- Por meio dos Fundos Mútuos de Privatização (FMP), ligados ao FGTS, foi possível investir em as ações da Petrobras (em 2000) e também nos papéis da Vale (em 2002), na época em que a companhia estava no seu processo de privatização
- Agora, eles também servem de ponte para quem quer ter Eletrobras na carteira
Com a possibilidade de os trabalhadores investirem em papéis da Eletrobras por meio dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), cuja reserva começou nesta sexta-feira (3) e termina no próximo dia 8, muita gente se pergunta se as ações da companhia elétrica podem se valorizar ao longo do tempo, assim como ocorreu com Vale e Petrobras.
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Por meio dos Fundos Mútuos de Privatização (FMP), ligados ao FGTS, foi possível investir em as ações da Petrobras (em 2000) e também nos papéis da Vale (em 2002), na época em que a companhia estava no seu processo de privatização. Agora, eles também servem de ponte para quem quer ter Eletrobras na carteira.
“Ao olhar o histórico, é possível ver que a decisão de investimento é muito certa porque tanto as ações da Petrobras quanto as ações da Vale, da oferta de ações por meio da FMP, apresentaram rentabilidade bastante expressiva. Superaram com folga a performance de vários índices, como Ibovespa”, destaca Felipe Moura, analista da Finacap.
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Somente no acumulado deste ano, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) apresentam altas de 31,3%. Já as preferenciais (PETR4) registraram uma valorização de 29%.
No caso das ações da Vale (VALE3), o retorno dos papéis foi de 18,14% no período. As ações da Eletrobras performaram no mesmo ritmo de ganhos com altas de 28,3% para ELET3 e de 31,2% para ELET6.
No entanto, os analistas alertam aos trabalhadores que desejam investir nas ações da Eletrobras que o potencial de retorno deve ser diferente aos da Vale e da Petrobras. O motivo se deve às características de cada companhia e o setor em que elas atuam.
“Como a companhia é de energia elétrica, a tendência é que as ações fiquem mais estáveis. Devem cair menos, mas também devem apresentar uma valorização menor”, avalia João Abdouni, analista de investimentos da INV.
Confira a análise de outros especialistas sobre o potencial de retorno das ações
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Álvaro Bandeira, economista consultor em finanças
“Não acho que possa se comparar com Vale e Petrobras. Pra começar é um setor bem mais conservador. Depois, a capitalização (não chamo de privatização, apesar de do lado formal ser) ocorre com a empresa tendo que resolver questões importantes de participações acionárias. Além disso, com o governo sendo ainda o principal acionista, traz o mesmo problema que estamos vendo agora na Petrobras. Mas no curto prazo vai ter um “oba oba”, pela operação tão aguardada”.
Felipe Moura, analista da Finacap
“Esse processo que a gente vai ter agora na Eletrobras a gente teve em 200 com a Petrobras e em 2002 com a Vale. Naquela época, os investidores poderiam entrar nesse processo por meio dos Fundos Mútuos de Privatização (FMP), o que está sendo discutido bastante nos últimos dias em relação à Eletrobras.
Ao olhar o histórico, é possível ver que a decisão de investimento é muito certa porque tanto as ações da Petrobras quanto as ações da Vale, da oferta de ações por meio da FMP, apresentaram rentabilidade bastante expressiva. Superaram com folga a performance de vários índices, como Ibovespa.
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Mas falando especificamente da Eletrobras, quando a gente separa as companhias do setor elétrico do Ibovespa, as empresas estatais quase sempre negociam com desconto em relação às empresas privadas do mesmo setor. Se você olhar para o setor elétrico, o múltiplo das ações negocia 1,6 vezes em relação ao valor patrimonial. Quando olhamos apenas a Eletrobras, a companhia negocia uma relação de 0,8 vezes o seu valor patrimonial. A gente atribui esse desconto ao controle estatal da companhia.
Então, com essas informações e o histórico bem-sucedido da performance das ações da Vale e da Petrobras dos anos 2000 até hoje, quando tiveram um processo semelhante de capitalização, acreditamos que é possível ter uma valorização expressiva das ações da Eletrobras para os próximos anos.”
Gustavo Pazos, analista do time de Research da Warren
“É muito difícil fazer projeções porque não sabemos como vai ficar a governança da empresa e quais as alterações que essa futura nova governança vai implementar na Eletrobras. A gente sabe que não vai ter o controlador único e que o Estado continua como acionista com poder de veto, o que torna tudo um pouco mais complicado. A gente tem que destacar a própria diferença entre as dinâmicas das empresas. Petrobras e Vale são companhias extremamente expostas ao mercado externo, enquanto a Eletrobras é bem menos volátil pela própria dinâmica do setor elétrico”.
João Abdouni, analista de investimentos da INV
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“Eu não observo a Eletrobras com tanto potencial de valorização quanto a Vale e a Petrobras, porque a valorização das duas foi muito forte. No entanto, como a companhia é de energia elétrica, a tendência é que as ações fiquem mais estáveis. Devem cair menos, mas também devem apresentar uma valorização menor.”
Ruy Hungria, analista de investimentos da Empiricus
“São setores e riscos completamente diferentes. Todas têm potencial de valorização interessante. A Vale está mais exposta à China e ao crescimento global, que está dando sinais de fraqueza, mas ao mesmo tempo a companhia está muito barata, gerando caixa e pagando elevados dividendos. A Petrobras está se aproveitando de um cenário de forte demanda e baixa oferta de petróleo, o que tem ajudado muito as margens.
No caso da Eletrobras, é outra companhia que está barata e que também tem um bom potencial de valorização com a melhoria pós-privatização.”