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Confira 6 ações abaixo de R$ 10 que valem a pena ter na carteira

Papéis de setores sensíveis à queda nos juros, como varejo e construção, estão entre as preferências

Confira 6 ações abaixo de R$ 10 que valem a pena ter na carteira
(Foto: Raízen S.A)
  • Com o mercado à espera de uma redução nos juros - atualmente em 13,75% - os investidores estão se preparando para apostar novamente na renda variável. A alta de 12,39% do Ibovespa, principal índice da B3, no ano é um indicador dessa movimentação
  • De acordo com um levantamento de Einar Rivero, do TradeMap, há 28 ações no índice cotadas abaixo de R$ 10
  • Vale destacar que uma ação barata não representa, necessariamente, um bom negócio

Com o mercado à espera de uma redução nos juros – atualmente em 13,75% ao ano – os investidores estão se preparando para apostar novamente na renda variável. A alta de 7,73% do Ibovespa, principal índice da B3, no ano é um indicador dessa movimentação. 

E se engana quem pensa que o mercado acionário comporta somente investidores com grandes somas de investimentos. Na Bolsa há ofertas de ativos de diversos preços, inclusive aqueles mais acessíveis e o E-Investidor, portanto, conversou com especialistas para elencar os melhores papéis abaixo de R$ 10 para uma carteira de investimentos.

O levantamento foi realizado apenas com ações que compõem o Ibovespa, o principal índice da B3, e não em todo o portfólio de empresas listadas na Bolsa. De acordo com um levantamento de Einar Rivero, do TradeMap, há 28 ativos no índice cotado abaixo de R$ 10.

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Um exemplo de uma ação barata que mostrou mudança de patamar de preço é a do Magazine Luiza (MGLU3). Os papéis da varejista eram cotados em poucos centavos até meados de junho de 2017. Em novembro de 2020, o ativo atingiu a máxima histórica de R$ 28,28. Vale destacar, entretanto, que uma ação barata não representa, necessariamente, um bom negócio.

Magazine Luiza (MGLU3)

A primeira ação “baratinha” recomendada pelos analistas fica com o Magazine Luiza. Para João Piccioni, da Empiricus Research, MGLU3 é uma aposta agressiva para se ter na carteira. O varejo e o e-commerce sofreram com o período de pandemia e alta nas taxas de juros, principalmente por conta da diminuição do poder de compra das famílias brasileiras.

“A Magalu tem uma equipe que já está há muito tempo no mercado e que já passou por momentos mais difíceis que esse. Se os juros voltarem a cair e as famílias consigam um desafogo nas contas, Magazine Luiza vai se aproveitar desse momento”, disse Piccioni. “A companhia tem se esforçado incessantemente para melhorar as dívidas, compor estoque e a renovação do acordo com o BNP Paribas é algo positivo. Então, ela está se preparando para aproveitar esse bom momento”, completou.

As ações MGLU3 fecharam a segunda-feira (17) cotadas a R$ 2,96. No ano, o papel apresenta valorização de 8,03%.

Hapvida (HAPV3)

Os temores em relação à Hapvida (HAPV3) estão se dissipando entre os investidores. As quedas na Bolsa no início do ano, puxadas pelo resultado do último trimestre de 2022 fraco, estão ficando para trás.

Para Fernando Ferrer, analista da Empiricus, a Hapvida passou por uma grande transformação nos últimos semestres, principalmente após a aquisição do GNDI. “O setor de saúde passou por uma situação delicada nos últimos anos com os níveis de sinistralidade batendo recordes de duas décadas, o que levou a companhia a bater seus menores valores na história”, disse Ferrer.

“A Hapvida tem melhorado suas margens e o follow-on das ações com grande participação da família controladora ajudou a levantar caixa. Isso vai ser visto na próxima divulgação, o que pode ser um gatilho para as ações, que já estão com preços desvalorizados”, avaliou.

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Os papéis da Hapvida, que fecharam o pregão desta segunda-feira em alta de 1,21%, a R$ 4,18, acumulam perdas de 17,72% em 2023.

Mitre (MTRE3)

Caio Nabuco, analista da Empiricus Research, destaca a Mitre como um dos principais players do setor de construção. “Houve estresse no setor de construção nos últimos dois anos, influenciado pela taxa de juros e os altos custos para construir, e a empresa passou por um momento de dificuldade na rentabilidade, mas acreditamos que ela está se recuperando”, disse.

Segundo ele, este segmento de mercado é um dos mais sensíveis aos juros. E com a perspectiva de queda há uma expectativa de melhora do papel, segundo o analista. “A empresa tem um sólido volume de vendas e esperamos a partir do próximo ano uma melhora nas margens. A Mitre está bem preparada para a retomada do ciclo de altas do setor após a queda nos juros”, completou.

Em 2023, a Mitre acumula avanço de 106,16% após alta de 1,30% registrada no fechamento desta segunda, com papel cotado a R$ 7,03.

Lavvi  (LAVV3)

Seguindo no setor de construção, a Lavvi aparece como uma das boas opções para o investidor, considerando seu portfólio mais resiliente que as demais rivais, destacou Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos. “Ela é uma empresa que atua no segmento de construção e incorporação que foge do senso comum de mercado e atua no segmento de altíssima renda, fazendo empreendimentos assinados por grandes marcas internacionais”, pontuou o analista.

Além de ser beneficiada com a queda dos juros, a Lavvi também tem uma das melhores relações preço/lucro do setor de construção. “A empresa possui a melhor margem bruta do segmento, demonstrando grande atratividade na relação entre o preço da ação e o lucro por ação”, disse Lima.

Ele também destaca a nova marca da empresa, chamada NOVO, que foca no mercado de clientes de renda baixa para se beneficiar dos programas do governo, como o Minha Casa, Minha Vida. A companhia projeta que esse setor responda por 30% da receita futura.

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As ações da Lavvi fecharam na Bolsa a R$ 7,52 após alta de 0,27% no pregão desta segunda-feira. No ano, o ativo acumula valorização de 64,19%.

Grupo Mateus (GMAT3)

A aposta da XP Investimentos para as ações de baixo custo é o Grupo Mateus, por ser um dos papéis mais equilibrados no setor. Danniela Eiger, head de Varejo da XP, pontua que a troca de diretor de finanças da companhia melhorou as perspectivas no médio e no longo prazos. “Grupo Mateus é uma das nossas principais apostas no setor, porque é um dos papéis com melhor balanço entre ser defensivo, por ser uma varejista de alimentos, mas com um bom perfil de crescimento, expandindo bastante nos próximos anos”, disse.

Na Bolsa, o Grupo Mateus subiu 1,85% na segunda, para R$ 7,71. No ano, as ações da empresa acumulam alta de 21,68%.

Raízen (RAIZ3)

Pedro Fonseca, analista de Agro, Alimentos e Bebidas da XP, coloca a Raízen como a principal escolha do banco de investimentos no setor de etanol e açúcar. “Raízen é nossa top pick (preferência) no setor de açúcar e etanol, principalmente pela melhora no preço do açúcar, mas também pela melhora de produtividade agrícola da companhia. Esse ano a gente espera uma melhora significativa no papel”, comentou.

Além disso, Fonseca pontua que a Raízen tem projetos, como o ligamento de sua segunda planta de energia, que não estão precificados no papel e podem impulsionar as ações no futuro.

As ações da Raízen sobem 16,85% no ano após valorização de 3,68% na segunda, para uma cotação de R$ 4,23.

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