,05%, a R$ 17,97.

Vender ou segurar as ações?

Ainda que as empresas do setor estejam caindo no dia, os três analistas ouvidos pela reportagem comentam que é muito cedo para o investidor temer qualquer impacto vindo da falência da Evergrande e esse movimento pode ser apenas especulação do mercado. “Isso dependerá também se os tribunais na China vão reconhecer a decisão e o sentimento do mercado diante dessa situação. Sendo assim, é cedo para definir esse evento como o início de uma situação negativa para o minério de ferro”, afirma o analista da Terra Investimentos Luis Novaes.

A conclusão final é que o investidor deve ficar atento aos desdobramentos do caso para o preço do minério de ferro, mas esse não é o motivo para temer e vender as ações de Vale e CSN. “Se houver uma turbulência era será especulativa, não enxergo empresas como Vale e CSN enfrentando uma crise por causa disso. A questão da Evergrande foi precificada, por isso, vale a pena continuar com essas ações”, conclui Luives, da Valor Investimentos.

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