- Inflação alta, somada aos juros elevados, resulta em um terreno amistoso para as ações europeias chamadas de “ações de valor”
- "Ações de valor" são aquelas que estão abaixo do preço considerado justo
- Arkema; ASML (ASML34), Lindt; DSM; Inditex, Mercedes-Benz; Nestlé; LVMH; Novo Nordisk (N1VO34); Ignify; Total; e UPM são as grandes promessas
O que pode parecer um cenário negativo para a economia europeia, se tornou algo positivo para o mercado de ações. A inflação alta, somada aos juros elevados, resulta em um terreno amistoso para as ações europeias chamadas de “ações de valor”, na visão da gestora Janus Henderson, que administra em seu portfólio € 19,1 bilhões em ações europeias.
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Essas “ações de valor” são papéis abaixo do preço considerado justo pelo mercado e, na avaliação da gestora, a Europa está barata em comparação com os Estados Unidos. E isso abre um ponto de entrada atraente para as ações europeias.
“Um euro mais fraco torna os produtos da região mais competitivos em comparação com seus pares internacionais. Na verdade, as empresas europeias e seus produtos raramente foram mais baratos para os compradores internacionais. Juntamente com um BCE acomodado, o cenário econômico para as ações europeias é promissor”, informa o relatório.
Por que a Europa se encontra nesse cenário?
No pós-2008, a Europa vivenciou uma austeridade econômica e política. Segundo a pesquisa do Instituto de Finanças Internacionais, citada pelo relatório, o continente limitou a dívida e os gastos do governo, o que reduziu o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da Europa em 10%, em comparação aos Estados Unidos.
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Isso gerou, na última década, um ciclo econômico deflacionário de longa duração, que reduziu os rendimentos dos títulos, criando um ambiente bom para o florescimento de ações de alto crescimento (aquelas que os investidores esperam um crescimento acelerado nos lucros).
“Este cenário viu as ações de crescimento superarem as ações de valor, com os EUA liderando a taxa de crescimento, enquanto a Europa, orientada para as ações de valor ficou para trás”, explica o relatório.
Contudo, o ambiente atual de alta inflação e taxas mais altas favorecendo o terreno para que as “ações de valor” superassem as de crescimento, marcando um ponto de virada para as ações europeias.
Empresas em destaque
Além do cenário promissor, a Janus Henderson, comenta sobre a Europa ser o “lar de uma ampla gama de empresas líderes mundiais que comandam uma participação no mercado global”. Entre as empresas em destaque, ela cita:
- Arkema: indústria química;
- ASML (ASML34): empresa holandesa que fornece insumos para a indústria de semicondutores;
- Lindt: fabricante de chocolate;
- DSM: alimentação animal;
- Inditex: dona das redes Zara e Oysho;
- Mercedes-Benz: montadora de carros;
- Nestlé: companhia do setor alimentício focado em doces;
- LVMH: da empresa de bens de consumo de luxo;
- Novo Nordisk (N1VO34): farmacêutica;
- Ignify: empresa de software;
- Total: empresa do setor de energia;
- UPM: companhia de papel e celulose.
“De mercados incipientes, como iluminação com eficiência energética usada na agricultura vertical a ração animal ecologicamente correta, essas empresas oferecem diversos produtos com fundamentos robustos que conseguiram prosperar no que tem sido um ambiente macroeconômico sem brilho”, afirma outro trecho do relatório.
Segundo a gestora, essa diversidade permite que os investidores europeus equilibrem a exposição entre empresas cíclicas com preços atraentes e aquelas com ações de mercados dominantes voltadas para temas de crescimento secular.