Os mercados seguem agitados diante da imprevisibilidade sobre as tarifas de importação de Donald Trump (Foto: Adobe Stock)
As ações das “7 Magníficas“, grupo que reúne as principais empresas do setor de tecnologia dos Estados Unidos, perderam US$ 447 bilhões em valor de mercado apenas na sessão de quarta-feira (26) em meio ao temor do mercado sobre as tarifas de importação de Donald Trump. Os dados fazem parte de um levantamento da Elos Ayta Consultoria, produzido a pedido do E-Investidor.
Nvidia (NVDA) e Tesla (TSLA) foram as mais prejudicadas e lideraram as perdas do grupo após encerrarem o dia com perdas de 5,74% e de 5,58%, respectivamente. O recuo consolidou em uma perda de capital na ordem de US$ 169 bilhões e US$ 52 bilhões, respectivamente, para as companhias.
As ações Alphabet (GOOGL), dona do Google, Amazon (AMZN) e Meta (META) também tiveram perdas relevantes e encerraram o pregão com recuos de 3,22%, 2,23% e 2,45%, respectivamente. Já Microsoft (MSFT) e Apple (APPL) foram as empresas que menos sofreram com o estresse dos mercados. As duas companhias encerraram o dia com uma queda de 1,31% e de 0,99%.
A sangria das big techs não se resume apenas às negociações de quarta-feira (26). Em março, as empresas de tecnologistas “encolheram” cerca de US$ 1 trilhão nas bolsas de NY com a realização de lucro dos investidores. O volume corresponde a metade das perdas acumuladas pelas empresas de tecnologia no ano de 2025.
Veja a perda de valor de mercado das big techs sob a gestão de Donald Trump
Empresa
Variação no dia 26 de março
Variação em março
Variação em ano
Alphabet
-US$ 67 bilhões
-US$ 62 bilhões
-US$ 300 bilhões
Amazon
-US$ 48 bilhões
-US$ 118 bilhões
-US$ 175 bilhões
Apple
-US$ 33 bilhões
-US$ 305 bilhões
-US$ 457 bilhões
Meta
-US$ 39 bilhões
-US$ 145 bilhões
-US$ 70 bilhões
Microsoft
-US$ 39 bilhões
-US$ 52 bilhões
-US$ 235 bilhões
Nvidia
-US$ 169 bilhões
-US$ 272 bilhões
-US$ 513 bilhões
Tesla
-US$ 52 bilhões
-US$ 67 bilhões
-US$ 421 bilhões
Fonte: Elos Ayta Consultoria
A tensão dos investidores é de que as tarifas pressionem a inflação dos EUA e atrasem o ciclo de queda de juros no país. Na última quarta-feira (19), o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) decidiu manter inalterado as taxas de juros nos intervalos de entre 4,25% e 4,5% ao ano.
A decisão reforça a postura cautelosa do BC americano sobre qualquer mudança na trajetória da política monetária do país no atual momento. O mercado teme ainda que a maior economia do mundo entre em uma recessão ou caminhe para uma estagflação, quando há a combinação rara de alta dos preços junto com uma queda da atividade econômica, fenômeno bastante temido pelos economistas.