Fachada de uma unidade do GPA (PCAR3). (Foto: Adobe Stock)
As ações do Grupo Pão de Açúcar, o GPA (PCAR3), estão caindo mais de 20% nesta terça-feira (6), aos R$ 2,95. A derrocada acontece um dia depois de dois eventos importantes na varejista: a divulgação do balanço financeiro do 1º trimestre de 2025 e uma assembleia decisiva, que selou a derrota do megainvestidor Nelson Tanure na companhia e elegeu um novo conselho de administração.
Entretanto, logo após a reunião, o nome mais votado para integrar a administração, Rafael Ferri, anunciou uma redução de participação para 2,73% – até o final de abril, Ferri detinha 5,28%. Procurada, a assessoria de imprensa do executivo afirmou que “a redução da participação foi por conta do encerramento de instrumentos derivativos, que integravam a parte da ‘participação indireta’ presente no comunicado.”
Além de Ferri, outros nomes foram eleitos para o Conselho de Administração: Edison Ticle, indicado por Ferri; André Coelho Diniz, diretor do grupo varejista mineiro Coelho Diniz; Ronaldo Iabrudi, ex-CEO do GPA; Christophe Hidalgo, executivo do Casino, assumiu como vice-presidente; Marcelo Pimentel, atual CEO do GPA; Helene Bitton, diretora de M&A do Casino; Líbano Barroso, ex-CEO da TAM; e Sebastián Los, ex-CEO do Cencosud Brasil, único nome apoiado por Tanure a ser eleito, conforme apurado pela Reuters.
Fora as mudanças na administração, o GPA divulgou resultados. Apesar de terem saído em linha com o esperado, não foram suficientes para mudar as recomendações para PCAR3. Genial e Goldman Sachs não possuem recomendação de compra, e definiram preços-alvos de R$ 3,50 e R$ 3,10, pouco acima da cotação vigente.
Os detalhes do 1º tri de 2025
No 1º trimestre do ano passado, o GPA reportou um prejuízo líquido de R$ 93 milhões, 77% menor do que o registrado. A receita bruta cresceu 4,6% no período, para R$ 5 bilhões. O resultado operacional também avançou quase 10% entre o 1º tri de 2024 e o1º tri de 2025, para R$ 409 milhões. Um impacto negativo veio das despesas com vendas, que subiram 3,3% e chegaram a R$ 950 milhões.
Para a Genial Investimentos, os números da varejista são a prova de que o “básico bem feito” continua funcionando e que o GPA entregou um “bom trimestre”. “Apesar de o balanço não trazer grandes surpresas, o prejuízo líquido foi consideravelmente menor do que o esperado: R$ 93 milhões, bem abaixo da nossa estimativa (R$ 249 milhões) e do consenso Bloomberg (R$ 189 milhões)”, diz a casa, que possui recomendação “manter” para os papéis, com preço-alvo de R$ 3,50.
O Goldman Sachs viu um trimestre em linha com as expectativas, com melhor lucratividade, mas visibilidade limitada do fluxo de caixa. O banco tem um preço-alvo de R$ 3,10 para PCAR3, o que representa um pequeno salto de 5% em relação à cotação vigente e uma queda de quase 20% em relação ao patamar do fechamento da última segunda (5).
“Os principais riscos negativos incluem maiores desembolsos de caixa no contexto da passivos fiscais e trabalhistas da empresa”, diz o Goldman Sachs. “Os fatores positivos englobam vendas e alavancagem operacional melhores do que o esperado no contexto do plano de recuperação em andamento e resultados melhores do que o esperado na operação digital da empresa.”